Escolha o Idioma

5/26/2012

Neurobiologia da Dependência Química


TOLERÂNCIA
Existem sinais e sintomas que caracterizam a dependência química. Entre eles, há dois notadamente biológicos: a tolerância e a síndrome de abstinência. A Organização Mundial da Saúde define tolerância como "a necessidade de doses crescentes da substância psicoativa para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas." A partir do surgimento da tolerância o indivíduo passa a sentir o efeito da droga em menor escala. Isso poderá levá-lo a aumentar sua dose habitual, para que consiga as mesmas sensações que o consumo da droga lhe proporcionava anteriormente.
A postagem anterior apresentou os mecanismos neurobiológicos da tolerância e postulou que o organismo pode desenvolver tolerância a uma droga de duas maneiras: pelo aprimoramento dos mecanismos de destruição (metabolização) e eliminação da droga, diminuindo, assim, seu tempo de ação sobre o cérebro (tolerância metabólica); ou pelo desenvolvimento neuroadaptações, que visam a deixar os neurônios menos sensíveis à ação da droga ou a provocar nestes uma reação de natureza oposta aos efeitos da droga dentro da célula (tolerância funcional).
 FIGURA 1: A tolerância resulta de neuroadaptações e ativações metabólicas que visam minimizar a ação da droga sobre o organismo, devolvendo a este seu equilíbrio habitual. FONTE: O saltimbanco. Paul Klee (1922).
Não há desenvolvimento de tolerância para todos os efeitos da droga. Geralmente, há tolerância completa para os efeitos que trazem prazer ao usuário, como a euforia causada pela cocaína, ou o relaxamento e diminuição da ansiedade causados pelo álcool e os calmantes (benzodiazepínicos). Outras ações, no entanto, sofrem tolerância parcial
É o caso dos batimentos do coração nos usuários frequentes de cocaína: apesar de mais acelerados do que nos períodos sem a droga, sua frequência é menor, se comparada aos primeiros tempos de consumo. Há ainda a tolerância reversa ou sensibilização. Para algumas ações da cocaína, o cérebro torna-se mais sensível conforme o uso vai se repetindo: devido a isso, os tiques e os sintomas persecutórios (nóia), inicialmente leves ou mesmo inexistentes, aparecem durante o consumo de doses mínimas da substância. Outro aspecto importante é a existência de tolerância cruzada
Isso significa que quando há desenvolvimento de tolerância para uma determinada droga, ela se estende para outras que possuem propriedades farmacológicas semelhantes. Desse modo, aqueles que desenvolvem tolerância para o álcool, o fazem também para os barbitúricos e benzodiazepínicos (tranquilizantes ou calmantes). O LSD possui tolerância cruzada com a psilocibina e a mescalina, estando esse mesmo fenômeno presente entre a morfina e os opiáceos sintéticos (meperidina) e semissintéticos (heroína).
Apesar da tolerância se desenvolver principalmente a partir da quantidade, duração e frequência do consumo, parte dela está condicionada a fatores ambientais e biológicos. Desse modo, fatores como a disposição física, o estado mental e o tipo de ambiente onde o consumo de dá (de reuniões formais aos ambientes carnavalescos) também influenciam de alguma maneira o efeito potencial das substâncias sobre o cérebro.
Alguns aspectos da tolerância são geneticamente determinados. Isso significa que o organismo já nasce com um potencial de tolerância predeterminado. Quanto maior o potencial, maior a resistência e a possibilidade de aumentar o consumo de álcool. Segundo Dudley (2002), partindo de uma perspectiva evolucionista, um dos legados genéticos do consumo de frutas fermentadas (alcoólicas) desde os tempos ancestrais da humanidade é a capacidade do homem metabolizar o álcool. Isso depende da ação das enzimas álcool desidrogenase (ADH), que converte o álcool em acetaldeído (tóxico), e acetaldeído desidrogenase, que converte o acetaldeído em acetato (menos tóxico e eliminado na urina). 
Apesar de presente em todos os seres vivos, tais enzimas variam entre os homens, quanto à intensidade de sua ação. Isso pode ser creditado a maior ou menor presença de frutos de fermentados na dieta dos hominídeos ao longo de sua evolução. Quanto mais eficaz a metabolização do álcool no organismo, maior a capacidade de tolerar sua presença, predispondo assim o indivíduo a futuros problemas. Quanto menor a eficácia enzimática, maiores serão os efeitos aversivos do consumo, tornando menos provável a instalação do hábito.
