São Paulo, Apóstolo (5-67) foi um
escritor do cristianismo primitivo. Treze epístolas do Novo Testamento são
atribuídas a ele. Foi o maior propagador do cristianismo depois de Cristo.
Antes de se converter ao Cristianismo era conhecido como Saulo e perseguia os
discípulos de Jesus nos arredores de Jerusalém, quando teve uma visão de Jesus
envolto numa luz incandescente e desde então começou suas pregações do
Cristianismo.
São Paulo, Apóstolo (5-67) Nasceu em
Tarso na Cilícia, era judeu e cidadão romano. Perseguidor das primeiras
comunidades cristãs, foi conivente com o assassinato do protomártir Estêvão.
Quando perseguia os cristãos, a caminho de Damasco, teve uma visão de Jesus
envolto em uma luz incandescente que o cegou, durante três dias. Desde então
converteu-se e começou a pregar o Cristianismo, viajando pelo mundo, pregando o
evangelho de Jesus Cristo e o mistério de sua paixão, morte e ressurreição.
A conversão de São Paulo é uma das mais
importantes da história da Igreja. Mostra o poder da graça divina, capaz de
transformar Saulo, perseguidor da Igreja, no "Apóstolo Paulo" por
excelência, que tem a iniciativa da evangelização dos pagãos. Ele próprio
confessa, por diversas vezes, que foi perseguidor implacável das primeiras
comunidades cristãs.
Por causa disso atribui a si mesmo o
título de "o menor entre os Apóstolos" e ainda, de "indigno de
ser chamado Apóstolo". Mas Deus, que conhecia a sua retidão, tornou-o
testemunha da morte de Santo Estevão, cena descrita nos Atos dos Apóstolos. A
visão de Estevão apontando para os céus abertos e Cristo, aí reinando, domina a
vida toda de Paulo, o grande missionário do Cristianismo.
Percorreu a Ásia Menor, atravessou todo
o Mediterrâneo em 4 ou 5 viagens. Elaborou uma teologia cristã e ao lado dos
Evangelhos suas epístolas são fontes de todo pensamento, vida e mística
cristãs. Além das grandes e contínuas viagens apostólicas e das prisões e
sofrimentos por que passou, deve-se a ele que se auto denomina "Servo de
Cristo", a revelação da mensagem do Salvador, ou seja, as 13 Epístolas ou
Cartas.
Elas formam como que a Teologia do Novo
Testamento, exposta por um Apóstolo. São Paulo, Apóstolo, sofreu o martírio em
Roma. O ano é incerto, mas deve ter ocorrido entre 64 e 67.
Duas festas litúrgicas foram criadas em
homenagem a São Paulo. A primeira em 25 de janeiro, foi instituída na Gália, no
século VIII, para lembrar a conversão do Apóstolo e entrou no calendário romano
no final do século X. A segunda, lembrando o seu martírio a 29 de junho,
juntamente com o do Apóstolo São Pedro, foi inserida no santoral (livro dos
santos da Igreja Católica) muito antes da festa do Natal e havia desde o século
IV o costume de celebrar neste dia três Missas.
A primeira na basílica de São Pedro no
Vaticano, a segunda na basílica de São Paulo fora dos Muros e a terceira nas
catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos dois Apóstolos tiveram de
ser escondidas por algum tempo para subtraí-las à profanação. Há um eco deste
costume no fato de que além da Missa do dia é previsto um formulário para a
Missa vespertina da vigília.
Depois da Virgem Maria, são precisamente
os Apóstolos Pedro e Paulo, juntamente com São João Batista, os santos
comemorados mais frequentemente e com maior solenidade no ano litúrgico. Por
muito tempo se pensou que 29 de junho fosse o dia em que, no ano 67, Pedro na
Colina Vaticana e Paulo na localidade agora denominada Três Fontes
testemunharam sua fidelidade a Cristo com o derramamento do sangue.
Na realidade, embora o fato do martírio
seja um dado histórico incontestável, e está além disso provado que aconteceu
em Roma durante a perseguição de Nero, é incerto não só o dia, mas até o ano da
morte dos dois apóstolos. Enquanto para São Paulo existe uma certa concordância
entre testemunhas antigas indicando o ano de 67, para São Pedro há muitas
discordâncias, e os estudiosos parecem preferir agora o ano de 64, ano em que,
como atesta também o historiador pagão Tácito, "uma enorme multidão"
de cristãos pereceu na perseguição que se seguiu ao incêndio de Roma.
