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9/13/2012

Álcool e Diabetes


Existe um tipo de diabetes decorrente do uso de bebida alcoólica de forma crônica. Isto pode levar a um quadro de pancreatite e eventual destruição das células beta pancreáticas (local de produção da insulina). Vale lembrar que, mesmo nos casos em que o álcool não foi o causador direto do diabetes, o seu uso excessivo pode levar ao descontrole da glicose. O efeito do álcool no diabetes pode ser surpreendente: ele pode causar complicações graves, como hiperglicemia (alto nível de açúcar no sangue) ou hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue), além da embriaguez. Os sintomas destas complicações podem ser iguais aos da intoxicação, retardando o tratamento.
Álcool e açúcar no sangue
O álcool não é um carboidrato, uma proteína, ou uma gordura, as principais fontes de energia do corpo. Ao invés disso, o corpo o vê mais como uma toxina.  Para o corpo, o álcool é um veneno que precisa ser metabolizado e removido o mais rápido possível para evitar que se acumule e destrua as células e órgãos.
Quando se bebe, o álcool passa muito rapidamente do estômago e intestinos para o corpo sem ser metabolizado. As enzimas no fígado fazem o trabalho de metabolização do álcool, mas esse processo demora muito. O fígado só pode metabolizar o álcool a uma velocidade, que não tem nenhuma relação com a quantidade que foi ingerida. Se o álcool for ingerido muito rápido, ele não será metabolizado e permanecerá na corrente sanguínea e outras partes do corpo até que possa ser metabolizado. As células cerebrais são afetadas por esse excesso, impedindo que o cérebro funcione normalmente com a pessoa apresentando o quadro típico de embriaguez.
Ter comido ou não é um fator que pode influenciar na rapidez com que o álcool será absorvido no corpo. Uma vez que o álcool só pode ser processado a uma determinada taxa pelo seu fígado, diminuir o tempo de absorção (quão rápido o álcool aparece no seu sangue) pode ser benéfico. A rapidez com que seu estômago se esvazia no intestino é o que determina o tempo de absorção do álcool.
Quanto maior a concentração de gordura da carne ingerida, mais devagar será o processo de esvaziamento do estômago e maior será o processo de absorção. Um estudo mostrou que as pessoas que bebem álcool depois de uma refeição que inclua gordura, proteína e carboidratos, absorvem o álcool aproximadamente três vezes mais devagar do que quando eles bebem a mesma quantidade de estômago vazio. Além da intoxicação que o álcool pode causar, o processo de metabolizar o álcool atrapalha outros processos que devem ser realizados pelo fígado. Normalmente, se o seu nível de glicose no sangue começa a cair, seu fígado responde liberando glicose estocada no seu interior para o sangue, aumentando o nível sérico e glicose. Essa glicose liberada pelo fígado no sangue corrige a hipoglicemia. 
Entretanto, uma vez que o corpo enxerga o álcool como um veneno, ele quer retirá-lo o mais rápido possível. Na verdade, ele está tão ocupado processando o álcool, que não produzirá ou liberará glicose estocada até que o álcool tenha sido eliminado do corpo. Essa incapacidade de produzir glicose pode criar uma situação de risco por causa de vários problemas, incluindo uma grave reação de hipoglicemia (baixa glicose no sangue). Ou se tiver feito uma refeição muito grande e continuar a beber álcool com muitos carboidratos, como cerveja, os níveis de glicose no sangue podem subir muito (hiperglicemia).
Se tiver consumido álcool em demasia, seu julgamento será afetado, diminuindo ou até mesmo eliminando a capacidade de notar ou reconhecer os sintomas da hipoglicemia. Para finalizar, por serem parecidos com a intoxicação, os sintomas da hipoglicemia podem ser confundidos com os da embriaguez, retardando o tratamento de emergência.