 FIGURA 2: A evolução da tolerância ao consumo de álcool. Cada um traz consigo um potencial de tolerância geneticamente determinado. O contato cotidiano com a substância faz com que essa tolerância se manifeste, agilizando a destruição do álcool pelo fígado (tolerância metabólica) ou por meio de neuroadaptações que dificultem sua ação no cérebro (tolerância funcional). Isso pode levar alguns indivíduos ao aumento da quantidade para obter os mesmos efeitos a que se acostumara. No entanto, nenhum tipo de tolerância é definitivo. Períodos de abstinência são capazes de fazê-la retornar aos seus patamares iniciais.
Há uma grande discussão científica acerca da importância da tolerância para o diagnóstico e o surgimento da dependência. O National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA) (1995) afirma que a tolerância pode encorajar o consumo de álcool, contribuindo para a dependência e danos ao organismo. Já Burst (1999) sugere os mecanismos neurobiológicos que geram tolerância ao álcool não participam do processo de dependência. Como exemplo, cita que os benzodiazepínicos, eficazes no tratamento da síndrome de abstinência do álcool, não possuem valor no tratamento da dependência desta substância. 
Escrevendo acerca da tolerância à nicotina, Perkins (2002) sugere que "embora importante para o entendimento da adaptação biológica, a tolerância não elucida os fatores responsáveis pela dependência da nicotina". A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a tolerância um critério diagnóstico para a dependência química, mas sua presença isolada não permite qualquer conclusão acerca do tema.
Por outro lado, a tolerância tem grande importância nos quadros agudos ocasionados pelo consumo de drogas. Há situações de risco bastante conhecidas. Kuebler e col. (2000) observaram que os novos usuários de heroína estão seriamente mais expostos ao risco de overdose, por desconhecerem seus limites biológicos para a substância.
 FIGURA 3: A overdose é o comprometimento de um ou mais órgãos, decorrente do consumo de substâncias psicoativas, que coloca em xeque a viabilidade do organismo. A tolerância tem influência preponderante nesse fenômeno: quanto maior a tolerância, maior a dose tóxica.
Com o desenvolvimento de tolerância, a necessidade de quantidades crescentes de substâncias como a heroína, a dolantina (meperidina) e a cocaína também expõe seus usuários ao risco de overdose. A tolerância é reversível após um período de abstinência. Desse modo, um indivíduo habituado a uma determinada dose de cocaína ou heroína, ao retomar o mesmo padrão após um período sem a substância, torna-se ainda mais suscetível ao risco de uma dose letal.
Álcool
Há diversos tipos de tolerância envolvidos no consumo de álcool, divididos em duas grandes classes: tolerância funcional e tolerância metabólica. A tolerância funcional encampa as adaptações sofridas pelo cérebro para compensar as alterações causadas pelo álcool, tanto no comportamento, quanto no funcionamento celular dos neurônios. Usuários pesados de álcool exibem sinais mínimos de intoxicação pelo álcool, mesmo na vigência de concentrações sanguíneas normalmente incapacitantes ou mesmo fatais para a população geral.
Há diferentes tipos de tolerância funcional. A tolerância aguda se desenvolve para os efeitos relacionados à experiência da intoxicação, numa tentativa de assimilar os efeitos desagradáveis ocasionados pela substância. Já a tolerância aprendida, refere-se aos quadros onde o surgimento da tolerância ao álcool é facilitado e moldado visando ao desempenho de algum comportamento específico. Pessoas que consomem álcool durante alguma atividade que exija cognição e coordenação desenvolvem tolerância com mais rapidez. O fenômeno pode ser ainda mais facilitado se houver uma expectativa positiva (motivação) relacionada ao sucesso da tarefa (dinheiro, prêmios,...). 
tolerância ambiente-dependente refere-se às influências do meio ambiente no desenvolvimento da mesma. Um mesmo indivíduo poderá se mostrar mais tolerante ao álcool num bar do que em seu ambiente de trabalho. Isso acontece porque o bar provê mais estímulos associados ao consumo de álcool, capazes de desencadear os mecanismos da tolerância. De qualquer forma, há fatores de tolerância ambiente-independentes. São eles a quantidade de álcool ingerida, a duração do consumo e a frequência do consumo.
tolerância metabólica é resultado da eliminação mais eficaz e rápida de álcool do organismo. Isso se dá por meio da ativação de enzimas do fígado após um período de consumo prolongado de álcool. Assim, há redução dos efeitos do álcool sobre o cérebro, à custa da menor permanência da substância no organismo. Por outro lado, a ativação enzimática também passa a metabolizar com mais rapidez outras substâncias, tais como tranquilizantes, anestésicos e alguns medicamentos, piorando sua eficácia e o manejo destes por parte dos médicos.