Parece também que a festa do dia 29 de
junho tenha sido a cristianização de uma celebração pagã que exaltava as
figuras de Rômulo e Reno, os dois mitos fundadores da Cidade Eterna. São Pedro
e São Paulo de fato, embora não tenham sido os primeiros a trazer a fé a Roma,
foram realmente os fundadores da Roma cristã, um antigo hino litúrgico
definia-os como pais de Roma.
Paulo de Tarso, também chamado de
Apóstolo Paulo, Saulo de Tarso e São Paulo, foi um dos mais influentes
escritores do cristianismo primitivo, cujas obras compõem parte significativa
do Novo Testamento. A influência que exerceu no pensamento cristão, chamada de
"paulinismo", foi fundamental por causa do seu papel como proeminente
apóstolo do Cristianismo durante a propagação inicial do Evangelho pelo Império
Romano
Conhecido também como Saulo, se dedicava
à perseguição dos primeiros discípulos de Jesus na região de Jerusalém. De
acordo com o relato na Bíblia, durante uma viagem entre Jerusalém e Damasco,
numa missão para que, encontrando fiéis por lá, "os levasse presos a
Jerusalém", Saulo teve uma visão de Jesus envolto numa grande luz, ficou
cego, mas teve a visão recuperada após três dias por Ananias que também o
batizou. Começou então a pregar o Cristianismo.
Juntamente com Simão Pedro e Tiago, o
Justo, ele foi um dos mais proeminentes líderes do nascente cristianismo. Era
também cidadão romano, o que lhe conferia uma situação legal privilegiada.
Treze epístolas no Novo Testamento são
atribuídas a Paulo, mas a sua autoria em sete delas é contestada por estudiosos
modernos. Agostinho desenvolveu a ideia de Paulo que a salvação é baseada na fé
e não nas "obras da Lei". A interpretação de Martinho Lutero das
obras de Paulo influenciou fortemente sua doutrina de "sola fide".
A conversão de Paulo mudou radicalmente
o curso de sua vida. Com suas atividades missionárias e obras, Paulo acabou
transformando as crenças religiosas e a filosofia de toda a região da bacia do
Mediterrâneo. Sua liderança, influência e legado levaram à formação de
comunidades dominadas por grupos gentios que adoravam o Deus de Israel, aderiam
ao código moral judaico, mas que abandonaram o ritual e as obrigações
alimentares da Lei Mosaica por causa dos ensinamentos de Paulo sobre a vida e
obra de Jesus e seu "Novo Testamento", fundamentados na morte de
Jesus e na sua ressurreição.
A principal fonte para informações
históricas sobre a vida de Paulo são as pistas encontradas em suas epístolas e
nos Atos dos Apóstolos. Os Atos recontam a carreira de Paulo, mas deixam de
fora diversas partes de sua vida, como a sua alegada execução em Roma.
Estudiosos como Hans Conzelmann e o
teólogo John Knox (não deve ser confundido com John Knox do século XVI),
disputam a confiabilidade histórica dos Atos dos Apóstolos. O relato do próprio
Paulo sobre seu passado está principalmente na Epístola aos Gálatas.
De acordo com alguns acadêmicos, o
relato da visita de Paulo a Jerusalém em Atos 11 contradiz o relato nas
epístolas paulinas . Outros consideram o relato de Paulo nas epístolas como
sendo mais confiável do que os encontrados nos "Atos"2 :p. 316-320.
O nome original de Paulo era
"Saulo" (em hebraico: שָׁאוּל-
Sha'ul; tiberiano: Šāʼûl - "o que se pediu, o que se orou por" e
traduzido em grego antigo: Σαούλ - Saul - ou Σαῦλος - Saulos), nome que divide
com o bíblico Rei Saul, um outro benjaminita e primeiro rei de Israel, que foi
sucedido pelo Rei Davi, da tribo de Judá. Segundo suas próprias palavras, era
um fariseu.
O uso de "Paulo" (em grego: Παῦλος
- Paulos; em latim: Paulus ou Paullus - "baixo"; "curto")
aparece nos "Atos" pela primeira vez quando ele começou sua primeira
jornada missionária em território desconhecido. Em Atos 13:6-13, Paulo aparece,
juntamente com Barnabé e João Marcos, conversando com Sérgio Paulo, um oficial
romano em Chipre que será convertido por ele.
Paulus era um sobrenome romano e alguns
argumentam que Paulo o adotou como seu primeiro nome. Outra teoria, apontada
pelo Vaticano, afirma que era costume para os judeus romanizados da época
adotarem um nome romano e o pai de Paulo provavelmente quis agradar à família
dos Pauli.
