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9/01/2018

Álcool é uma droga; mesmo!


Amandio Teixeira
Isabel Scott

Falar de alcoolismo é falar de doença. Uma doença sem cura, progressiva e que leva à morte. Morre-se lenta e sofridamente. Usuários de drogas, especialmente o álcool, são encontrados em todas as faixas etárias. Atinge tanto homens como mulheres, sendo estas cada vez em maior número.

Os problemas relacionados ao alcoolismo ocorrem, em média, por volta dos quarenta anos. São a consequência do hábito de beber iniciado muitos anos antes, na maioria das vezes durante a adolescência.
Em geral se verifica que o alcoólatra começa a se habituar através do etilismo social, no qual ele tanto encontra alívio das tensões usuais da sua vida quanto descobre que suas tensões internas podem ser neutralizadas pela ingestão de bebidas alcoólicas. Com o decorrer do tempo ele se torna cada vez mais dependente da bebida como um meio de reduzir a ansiedade.
O alcoolismo ainda é mais comum entre os homens do que entre as mulheres. Igualmente, o reconhecimento da sua existência como um hábito ou vício gradual tem lugar, em média, quase uma década antes nos homens do que nas mulheres, apesar de que nota-se uma tendência à diminuição deste tempo.
É importante ressaltar que o alcoolismo feminino cresce assustadoramente e, além disso, resulta em doenças em maior número que as que acometem os homens, de forma mais rápida, mais grave e com um final muito doloroso. O alcoolismo feminino será discutido no decorrer do texto.
Outro problema ainda mais sério é relacionado às crianças e adolescentes. As drogas estão cada vez mais próximas e acessíveis às crianças e jovens. Entretanto, os jovens se mostram mais esclarecidos que os adultos quanto aos seus efeitos negativos, entretanto, o consumo continua aumentando na faixa etária dos 9 aos 21 anos.
O consumo de álcool no Brasil está acima da média mundial. O vício é considerado uma doença crônica, que pode ser controlado com tratamento adequado.
O consumo pode causar mais de 200 doenças, inclusive mentais. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 3,3 milhões de pessoas morrem todos os anos em consequência de problemas com o alcoolismo.
Em média, cada pessoa no mundo bebe 6,2 litros de álcool puro por ano. Conheça a seguir os países. O consumo médio per capita em cada um dele e a preferência do paladar - entre cerveja, vinho, destilados e outros tipos de bebidas:
Consumo de álcool puro entre adultos (idade 15+) em litros por pessoa por ano (2015)
Moldávia 17,4
Lituânia 16,2
Rússia 14,5
Romênia 12,9
Sérvia 12,9
Portugal 12,5
Brasil 9,1