Benzodiazepínicos
Os benzodiazepínicos são conhecidos popularmente por tranquilizantes ou calmantes. O uso crônico destas substâncias não é capaz de estimular tolerância metabólica, ou seja, nenhum mecanismo habitual de destruição e eliminação dos benzodiazepínicos é potencializado. A tolerância funcional se dá por meio de alterações na densidade e na sensibilidade dos receptores benzodiazepínicos no sistema GABA. A tolerância se desenvolve mais rapidamente para as propriedades indutoras do sono, e em menor escala para os efeitos ansiolíticos e perturbadores da memória.
 FIGURA 4: Os benzodiazepínicos.
Barbitúricos
Os barbitúricos são sedativos que possuem sítios de ligação no sistema GABA, da mesma forma que o álcool e os benzodiazepínicos. O barbitúrico mais conhecido do público geral é utilizado no tratamento da epilepsia: o fenobarbital (Gardenal®). O uso crônico é capaz de originar a mesma tolerância metabólica observada no álcool e a mesma tolerância funcional descrita para os benzodiazepínicos.
Opiáceos
A tolerância funcional (neuroadaptações) aos opiáceos acontece nos níveis anatômico, celular (sinapse) e subcelular (interior da célula). Do ponto de vista anatômico, o sistema de neurotransmissão noradrenérgico, cujos neurônios estão agrupados no locus coeruleus, é o mais importante. O locus coeruleus possui receptores opióides, que diminuem o funcionamento do mesmo. 
A presença constante de opiáceos (morfina, codeína, heroína, meperidina, fentanil...) faz com que o locus coeruleus se adapte aos efeitos inibitórios dos opiáceos, para funcionar como se a droga não estive lá. A base neurobiológica de tal mecanismo é ainda pouco conhecida. Frente a interrupção ou redução do consumo de opiáceos, o locus coeruleus, sensibilizado, passa a disparar com grande intensidade, liberando grandes quantidades de noradrenalina. É a síndrome de abstinência dos opiáceos, que será abordada em detalhes no próximo capítulo.
Ao contrário das outras substâncias, parece haver pouca evidência de modificações no número e na afinidade dos receptores opióides após o uso prolongado de opiáceos. Os receptores opióides são divididos em mu, delta e kappa. Apesar de suas particularidades, possuem ações farmacológicas semelhantes. Entre elas, está a capacidade de inibir os sistemas excitatórios do cérebro.
Isso produz um quadro de relaxamento, ausência de dor (analgesia) e prazer. As drogas com propriedades opiáceas provocam tais efeitos a partir da ligação com os receptores mu e delta. Segundo Nitsche e col (2002) o desenvolvimento de tolerância pode estar associado ao receptor delta tipo 1 (DOR-1), bem como ao gene responsável pela produção da encefalina, um opióide natural do organismo. Tais mecanismos, no entanto, ainda são desconhecidos.
 FIGURA 5: Considerada uma das substâncias com maior poder de causar dependência, o ópio e seus derivados naturais e sintéticos produzem tolerância em vários níveis do funcionamento cerebral.
A tolerância aos opiáceos parece se desenvolver no nível subcelular, ou seja, nos mecanismos responsáveis pela propagação do estímulo gerado após a ligação dos opiáceos aos receptores opióides. Como resultado de tais alterações, o interior da célula neuronal torna-se menos sensível aos efeitos dos opiáceos, fazendo o usuário aumentar a dose para manter os mesmos efeitos e evitar sintomas de abstinência da substância.
Cocaína e Anfetaminas
A cocaína e as anfetaminas são os mais potentes agentes de reforço ao consumo conhecidos. Dependentes relatam que durante episódios de consumo intenso (binge), toda a atenção se volta para a euforia farmacologicamente induzida pelos estimulantes. Repouso, alimentação, dinheiro, entes queridos, responsabilidade e sobrevivência perdem todo o significado.
