Síndrome amnéstica
Os alcoólatras "pesados" em parte (10%)
desenvolvem algum problema grave de memória. Há dois desses tipos: a primeira é
a chamada Síndrome Wernicke-Korsakoff (SWK) e a outra a demência alcoólica. A
SWK é caracterizada por descoordenação motora, movimentos oculares rítmicos
como se estivesse lendo (nistagmo) e paralisia de certos músculos oculares,
provocando algo parecido ao estrabismo para quem antes não tinha nada.
Além desses sinais neurológicos o paciente pode
estar em confusão mental, ou se com a consciência clara, pode apresentar
prejuízos evidentes na memória recente (não consegue gravar o que falou 5
minutos antes) e muitas vezes para preencher as lacunas da memória o paciente
inventa histórias, a isto chamamos confabulações.
Este quadro deve ser considerado uma emergência,
pois requer imediata reposição da vitamina B1(tiamina) para evitar um
agravamento do quadro. Os sintomas neurológicos acima citados são rapidamente
revertidos com a reposição da tiamina, mas o déficit da memória pode se tornar
permanente.
Quando isso acontece o paciente apesar de ter a
mente clara e várias outras funções mentais preservadas, torna-se uma pessoa
incapaz de manter suas funções sociais e pessoais. Muitos autores referem-se à
SWK como uma forma de demência, o que não está errado, mas a demência é um
quadro mais abrangente, por isso preferimos o modelo americano que diferencia a
SWK da demência alcoólica.
Síndrome Demencial Alcoólica
Esta é semelhante a demência propriamente dita como
a de Alzheimer. No uso pesado e prolongado do álcool, mesmo sem a síndrome de
Wernick-Korsakoff, o álcool pode provocar lesões difusas no cérebro
prejudicando além da memória a capacidade de julgamento, de abstração de conceitos;
a personalidade pode se alterar, o comportamento como um todo fica prejudicado.
A pessoa torna-se incapaz de
sustentar-se.