Cerca de 1,5 milhão de adolescentes e adultos usam maconha diariamente no Brasil, aponta o segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Ainda de acordo com o estudo, em São Paulo, mais de 3 milhões de adultos, com idade entre 18 e 59 anos, fumaram maconha no último ano e cerca de 8 milhões de adultos já experimentaram a droga alguma vez.
Entre os usuários, o levantamento aponta três vezes mais homens do que mulheres em qualquer faixa etária.
Outras drogas ilícitas no Brasil – cocaína, crack, opioides entre outros – vem se agravando. O registro dessas substâncias saltou de 0,8% para 7,3% na última década, segundo dados do IBGE.
Para falar de alcoolismo de forma produtiva, eficaz e capaz de trazer resultados positivos, o primeiro passo é que a pessoa que consome álcool é ou não um alcoólatra. Para tanto, fornecemos o questionário abaixo, de maneira que não restem dúvidas sobre a presença da doença ou não.
Escala de Dependência de Álcool
Alcohol Dependence Scale (ADS)
ADS é um questionário composto por 25 itens, autoaplicável ou por meio de entrevista com o paciente. O ADS fornece uma medida quantitativa da severidade dos sintomas de dependência do álcool. Os 25 itens cobrem os sintomas de abstinência da substância, controle prejudicado ao beber, consciência da compulsão por beber, aumento da tolerância ao álcool e ressaltado comportamento de busca por bebida.
O ADS fornece uma medida quantitativa da severidade dos sintomas de dependência do álcool consistente com o conceito da síndrome de dependência de álcool. O ADS é largamente usado na pesquisa e como ferramenta clínica, e diversos estudos comprovam a confiabilidade e validade do método.
As instruções para aplicação do ADS referem-se ao consume nos últimos 12 meses. Entretanto, essas instruções podem ser adaptadas para medidas em outros intervalos específicos (Seis ou 24 meses) de tratamento.
A aplicabilidade do ADS tem sido reportada principalmente em grupos de adultos, mas estudos também o aplicam em outros conjuntos da população (jovens) tendo-se o cuidado de inserir as devidas adaptações. O ADS leva a uma medida do grau de severidade da dependência, o que é importante para o planejamento do tratamento, especialmente a intensidade do mesmo.
O ADS pode ser usado com uma grande variedade de parâmetros para avaliação do grau de dependência alcoólica. Uma pontuação de 9 ou mais é altamente indicativa de um diagnóstico de dependência de álcool.
Pontuação: as questões com duas opções de resposta são pontuadas em 0 e 1; com três pontua-se 0,1,2 e com quarto, 0,1,2,3. Em cada caso, quanto maior o valor maior a dependência. A pontuação pode variar entre 0 e 47.
Confiabilidade:
O ADS apresenta alta consistência interna reportando coeficientes de correlação de 0,90 e 0,91 para duas amostras onde o método foi aplicado. Uma nova aplicação do teste após uma semana de tratamento manteve a estabilidade temporal da escala. Outros estudos reportam coeficientes de consistência interna de 0,92, 0,85 e 0,94.
Instruções:
Leia atentamente cada questão e as possíveis respostas fornecidas. Responda cada questão com um círculo sobre a opção que mais se aproxime do seu caso.