Ambas atuam diretamente no sistema de recompensa, interferindo na neurotransmissão da dopamina. A cocaína bloqueia a recaptação dopaminérgica. As anfetaminas, além de atuarem na recaptação, estimulam a liberação maciça deste neurotransmissor. 
tolerância metabólica se desenvolve por meio do aumento da velocidade de metabolização da dopamina pelas enzimas sinápticas. A tolerância funcional aos efeitos dos estimulantes se dá pela redução do número e da sensibilidade dos receptores ao efeito da dopamina. Há, ainda, diminuição dos estímulos para sua liberação. Todas estas alterações podem acontecer mesmo durante as primeiras experiências (tolerância aguda).
Há tolerância completa para os efeitos euforizantes dos estimulantes, o que não impede o usuário de continuar a buscar a substância, em padrões de consumo intenso (binge) intercalados por alguns dias de abstinência. Outros efeitos como frequência dos batimentos cardíacos, arritmias e inibição do apetite sofrem tolerância parcial.
Nicotina
A nicotina tem ação sobre o sistema de neurotransmissão da acetilcolina, mais especificamente sobre os receptores nicotínicos. Acetilcolina e os receptores nicotínicos estão presentes em todas as terminações nervosas autonômicas préganglionares (órgãos que não são controlados a partir da vontade humana), junção neuromuscular (contração e relaxamento muscular) e em algumas sinapses do SNC. A acetilcolina sofre contínua degradação pela acetilcolinesterase. A estimulação dos receptores da acetilcolina ocorre como resultado da inibição da acetilcolinesterase ou pela estimulação direta dos receptores da acetilcolina (como ocorre entre os usuários de tabaco).
 FIGURA 6: A tolerância e dependência da nicotina passam pela estimulação do sistema de neurotransmissão da acetilcolina, que estimula indiretamente o sistema de recompensa e sofre tolerância frente ao uso frequente dos produtos a base de tabaco.
Os efeitos nicotínicos são aqueles resultantes da hiperatividade simpática (descarga de noradrenalina estimulando os órgãos autônomos) e disfunção neuromuscular. Como resultado, há aumento dos batimentos do coração (taquicardia), da pressão arterial, suor, elevação da temperatura, pupilas dilatadas, fasciculaçôes (movimentos involuntários) e fraqueza muscular. Isso pode acontecer em diferentes graus de severidade. A nicotina é um estimulante leve desse sistema.
A presença da nicotina provoca tolerância funcional (neuroadaptação) a partir da redução do número e da afinidade dos receptores nicotínicos à ação da substância. O sistema colinérgico consegue ativar indiretamente o sistema de recompensa. Após sua dessensibilização, será necessária uma dose maior de nicotina para a manutenção dos efeitos de prazer obtidos inicialmente. Além disso, as neuroadaptações decorrentes do consumo de nicotina ocasionam sintomas de abstinência frente à redução dos níveis sanguíneos de nicotina. Desse modo, o uso frequente da substância passa a servir como uma maneira de evitar destes sintomas.
Maconha
Apesar de ser a substância ilícita mais consumida em diversos países, a maconha vem recebendo atenção dos pesquisadores apenas nos últimos anos, quando deixou de ser um paradigma da droga leve e inofensiva. Estudos controlados conduzidos em animais e humanos detectaram que o uso diário de altas doses de maconha provoca tolerância para muitos dos efeitos fisiológicos, cognitivos e sociais da maconha. 
Entre os fenômenos observados estão a diminuição da intensidade e duração das "viagens" (highs), a redução dos batimentos acelerados do coração (taquicardia), queda da pressão intraocular, desaparecimento dos efeitos negativos observados nas interações sociais sob o efeito da substância (ansiedade, inquietação, paranoias...), bem como recuperação parcial do desempenho cognitivo e motor. Esses mesmos estudos observaram que esse tipo de usuário tende a aumentar a dose a fim de atingir o mesmo padrão anterior de "viagem".
Apesar de pouco conhecidos, os mecanismos de tolerância da maconha parecem ser mais funcionais (neuroadaptações) do que metabólicos (metabolização e excreção). Chen e Anthony (2003) observaram que a tolerância aos efeitos da maconha se desenvolve com mais rapidez e frequência entre adolescentes, se comparados com adultos recém-iniciados no consumo da planta. Os mecanismos envolvidos não são conhecidos.