Por fim, há ainda os que consideram
possível a homenagem a Sérgio Paulo e mais provável que a mudança esteja mais
relacionada a um desejo do apóstolo em se distanciar da história do Rei Saul,
que perseguiu Davi.
Em "Atos dos Apóstolos", Paulo
afirma ter nascido em Tarso (na província de Mersin, na parte meridional da
Turquia central) e faz breves menções à sua família. Um sobrinho é mencionado
em Atos 23:16 e sua mãe é citada entre os que moram em Roma em Romanos 16:13. É
ali também que o apóstolo confessa que «Saulo assolava a igreja, entrando pelas
casas e, arrastando homens e mulheres, os entregava à prisão.» (Atos 8:3).
Mesmo tendo nascido em Tarso, foi criado
em Jerusalém, "aos pés de Gamaliel", que é considerado um dos maiores
professores nos anais do judaísmo" e cujo equilibrado conselho (Atos
5:34-39), pedindo que os judeus contivessem a fúria contra os discípulos,
contrasta com a temeridade de seu estudante que, após a morte de Estevão, saiu
num rompante perseguindo os "santos".
A conversão de Paulo pode ser datada
entre os anos de 31 e 3616 17 18 pela referência que ele fez em uma de suas
epístolas4 . De acordo com os "Atos dos Apóstolos", sua conversão
(metanoia) ocorreu na "estrada para Damasco", onde ele afirmou ter
tido uma visão de Jesus ressuscitado que o deixou temporariamente cego.
Nos versículos iniciais da Epístola aos
Romanos, Paulo nos dá uma litania de sua própria alegação apostólica e de suas
convicções pós-conversão sobre a ressurreição de Cristo.
Os seus próprios textos nos dão alguma
ideia sobre o que ele pensava de sua relação com o Judaísmo. Se por um lado se
mostrava crítico, tanto teologicamente quanto empiricamente, das alegações de
superioridade moral ou de linhagem dos judeus, por outro defendia fortemente a
noção de um lugar especial reservado aos filhos de Israel.
Ele ainda afirmou que recebeu as
"boas novas" não de qualquer um, mas por uma revelação pessoal de
Jesus Cristo. Por isso, ele se entendia independente da comunidade de
Jerusalém: p. 316 - 320 (possivelmente no Cenáculo), embora alegasse sua
concordância com ela no que tangia ao conteúdo do Evangelho.
O que é mais impressionante nessa
conversão é a mudança na forma de pensar que ocorreu. Ele teve que mudar seu
conceito sobre quem o Messias era e, particularmente, aceitar a ideia, então
absurda, de um Messias crucificado. Ou talvez o mais difícil tenha sido a
mudança de seus conceitos sobre a superioridade dos judeus. Ainda há debates
sobre se Paulo já se considerou como o veículo de evangelização dos gentios no
momento de sua conversão ou se isto se deu mais tarde.
Após a sua conversão, Paulo foi para
Damasco, onde os "Atos" afirmam que foi curado de sua cegueira e
batizado por Ananias de Damasco. Paulo afirma em 2 Coríntios 11:32 que foi em
Damasco que ele escapou por pouco da morte, indo em seguida primeiro para a
Arábia e depois de volta para Damasco.
Esta viagem de Paulo para a Arábia não é
mencionada em nenhum outro lugar no Novo Testamento e alguns autores acreditam
que ele tenha na realidade viajado até o Monte Sinai para meditar no deserto.
Ele descreve em Gálatas como, três anos após a sua conversão, ele viajou para
Jerusalém, onde se encontrou com Tiago, o Justo, e ficou com Simão Pedro por 15
dias.
A narrativa em Gálatas continua
afirmando que, quatorze anos após a sua conversão, ele foi de novo a
Jerusalém[nota w]. Não se sabe exatamente o que aconteceu neste período,
conhecido como "anos desconhecidos", mas tanto os Atos quanto os Gálatas
nos dão algumas pistas.
Ao final deste período, Barnabé foi ao
encontro de Paulo e o trouxe de volta para Antióquia. O autor F. F. Bruce
sugeriu que os quatorze anos podem ser contados a partir da conversão de Paulo
ao invés de sua primeira visita a Jerusalém.