Beber sempre se refere a bebidas alcoólicas.
Leve o tempo que for preciso.
O teste deve ser respondido de forma cuidadosa e no menor tempo possível. Por favor, responda a todas as questões. Elas se referem aos últimos 12 meses de sua vida.


Escala de Dependência de Álcool
1. Quanto você bebeu na última vez em que bebeu?
(0) O suficiente para ficar “alto”
(1) O suficiente para ficar bêbado
(2) O suficiente para “sair do ar”
2. Você tem ressacas com frequência nas manhãs de Domingo ou Segunda Feira?
(0) Não
(1) Sim
3. Você já teve tremores quando passa o efeito do álcool (tremor das mãos, tremores internos)?
(0) Não
(1) Algumas vezes
(2) Com frequência
4. Você fica fisicamente doente (cólicas estomacais, vômitos) como resultado da bebida?
(0) Não
(1) Algumas vezes
(2) Quase toda vez que bebo
5. Você já teve delirium tremens – viu, sentiu ou ouviu coisas irreais, sentiu-se muito ansioso, cansado ou hiperexcitado?
(0) Não
(1) Algumas vezes
(2) Muitas vezes


6. Quando bebe você fica confuso, cambaleia?
(0) Não
(1) Algumas vezes
(2) Com frequência
7. Como resultado de beber você sente muito calor e transpira como se estivesse febril?
(0) Não
(1) Uma vez
(2) Muitas vezes
8. Quando bebe você vê coisas que na verdade não estão ali?
(0) Não
(1) Uma vez
(2) Muitas vezes
9. Você entra em pânico quando percebe que pode não haver bebida quando precisar dela?
(0) Não
(1) Sim
10. Você já teve apagões (“perda de memória”) como resultado da bebida?
(0) Não, nunca
(1) Algumas vezes
(2) Com frequência
(3) Quase toda vez que bebo
11. Você sempre tem uma garrafa por perto ou a leva consigo?
(0) Não
(1) Algumas vezes
(2) A maior parte do tempo
12. Depois de um período de abstinência você volta a beber pesadamente?
(0) Não
(1) Algumas vezes
(2) Quase toda vez que bebo
13. Nos últimos doze meses você “saiu do ar” como resultado da bebida?
(0) Não
(1) Uma vez
(2) Mais de uma vez
14. Você já teve convulsão depois de um período bebendo?
(0) Não
(1) Sim
(2) Muitas vezes
15. Você bebe o dia todo?
(0) Não
(1) Sim
16. Depois de beber pesadamente você ficou com a cabeça confusa ou pensamentos pouco claros?
(0) Não
(1) Sim, mas por algumas horas.
(2) Sim, por um ou dois dias.
(3) Sim, por muitos dias.
17. Como resultado da bebida você já sentiu o seu coração acelerado?
(0) Não
(1) Sim
(2) Muitas vezes
18. Você pensa frequentemente em beber ou no álcool?
(0) Não
(1) Sim
19. Como resultado da bebida você já ouviu “coisas” que não eram reais?
(0) Não
(1) Sim
(2) Muitas vezes
20. Você já teve sensações estranhas ou assustadoras quando estava bebendo?
(0) Não
(1) Uma ou duas vezes
(2) Com frequência
21. Como resultado da bebida você já sentiu “coisas” andando sobre você ou à sua volta (aranhas, outros insetos, etc.)?
(0) Não
(1) Sim
(2) Muitas vezes
22. Com respeito aos apagões:
(0) Você nunca teve um
(1) Teve, mas duraram menos de uma hora
(2) Teve e duraram várias horas
(3) Teve e duraram um dia ou mais
23. Você já tentou diminuir a bebida?
(0) Não
(1) Uma vez
(2) Várias vezes
24. Você bebe de forma rápida (“engole a bebida”)?
(0) Não
(1) Sim
25. Depois de um ou dois drinques você consegue parar?
(0) Sim
(1) Não
Interpretação dos resultados


