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8/03/2015

Dependência Química e Conceitos Filosóficos

Casuística
Análise e classificação dos casos de consciência, isto é, dos problemas que nascem da aplicação das normas morais ou religiosas à vida humana. A exigência de uma Casuística moral foi encarada por Kant, que esclareceu o seu conceito da seguinte forma:

A ética, pela ampla margem que concede aos deveres imperfeitos, conduz inevitavelmente a questões que levam o juízo a ter de decidir como a norma deve ser aplicada aos casos particulares. Assim, a ética desemboca na Casuística. A Casuística não é ciência nem parte de ciência, pois nesse caso seria dogmática, mas é um exercício que ensina como a verdade deve ser procurada.
Catarse
Libertação do que é estranho à essência ou à natureza de uma coisa e que, por isso, a perturba ou corrompe. Esse termo, de origem médica, significa purgação. Platão define a Catarse como a discriminação que conserva o melhor e rejeita o pior. Em Platão, esse termo tem significado moral e metafísico.
Designa, em primeiro lugar, a libertação em relação aos prazeres; em segundo lugar, a libertação da alma em relação ao corpo, no sentido de que a alma se separa ou se retira das atividades físicas e realiza, já em vida, a separação total, que é a morte.
Plotino insistirá neste último aspecto; para ele a virtude purifica a alma dos desejos e de todas as outras emoções, no sentido de que separa a alma do corpo e faz que a alma se recolha em si mesma e se torne impassível.
Criticismo
Doutrina de Kant, nos pontos básicos pelos quais agiu na filosofia moderna e contemporânea, e que podem ser assim resumidos:
1 - Formulação crítica do problema filosófico e, portanto, condenação da metafísica como esfera de problemas que estão além das possibilidades da razão humana.
2 - Determinação da tarefa da filosofia como reflexão sobre a ciência e, em geral, sobre as atividades humanas, a fim de determinar as condições que garantem (e limitam) a validade da ciência e, em geral, das atividades humanas.
3 - Distinção fundamental, no domínio do conhecimento, entre os problemas relativos à origem e ao desenvolvimento do conhecimento no homem e o problema da validade do próprio conhecimento.
4 - Conceito de moralidade fundada no imperativo categórico e conceito de imperativo categórico como forma da razão em seu uso prático.
Deísmo
Doutrina de uma religião natural ou racional não fundada na revelação histórica, mas na manifestação natural da divindade à razão do homem. As teses fundamentais do Deísmo podem ser descritas da seguinte forma:
1 - A religião não contém e não pode conter nada de irracional;
2 - A verdade da religião revela-se, portanto, à própria razão, e a revelação histórica é supérflua;
3 - As crenças da religião natural são poucas e simples: existência de Deus, criação e governo divino do mundo, retribuição do mal e do bem em vida futura.
Devoção
Segundo Kant é a disposição de espíritos que nos torna capazes de sentimentos de dedicação para com Deus, e que se obtém mediante as práticas do culto.
Egoísmo
1. Termo criado no século XVIII para indicar a atitude de quem dá importância predominante a si mesmo ou aos seus próprios juízos, sentimentos ou necessidades, e pouco ou nada se preocupa com os outros.
Platão já achava que o "amor desmesurado por si mesmo" é a causa de todas as culpas dos homens. Muitas vezes o Egoísmo foi considerado atitude natural do homem. Diz Kant: "A partir do dia em que o homem começa a falar em primeira pessoa, ele passa a pôr seu querido eu na frente de tudo, e o Egoísmo progride incessantemente, sub-reptícia ou abertamente.
Aliás, antes de Kant, Adam Smith e os moralistas franceses tinham visto no Egoísmo uma das emoções fundamentais do homem. Vauvenargues, que chama o Egoísmo de "amor próprio", distingue-o do amor de si. Kant distingue três formas de Egoísmo:
Egoísmo lógico, de quem não acha necessário submeter seu próprio juízo ao juízo alheio;
Egoísmo estético, que se satisfaz com seu próprio gosto;
Egoísmo moral, de quem restringe todos os fins a si mesmo e não vê utilidade no que não lhe traz proveito.
Além dessas três espécies de Egoísmo, Kant distingue o Egoísmo metafísico, que responde negativamente à pergunta: "eu, como ser pensante, tenho razão de admitir, além da minha existência, também a de um todo de outros seres que estão em comunhão comigo?".
A antítese entre Egoísmo e altruísmo e a predição do futuro triunfo do altruísmo são típicas da ética positivista. O positivismo cunhou a palavra altruísmo e, ao lado dos instintos egoísticos, admitiu a existência de instintos altruístas destinados a prevalecer com o progresso moral da humanidade.
Por outro lado, Stirner e Nietzsche sustentaram a moral do egoísmo. Stirner chamou seu anarquísmo de Egoísmo absoluto, que consiste na afirmação de que o indivíduo é a única realidade e o único valor.
Nietzsche por sua vez dizia: "O Egoísmo é parte essencial da alma aristocrática e por egoísmo entendo a fé inquebrantável em que outros seres devem sujeitar-se e sacrificar-se pelo ser que nós somos".
Scheler deu a melhor caracterização do Egoísmo, distinguindo-o do amor de si ou filáucia. O Egoísmo, segundo diz, não se dirige ao eu individual como objeto de amor desvinculado de todas as relações sociais.
O egoísta não se comporta como se estivesse só no mundo, mas está tão absorvido por seu eu social que se apega somente aos seus próprios valores ou àqueles que podem tornar-se seus. Essa atitude é o contrário do amor de si, dirigido principalmente aos valores por si mesmos.

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