Quando uma grande fome ocorreu na
Judeia, Paulo e Barnabé viajaram para Jerusalém para entregar a ajuda
financeira da igreja de Antióquia. De acordo com os Atos, Antióquia já tinha se
tornado um centro importante para os fiéis após a dispersão dos crentes que se
seguiu ao martírio de Estêvão2 e foi lá que os seguidores de Jesus foram, pela
primeira vez, chamados de cristãos.
Nos Atos, relatam-se três viagens de
Paulo: a primeira, liderada primeiro por Barnabé, levou Paulo de Antióquia até
Chipre, passando depois pela Ásia Menor (Anatólia) e de volta a Antióquia. Em
Chipre, Paulo enfrenta e cega Elimas, o mago, que estava criticando seus
ensinamentos ao procônsul Sérgio Paulo.
Deste ponto em diante, passa a ser
chamado de Paulo e aparece como o líder do grupo. Quando chegaram em Perge,
João Marcos, que acompanhava o grupo, voltou para Jerusalém e os dois foram
para Antióquia na Pisídia, Paulo profere um longo discurso e converte muitos,
mas o grupo acaba expulso da cidade (Atos 13).
Em Icônio, foram novamente expulsos e
seguiram para Listra, onde foram confundidos com os deuses romanos Júpiter e
Mercúrio depois que Paulo curou um coxo. Por conta da intriga dos judeus, Paulo
foi preso e apedrejado, mas sobreviveu e, com Barnabé, seguiu para Derbe. De
lá, retornaram passando novamente pelas mesmas cidades para reforçar as
comunidades recém-fundadas e terminaram a viagem em Antióquia (Atos 14).
Paulo partiu para sua segunda viagem de
Jerusalém, onde estava sendo realizado o concílio com os outros apóstolos no
qual a obrigatoriedade da circuncisão foi retirada. A maior parte dos
acadêmicos concorda que houve uma reunião vital entre Paulo e a igreja de
Jerusalém em algum momento entre os anos de 48 e 54, descrita em Atos 15:2 e
geralmente entendido como o mesmo evento mencionado por Paulo em Gálatas 2:14.
A principal questão discutida ali foi se
os gentios convertidos precisavam ou não ser circuncidados, conforme o relato
nos Atos e em Gálatas. Paulo alega em sua epístola que terá sido neste encontro
que Pedro, Tiago e João aceitaram a missão de Paulo aos gentios.
Com o objetivo de levar a Antióquia o
resultado do concílio, os fiéis realizaram uma eleição para escolher dois
mensageiros que acompanhariam Paulo e Barnabé nessa missão. Os eleitos então
foram Silas e Judas, "chamado Barsabá".
Paulo, Barnabé, Judas e Silas partiram
então de Jerusalém levando os decretos dos apóstolos aos fiéis em Antióquia e
nas províncias romanas da Síria e Cilícia. Chegando a Antióquia, eles cumprem a
missão que lhes foi dada, sendo que Judas retorna para Jerusalém e desaparece
da história, enquanto Silas permanece na cidade.
Em Antióquia, Paulo e Barnabé tiveram
uma dura discussão sobre se deveriam levar João Marcos com eles. Em Atos 13, é
mencionado que o menino já os tinha deixado em uma viagem anterior para
retornar para casa. Paulo acreditava que ele ainda não estava pronto para este
tipo de evangelização e, por isso, ele e Barnabé decidiram se separar. Barnabé
acabou levando João Marcos consigo para Chipre e Silas se juntou a Paulo.
Paulo e Silas viajaram para diversas
cidades diferentes, como Tarso, Derbe e Listra (todas na Ásia Menor). Nesta
última, eles encontraram Timóteo, um discípulo que tinha uma boa reputação, e
decidiram levá-lo com eles.
Em Filipos (na Grécia), uma multidão
incitada por homens insatisfeitos com o exorcismo de uma escrava que dava
muitos lucros aos seus patrões com suas adivinhações, se insurgiu contra os
missionários, açoitando e prendendo Paulo e Silas. Após um milagroso terremoto,
os portões da prisão se abriram e os dois puderam escapar, o que levou por sua
vez à conversão do carcereiro.
Eles seguem então para Bereia, de onde
Paulo segue para Atenas, deixando ali Silas e Timóteo. Na capital grega, Paulo
prega no Areópago contra os muitos ídolos que encontra, converte Dionísio, o
Areopagita e parte.
Por volta de 50 a 52, Paulo passou 18
meses em Corinto, onde reencontrou Timóteo e Silas. A referência nos Atos ao
procônsul Gálio permite inferir a data (vide Inscrição de Gálio). Lá ele
trabalhou com Silas e Timóteo e conheceu Priscila e Áquila, que se tornaram
fiéis crentes e ajudaram Paulo em suas viagens missionárias.
