Alcoolismo e acidente vascular cerebral
A cada ano, mundo afora, aproximadamente 15 milhões de pessoas (principalmente adultos de mais de 40 anos de idade) sofrem derrames, com destaque para a ocorrência do AVC isquêmico. O uso de bebidas alcoólicas, de maneira paradoxal, foi identificado tanto como fator de risco, em especial seu uso pesado, quanto fator de proteção com seu uso moderado (2 doses diárias para homens e 1 dose para mulheres).
Uma visão mais detalhada mostra que quanto maior o uso de álcool maior o risco de ocorrência de AVC hemorrágico sem que aja qualquer evidência de uso que funcione como agente protetor para esse tipo de AVC. Já quanto ao AVC isquêmico, há claramente um risco diminuído de ocorrência dessa enfermidade com o uso moderado de álcool e aumento no risco com o uso pesado dessa substância.
Apesar de já haver um corpo sólido de informações sobre os efeitos do álcool no organismo, há a necessidade de se aprofundar o conhecimento sobre a interação entre o uso de álcool e a ocorrência de doenças crônicas, em especial do AVC. Os autores recomendam que os estudos futuros sobre álcool e derrame procurem separar as diferentes categorias de AVC (se possível de maneira mais aprofundada que apenas AVC isquêmico e hemorrágico). Ademais, é de grande importância que também seja levado em conta o padrão de consumo de álcool, em especial o uso pesado de álcool feito de maneira irregular.
Para concluir o editorial, os autores sugerem a realização de mais estudos prospectivos sobre o tema, com atenção especial dada ao método (levando em conta os diferentes padrões de consumo de álcool e os diferentes tipos de AVC) e também atenção dada à relação do uso de álcool e doenças crônicas como o câncer e diabetes.
Título: Alcohol consumption, stroke and public health—an overlooked relation?
Autores: Jürgen Rehm, Benjamin Taylor
Fonte: Addiction, 101, 1679–1681, 2006
IF 3,696
Fonte:CISA - Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool
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Alcoolismo e acidente vascular cerebral -2
O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é popularmente conhecido como derrame. Ele ocorre quando o suprimento de sangue é interrompido para alguma região do cérebro, gerando vários sinais e sintomas. Esses sinais e sintomas podem ser transitórios ou permanentes, acarretando desde quadros mais leves até situações de risco de vida.
O AVC no Brasil
Os AVC´s representam até 70% das doenças neurológicas em idosos, sendo mais comum em pacientes com hipertensão arterial e diabetes mal controladas. É sabido que as chances de incidência duplicam após os 55 anos. Atualmente, 1.800.000 vítimas de derrame vivem no Brasil. Estima-se que surjam cerca de 340 mil casos novos por ano, o que faz desta doença a principal responsável pelas causas de morte e incapacidade do país.
Existem dois tipos de AVC
• AVC hemorrágico: até 15% dos casos. Ocorre devido à ruptura de um vaso sanguíneo, dentro ou ao redor do cérebro.
Pessoas com maior risco de ter um AVC
• Usuários de bebidas alcoólicas
• Idosos
• Obesos
• Diabéticos
• Hipertensos
• Tabagistas
• Sedentários
• Pessoas com AVC prévio
• Pessoas com problemas cardíacos
Seqüelas
• Doenças vasculares cerebrais representam a segunda causa de demência gerando, com freqüência, alterações de memória, raciocínio e atenção;
• Outras seqüelas possíveis: alterações comportamentais, depressão e limitação física para atividades diárias; dependência dos pacientes - 20% precisarão de ajuda para caminhar, 70% terão alterações na capacidade de falar; e 65% terão dificuldades para engolir saliva e alimentos, podendo desenvolver desnutrição, desidratação e aspiração de alimentos para o pulmão.
Sinais e sintomas de alerta
• Formigamento, fraqueza ou falta de movimentos em um lado do corpo;
• Dificuldade para falar ou entender;
• Desvio na boca;
• Dor de cabeça súbita e de forte intensidade;
• Visão borrada ou diminuição da visão;
• Perda do equilíbrio ou coordenação motora;
• Perda súbita da consciência.
O que fazer na presença dos sintomas
Ao notar qualquer um dos sintomas citados, procurar imediatamente o serviço de emergência mais próximo, para que o paciente possa ser avaliado adequadamente.
Lembre-se sempre que:
• Existe tratamento para os pacientes com AVC; porém, ele será mais eficiente se for feito nas primeiras seis horas dos sintomas;
• Quanto mais rápida for a avaliação do paciente, menor a chance dele apresentar complicações decorrentes do AVC;
• Os pacientes devem ser atendidos preferencialmente em hospitais preparados para o atendimento desse tipo de emergência, que possuam os equipamentos necessários e os médicos capacitados;
• Para a investigação adequada, o hospital deve dispor de equipamentos como Doppler de Carótidas, Tomografia, Ecocardiograma, Ressonância Magnética, Angiografia Cerebral e Doppler Transcraniano; recomenda-se, se possível, conhecer a capacidade dos hospitais próximos ao seu trabalho ou residência;
• O neurologista é o médico com conhecimento e experiência para atender esse tipo de emergência e realizar a investigação necessária;
• Os pacientes deverão ser acompanhados de forma regular pelo neurologista, para prevenir novos AVC’s e também para orientação sobre a melhor forma de tratamento e recuperação das seqüelas, se elas existirem.
• Dependendo de cada caso, os pacientes podem necessitar dos cuidados de outros profissionais como: cardiologista, endocrinologista, cirurgião vascular, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, enfermeiro, psiquiatra, psicólogo e nutricionista.
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