0 - Nenhuma dependência
1 a 13 - Dependência leve, acima de nove já pode ser considerada uma situação de abuso.
14 a 21 - Dependência moderada
22 a 30 - Dependência Alta
31 a 47 - Dependência severa
Se a sua pontuação foi 0, parabéns! Mesmo assim, sugerimos que você continue lendo o texto para melhor poder interagir com sua família, explicando, coibindo e preservando, principalmente a qualidade de vida e a saúde de seus filhos.
É comum distinguir o abuso de drogas (dependência) do seu consumo experimental, ou já em fase de risco de dependência. Esta classificação refere-se à quantidade e frequência em que ela é usada. Os usuários podem ser classificados em:


CID 10
  • Experimentador
  • Usuário ocasional
  • Habitual
  • Dependente
OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a seguinte classificação para as pessoas que utilizam substâncias psicoativas:
  • Não usuário: nunca utilizou;
  • Usuário leve: utilizou drogas, mas no último mês o consumo não foi diário ou semanal;
  • Usuário moderado: utilizou drogas semanalmente, mas não diariamente no último mês;
  • Usuário pesado: utilizou drogas diariamente no último mês.
Nos últimos anos houve um aumento significativo do uso de álcool entre os 9 e os 12 anos. A ausência do assunto drogas nas famílias fica clara, quando 29% dos jovens ainda não mantêm diálogo sobre drogas com os pais. Essa é a razão para esse texto.
Vamos a esse “amigo” tão “inofensivo”. Pelo menos assim pensa a maioria. Apresentamos o álcool e seus “seguidores” (as outras drogas).
Álcool: A droga mais perigosa
Nossa sociedade teme as drogas ilícitas. Maconha, cocaína, ópio, crack e ecstasy, entre outras, são os fantasmas que assombram os pais cada vez que seus filhos vão para uma festa. Sem dúvida, são substâncias nocivas que causam dependência física ou psíquica e, embora proibidas por lei, podem ser encontradas com facilidade nas mãos dos traficantes, que estão em toda a parte.
O maior perigo, porém, não mora aí. O vilão dos vilões é o álcool e nem todo mundo percebe isso. Vendido em larga escala, disponível em todos os restaurantes, padarias, supermercados, residências, bares e casas noturnas em geral, essa droga lícita tem feito vítimas em números astronômicos.
Está provado que o álcool causa dependência fortíssima. É mais fácil deixar a cocaína do que a bebida. A força de vontade do alcoolista em processo de cura tem de ser redobrada para se livrar da tentação.
A Droga incentivada
Se droga fosse ruim, ninguém se viciaria. Ninguém se vicia em martelada no dedo. Toda droga tem uma egrégora (uma energia que tem vida própria e que é criada e alimentada pelos usuários) extremamente forte, tem um departamento de marketing tremendamente eficiente mostrando as maravilhas alcançadas pelo seu uso.
Bem, a princípio, realmente a droga parece fantástica, torna a pessoa descontraída, simpática, autoconfiante e por aí vai….
Mas depois, com o tempo, ela (a droga) começa a se sentir mais segura e vai tornando-se exigente, ranzinza, mal humorada, até que ela não tem mais medo de ser abandonada e pronto, você está nas garras dela. Daí em diante o comando muda de lado, não há mais escolha, você não é mais livre, você depende dela. Agora ela é sua dona e já pode mostrar seu verdadeiro caráter….
Ela quer sua vida, ela vive através de você e o lado negro que agora aparece pede o seu aniquilamento, a sua destruição, você está condenado por ter se tornado mais fraco que ela.
Todas as drogas agem de maneira similar, porém, no caso do álcool, a dificuldade é muito maior. Existem os bebedores pesados, que fogem de si próprios através da bebida e existem os alcoólatras.
Os primeiros conseguem parar de beber, os segundos, podem ficar anos sem beber, mas quando bebem não conseguem tomar um copo só, eles não são viciados, são doentes. Existe uma predisposição orgânica e fatores psíquicos ou de personalidade que favorecem sua instalação.
O organismo “defeituoso” que não sabe “lidar” com o álcool, não o elimina adequadamente e vai se habituando progressivamente a funcionar sob intoxicação, chegando a um ponto em que, se não receber mais álcool, perderá inteiramente a capacidade de ação. Agora o indivíduo está em dependência química, é alcoólatra.
O álcool é a porta de entrada para todas as outras drogas, conseguiu o 2º lugar como causa de morte, é responsável por 75% dos acidentes de trânsito, 45% das internações psiquiátricas, pode levar ao suicídio, causar invalidez precoce, destruir lentamente o físico e por aí vai….
Mas o “lado bom” do álcool, é que ele não tem preconceito, ele atinge qualquer pessoa de qualquer classe socioeconômica com a mesma dedicação e intensidade. O mais assustador é que, de cada 100 pessoas, de 12 a 15, tem esta doença.
Qual a forma de se combater as drogas, principalmente o álcool? O álcool, de todas as drogas, é a mais perniciosa e dissimulada. Ele é visto de uma maneira simpática e é até incentivado na sociedade, como um “remédio” fantástico para liberar as pessoas.
É considerado um símbolo de masculinidade e neste país, onde o machismo é incentivado, as mulheres tendem a se portar como os homens para sentirem-se liberadas.
Assim, um número muito maior de mulheres desenvolvem o alcoolismo. A juventude também está sendo atingida cada vez mais cedo, na busca de se sentir adulta e dona de si. O alcoolismo, que se instala lentamente, tem um campo fértil para se desenvolver.
Se quisermos uma vida melhor para nossos jovens, não adianta culpar o mundo, pois esse é um reflexo de nossas atitudes. Adianta sim, conhecermos o inimigo, tomarmos ciência de sua força e agir.
Se uma criança tem tendência à dependência do álcool, que ela não seja incentivada pelo desconhecimento de seus pais. Muitas vezes, uma brincadeira aparentemente inocente, pode despertar um monstro adormecido. A única saída é a conscientização.
Sozinhos não podemos mudar o mundo”. Talvez sim, talvez não. Mas podemos tentar. Entretanto, as grandes mudanças sempre começam na cabeça de alguém, que teve uma ideia, colocou em prática e contagiou os outros.