A dupla seguiu Paulo e seus companheiros
até Éfeso e o grupo permaneceu ali para iniciar aquela que seria a mais forte e
fiel igreja cristã daquele tempo, um importante centro da cristandade a partir
do ano 50. Em 52, partiu para Cesaréia Marítima, passou por Jerusalém e
finalmente chegou em Antióquia.
Paulo iniciou sua terceira viagem
missionária passando por toda a região da Galácia e da Frígia para reforçar a
fé e ensinar para os fiéis, além de repreender os que estavam em erro. Quando
chegou em Éfeso, ficou ali por pouco menos de três meses e realizou uma série
de milagres, como curas e exorcismos.
Depois de provocar uma revolta na
cidade, o apóstolo seguiu para a Macedônia, passando novamente por Corinto,
onde permaneceu por três meses. Quando ele estava pronto para retornar para a
Síria, mudou de ideia por conta de um plano que os judeus tinham feito contra
sua vida, voltando então para a Macedônia e dali seguiu para a Trôade, onde
ressuscitou o jovem Êutico depois de ele ter caído três andares e ter sido
«levantado morto» (Atos 20:9).
A viagem de Paulo, que pretendia chegar
em Jerusalém para celebrar o Pentecostes (entre maio e junho), continuou
passando por Assos, Mitilene, Quios, Samos e Mileto (Atos 20). A dura jornada
passou ainda por Cós, Rodes e Pátara, onde Paulo embarca num navio com destino
à Tiro, na Fenícia. Depois de sete dias na cidade, o grupo de Paulo segue para
Ptolemaida, Cesaréia, onde visitaram Filipe, o Evangelista, e finalmente
Jerusalém (Atos 21).
Embora Paulo tenha escrito sobre uma
visita que fez a Ilíria, ele estava se referindo ao que hoje chamamos de Ilíria
Grega, parte da província romana da Macedônia, onde hoje está atualmente a
Albânia.
Paulo e seus companheiros seguiram então
para Roma, naquela que foi provavelmente a última das viagens missionárias, em
60. A viagem começou em Jerusalém, onde os irmãos foram recebidos em festa. Lá,
Paulo foi espancado e quase morto, preso e enviado para Cesaréia Marítima, onde
esteve detido durante aproximadamente um ano e meio.
Foi transferido para Roma depois de
apelar a César, um direito que tinha por ser cidadão romano, ao perceber que
não receberia julgamento justo de seu povo. Paulo passou então a pregar na
capital imperial.
Apesar do acordo encontrado no Concílio
de Jerusalém, como tinha entendido Paulo, o apóstolo relata como ele depois
confrontou publicamente Pedro, no que ficou conhecido como "Incidente em Antióquia",
por causa da relutância dele em realizar suas refeições com os cristãos gentios
em Antióquia.
Escrevendo depois sobre o incidente,
relata ter dito a Pedro e os demais presentes «Se tu, sendo judeu, vives como
gentio, e não como judeu, como obrigas os gentios a viver como os judeus? »
(Gálatas 2:11-14). Paulo também menciona que até mesmo Barnabé, seu companheiro
de viagem até aquele momento, ficou do lado de Pedro36 [nota l].
O resultado final do incidente permanece
incerto. A Enciclopédia Católica afirma que "o relato de Paulo sobre o
incidente não deixa dúvidas de que Pedro viu justiça na reprimenda".
Há um debate sobre se a viagem de Paulo
em Gálatas 2 se refere à visita para ajudar na fome ou sobre o Concílio de
Jerusalém. Se for à primeira, então esta é a visita feita «depois de quatorze
anos» (Gálatas 2:1).
Paulo chegou em Jerusalém em 57 com uma
coleta de dinheiro que tinha feito para a comunidade local4 e, segundo Atos,
ele foi recebido calorosamente. Porém, o relato continua afirmando que ele foi
interrogado por Tiago por ensinar a «...todos os judeus que estão entre os
gentios a apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não circuncidem seus filhos
nem andem segundo os nossos ritos» (Atos 21:22). Paulo então realizou um ritual
de purificação para não dar aos judeus nenhum motivo para acusá-lo por não
seguir os mandamentos da Lei.
Paulo, porém, continuava a pregar contra
a circuncisão, contra as restrições alimentares e contra os requerimentos da
Torá e isto provocou o rompimento final com os judeus. Paulo causou um alvoroço
ao aparecer no Templo e somente escapou da morte por ter sido preso.
