Casuística
Análise e
classificação dos casos de consciência, isto é, dos problemas que nascem da
aplicação das normas morais ou religiosas à vida humana. A exigência de uma
Casuística moral foi encarada por Kant, que esclareceu o seu conceito da
seguinte forma:
A ética, pela ampla
margem que concede aos deveres imperfeitos, conduz inevitavelmente a questões
que levam o juízo a ter de decidir como a norma deve ser aplicada aos casos
particulares. Assim, a ética desemboca na Casuística. A Casuística não é
ciência nem parte de ciência, pois nesse caso seria dogmática, mas é um
exercício que ensina como a verdade deve ser procurada.
Catarse
Libertação do que é
estranho à essência ou à natureza de uma coisa e que, por isso, a perturba ou
corrompe. Esse termo, de origem médica, significa purgação. Platão define a
Catarse como a discriminação que conserva o melhor e rejeita o pior. Em Platão,
esse termo tem significado moral e metafísico.
Designa, em primeiro
lugar, a libertação em relação aos prazeres; em segundo lugar, a libertação da
alma em relação ao corpo, no sentido de que a alma se separa ou se retira das
atividades físicas e realiza, já em vida, a separação total, que é a morte.
Plotino insistirá
neste último aspecto; para ele a virtude purifica a alma dos desejos e de todas
as outras emoções, no sentido de que separa a alma do corpo e faz que a alma se
recolha em si mesma e se torne impassível.
Criticismo
Doutrina de Kant, nos
pontos básicos pelos quais agiu na filosofia moderna e contemporânea, e que
podem ser assim resumidos:
1 - Formulação
crítica do problema filosófico e, portanto, condenação da metafísica como
esfera de problemas que estão além das possibilidades da razão humana.
2 - Determinação da
tarefa da filosofia como reflexão sobre a ciência e, em geral, sobre as
atividades humanas, a fim de determinar as condições que garantem (e limitam) a
validade da ciência e, em geral, das atividades humanas.
3 - Distinção
fundamental, no domínio do conhecimento, entre os problemas relativos à origem
e ao desenvolvimento do conhecimento no homem e o problema da validade do
próprio conhecimento.
4 - Conceito de
moralidade fundada no imperativo categórico e conceito de imperativo categórico
como forma da razão em seu uso prático.
Deísmo
Doutrina de uma
religião natural ou racional não fundada na revelação histórica, mas na
manifestação natural da divindade à razão do homem. As teses fundamentais do
Deísmo podem ser descritas da seguinte forma:
1 - A religião não
contém e não pode conter nada de irracional;
2 - A verdade da
religião revela-se, portanto, à própria razão, e a revelação histórica é
supérflua;
3 - As crenças da
religião natural são poucas e simples: existência de Deus, criação e governo
divino do mundo, retribuição do mal e do bem em vida futura.
Devoção
Segundo Kant é a
disposição de espíritos que nos torna capazes de sentimentos de dedicação para
com Deus, e que se obtém mediante as práticas do culto.
Egoísmo
1. Termo criado no
século XVIII para indicar a atitude de quem dá importância predominante a si
mesmo ou aos seus próprios juízos, sentimentos ou necessidades, e pouco ou nada
se preocupa com os outros.
Platão já achava que
o "amor desmesurado por si mesmo" é a causa de todas as culpas dos
homens. Muitas vezes o Egoísmo foi considerado atitude natural do homem. Diz
Kant: "A partir do dia em que o homem começa a falar em primeira pessoa,
ele passa a pôr seu querido eu na frente de tudo, e o Egoísmo progride
incessantemente, sub-reptícia ou abertamente.
Aliás, antes de Kant,
Adam Smith e os moralistas franceses tinham visto no Egoísmo uma das emoções
fundamentais do homem. Vauvenargues, que chama o Egoísmo de "amor
próprio", distingue-o do amor de si. Kant distingue três formas de
Egoísmo:
Egoísmo lógico, de
quem não acha necessário submeter seu próprio juízo ao juízo alheio;
Egoísmo estético, que
se satisfaz com seu próprio gosto;
Egoísmo moral, de
quem restringe todos os fins a si mesmo e não vê utilidade no que não lhe traz
proveito.
Além dessas três
espécies de Egoísmo, Kant distingue o Egoísmo metafísico, que responde
negativamente à pergunta: "eu, como ser pensante, tenho razão de admitir,
além da minha existência, também a de um todo de outros seres que estão em
comunhão comigo?".
A antítese entre
Egoísmo e altruísmo e a predição do futuro triunfo do altruísmo são típicas da
ética positivista. O positivismo cunhou a palavra altruísmo e, ao lado dos
instintos egoísticos, admitiu a existência de instintos altruístas destinados a
prevalecer com o progresso moral da humanidade.
Por outro lado,
Stirner e Nietzsche sustentaram a moral do egoísmo. Stirner chamou seu
anarquísmo de Egoísmo absoluto, que consiste na afirmação de que o indivíduo é
a única realidade e o único valor.
Nietzsche por sua vez
dizia: "O Egoísmo é parte essencial da alma aristocrática e por egoísmo
entendo a fé inquebrantável em que outros seres devem sujeitar-se e
sacrificar-se pelo ser que nós somos".
Scheler deu a melhor
caracterização do Egoísmo, distinguindo-o do amor de si ou filáucia. O Egoísmo,
segundo diz, não se dirige ao eu individual como objeto de amor desvinculado de
todas as relações sociais.
O egoísta não se
comporta como se estivesse só no mundo, mas está tão absorvido por seu eu
social que se apega somente aos seus próprios valores ou àqueles que podem
tornar-se seus. Essa atitude é o contrário do amor de si, dirigido
principalmente aos valores por si mesmos.
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