LSD & Amp; Análogos
Os LSD-análogos, além de seu efeito alucinógeno pronunciado, causam também efeitos periféricos importantes: "os mais salientes são a aceleração dos batimentos do coração (taquicardia), o aumento da pressão arterial, a dilatação das pupilas (midríase) e a salivação, resultantes de uma descarga do sistema nervoso simpático (noradrenalina)". Há ainda, aumento da frequência respiratória e facilitação dos reflexos, como o patelar (joelho). Todos os alucinógenos possuem efeito hipertermizante (aumento da temperatura corpórea).
A tolerância ao LSD e substâncias análogas (psilocibina, mescalina e DMT) se desenvolve rapidamente (tolerância aguda). A tolerância é mais pronunciada para os efeitos psíquicos, mas atinge também os efeitos periféricos. É praticamente impossível sentir qualquer um destes efeitos após algumas tomadas sucessivas. No entanto, do mesmo modo que se instala agudamente, a tolerância esvaece rapidamente e a mesma dose pode ser administrada em poucos dias, sem prejuízo dos efeitos desejados. A tolerância aguda aos efeitos dos alucinógenos LSD-análogos possibilita apenas o consumo eventual dessas substâncias. Mesmo os usuários mais pesados a utilizam apenas algumas vezes no mês.
Referências bibliográficas
1.                   Brady KT, Myrick H, Malcolm R. Sedative-hipnotic and anxiolytic agents. In: McCrady BS, Epstein EE. Addictions - a comprehensive guidebook. New York: Oxford University Press; 1999.
2.                   Brust JCM. Substance abuse, neurobiology, and ideology Arch Neurol 1999; 56: 1528-31.
3.                   Chen CY, Anthony JC. Possible age-associated bias in reporting of clinical features of drug dependence: epidemiological evidence on adolescent-onset marijuana use. Addiction 2003; 98(1): 71-82.
4.                   Dudley R. Fermenting fruits and the historical ecology of ethanol ingestion: is alcoholism in modern humans an evolutionary hangover? Addiction 2002; 97: 381-8.
5.                   Grant KA, Hoffman PL, Tabakoff B. Abordagens neurobiológicas e comportamentais da tolerância e da dependência. In: Edwards G, Lader M. A natureza da dependência de drogas. Porto Alegre: Artes Médicas; 1994.
6.                   Kuebler D, Hausser D, Gervasoni J-P. The characteristics of 'new users' of cocaine and heroin unknown to treatment agencies: results from the Swiss Hidden Population Study. Addiction 2000; 95(10), 1561-71.
7.                   Jones RT. Clinical relevance of cannabis tolerance and dependence. J Clin Pharmacol 1981; 21(8-9 suppl): 143S-52S.
8.                   Littleton J, Harper JC. Tolerância e dependência celular. In: Edwards G, Lader M. A natureza da dependência de drogas. Porto Alegre: Artes Médicas; 1994.
9.                   National Institue on Drug Abuse (NIAAA). Alcohol and tolerance. Alcohol Alert 1995; 28: 1-4.
10.               Nitsche JF, Schuller AG, King MA, Zengh M, Psternak GW, Pintar JE. Genetic dissociation of opiate tolerance and physical dependence in delta-opioid receptor-1 and preproenkephalin knock-out mice. J Neurosci 2002; 22(24): 10906-13.
11.               Perkins KA. Chronic tolerance to nicotine in humans and its relationship to tobacco dependence. Nicotine Tob Res 2002; 4(4): 405-22.
12.               Ribeiro-Araújo M, Dunn J, Laranjeira R. Cocaína: bases biológicas da administração, abstinência e tratamento. J Bras Psiquiatr 1998; 47(10): 497-511.
13.               Feldman R & Szajewski J. Síndrome colinérgica. Tradução: Ligia Fruchtengarten; 1998. Disponível online:
14.               Slide J. Nicotine. In: McCrady BS, Epstein EE. Addictions - a comprehensive guidebook. New York: Oxford University Press; 1999.
15.               Stine SM, Kosten TR. Opioids. In: McCrady BS, Epstein EE. Addictions - a comprehensive guidebook. New York: Oxford University Press; 1999.
16.               Stephens RS. Cannabis and Hallucinogens. In: McCrady BS, Epstein EE. Addictions - a comprehensive guidebook. New York: Oxford University Press; 1999.
17.               Weaver MF, Schnoll SH. Stimulants: amphetamines and cocaine. In: McCrady BS, Epstein EE. Addictions - a comprehensive guidebook. New York: Oxford University Press; 1999.