Ele foi então mantido prisioneiro por
dois anos em Cesaréia até que um novo governador reabrisse seu caso em 54.
Quando Paulo foi acusado de traição apelou ao César, alegando seu direito, como
cidadão romano, de ser levado a um tribunal apropriado e de se defender das
acusações.
Atos 28:1 relata que no caminho para
Roma, Paulo sofreu um naufrágio em "Melite" (Malta), onde ele se
encontrou com Públio e foi recebido pelos habitantes da ilha com "muita
humanidade". Ele chegou a Roma por volta do ano 60 e passou mais dois anos
em prisão domiciliar. Contando esta vez, Paulo passou entre cinco e seis anos
preso em celas ou prisioneiro em casa.
Ireneu de Lyon acreditava que Pedro e
Paulo tinham sido os fundadores da Igreja de Roma, sendo eles a nominarem São
Lino como bispo e sucessor:
“...Igreja fundada e organizada em Roma
pelos dois mais gloriosos apóstolos, Pedro e Paulo; também [ensinando] a fé
pregada aos homens, que chegou aos nossos dias através da sucessão dos bispos. Os
abençoados apóstolos, então, tendo fundado e abençoado a Igreja, entregaram nas
mãos de Lino o episcopado. ”
Paulo, porém, não foi bispo de Roma e
nem levou o cristianismo para lá, pois já havia cristãos em Roma quando ele
chegou lá. É evidente também que Paulo já tinha escrito uma epístola para a
Igreja de Roma antes de ter visitado a cidade. Porém, Paulo pode ter tido um
importante papel na formação da Igreja na capital romana.
Nem a Bíblia e nem outra história
qualquer conta explicitamente como ou quando Paulo morreu. De acordo com a
tradição cristã, Paulo foi decapitado em Roma durante o reino do imperador Nero
em meados dos anos 60 na Abadia das Três Fontes (em italiano: Tre Fontane). O
tratamento mais "humano" dado a Paulo, em contraste com a
crucificação invertida de São Pedro, foi graças à sua cidadania romana.
Vários autores cristãos da Antiguidade
já propuseram mais detalhes sobre a morte de Paulo. I Clemente, uma carta
escrita pelo bispo de Roma, Clemente, por volta do ano 90 d.C. relata o
seguinte sobre Paulo:
“ Por causa de inveja e brigas, Paulo,
pelo exemplo, mostrou a recompensa da resistência paciente. Após ele ter sido
preso por sete vezes, ter sido exilado, apedrejado e ter pregado no ocidente e
no oriente, ele recebeu o reconhecimento que era o prêmio da sua fé, tendo
ensinado a retidão para o mundo inteiro e tendo chegado aos confins do
ocidente. E quando ele já tinha dado seu testemunho perante os governantes,
partiu deste mundo e foi para um lugar sagrado, tendo encontrado um notável
padrão de resistência paciente. ”
Eusébio de Cesaréia, que escreveu no
século IV d.C., afirma que Paulo foi decapitado durante o reino do imperador
romano Nero. Este evento tem sido datado ou no ano de 64 d.C., quando Roma foi
devastada por um incêndio, ou alguns anos depois, em 67 d.C.
A festa de São Pedro e São Paulo, da
Igreja Católica, é comemorada em 29 de junho, o que pode refletir uma data
tradicional para o seu martírio. Outras fontes também apontaram uma tradição de
que Pedro e Paulo teriam morrido no mesmo dia (e, possivelmente, no mesmo ano).
O apócrifo Atos de Pedro sugere que
Paulo sobreviveu a Roma e viajou para o oeste, para a Hispânia. Alguns mantém o
ponto de vista que ele poderia ter visitado a Grécia e a Ásia Menor após a sua
viagem à Hispânia e que ele pode ter sido finalmente preso em Troas e enviado a
Roma para ser executado.
Paulo escrevendo suas epístolas.
Valentin de Boulogne ou Nicolas
Tournier, século XVI, atualmente na Blaffer Foundation Collection, Houston,
Texas.
O ensinamento de Paulo sobre o fim do
mundo aparece muito claramente nas suas epístolas à igreja de Tessalônica.
Muito perseguidos, é possível que eles tenham escrito para o apóstolo primeiro
perguntando sobre os que já tinham morrido e sobre o que deveriam esperar no
final. Paulo então os assegura que os mortos se levantarão primeiro e serão
seguidos pelos que ainda estão vivos.
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