As quatro fases do alcoolismo
O Alcoolismo é uma doença caracterizada por quatro fases:
Primeira fase:
  • Fase social, sem dependência física, apenas dependência emocional.
  • Inicia-se na primeira vez que se bebe (lembrando-se que dois fatores são fundamentais: predisposição orgânica e fatores sociais que reforçam o uso, do contrário a doença não se desenvolve).
  • O primeiro sintoma é a dependência emocional.
  • O desenvolvimento emocional para e a pessoa torna-se pouco tolerante.
  • Como geralmente isso acontece na infância ou na adolescência, a mudança emocional geralmente não é percebida, pois se confunde com má-criação, infantilidade ou temperamento forte.
  • A partir daí, a doença desenvolve-se mais ou menos devagar, dependendo da predisposição orgânica.
  • Bebe-se pouco e socialmente, não há perdas em virtude do uso. Não há problemas físicos.
Segunda fase:
  • Fase social, sem dependência física, apenas dependência emocional.
  • O organismo modifica-se: tem-se a tolerância aumentada (bebe-se mais que na primeira fase). Não há problemas físicos.
  • Nesta fase o usuário pensa que pode minimizar o uso do álcool;
  • Admite saber seu limite de consumo e que pode parar quando quiser;
  • Pensa que o vício não o atingirá e coloca os prejuízos num futuro muito distante;
  • Justifica os momentos de excesso, como consequência de problemas que os outros vêm causando-lhes. Exemplo: Brigas com a família, com o (a) namorado (a), com os amigos, etc.
Terceira fase:
  • Fase problemática, com dependência física e emocional.
  • Bebe-se muito (altíssima tolerância).
  • O beber torna-se um problema.
  • Muitos problemas emocionais, ressacas constantes, problemas em decorrência da bebida, problemas familiares, problemas de relacionamento.
  • A síndrome de abstinência tem início de 6 a 8 horas após a última dose;
  • Causa também a impotência sexual;
  • Começam as “Paradas Estratégicas”;
  • Pode haver internações;
  • Há boas expectativas de recuperação física;
  • Há muitas perdas; Perda de controle; compulsão ou intenso desejo de beber;
  • Não controla o consumo, ou seja, não sabe quando tem que parar;
  • O organismo causa tolerância (aumento das doses para obter efeitos antes produzidos por doses menores);
  • Demora mais para recuperar-se dos efeitos da bebida;
  • Abandono progressivo do trabalho, com faltas frequentes;
  • Dificuldade de relacionamento social e familiar.
Quarta fase:
  • Fase problemática, com dependência física e emocional;
  • Bebe-se muito pouco, menos que na primeira fase;
  • Inicia-se a atrofia do cérebro;
  • O alcoólatra pode ter delírios, não tem interesse pela sua vida e nem por atividades de lazer;
  • Nervosismo; apatia; insônia; causa tremores generalizados por períodos excessivamente longos, com problemas físicos e emocionais extremos.


Álcool e morte
Como o álcool pode ser responsabilizado por milhares de mortes a cada ano?
  • 5% de todas as mortes por doenças do sistema circulatório são atribuídos ao álcool.
  • 15% de todas as mortes por doenças do aparelho respiratório são atribuídos ao álcool.
  • 30% de todas as mortes por acidentes causados por fogo e chamas são atribuídos ao álcool.
  • 30% de todos os afogamentos acidentais são atribuídos ao álcool.
  • 30% de todos os suicídios são atribuídos ao álcool.
  • 40% de todas as mortes devido a quedas acidentais são atribuídos ao álcool.
  • 45% de todas as mortes em acidentes automobilísticos são atribuídos ao álcool.
  • 60% de todos os homicídios são atribuídos ao álcool.
Álcool e outras drogas
As drogas e suas diversas substâncias afetam todas as gerações, têm uma história extremamente remota, existindo índices afirmando que a Cannabis Sativa era cultivada mil anos antes de Cristo.
Neste contexto pode-se compreender que as drogas são vivenciadas desde os primórdios da existência humana, em formas de plantas ou até mesmo em substâncias químicas que eram descobertas na época; e evoluindo, e chegando até os tempos atuais, afetando em uma alta escala os jovens, em vastas situações do cotidiano.
Os jovens em geral, utilizam tais substâncias por diferentes motivos, porém sempre existe algo em comum. Na adolescência o consumo é por curiosidade natural da idade, influência dos amigos ou até mesmo depressão. As drogas lhes propõem sensações surreais, fazendo com que eles busquem mais experiências prazerosas.


A doença da dependência química
A dependência química é uma doença que faz parte do grupo dos Transtornos Mentais. Os dependentes químicos são equivocadamente vistos como pessoas fracas, de pouca força de vontade, sem bom senso e sem sabedoria.
Porém, quando considerada como uma doença, podemos olhar sob outra perspectiva: de que se trata de um transtorno em que o portador desse distúrbio perde o controle do uso da substância, e sua vida psíquica, emocional, espiritual e física vão se deteriorando gravemente. Nessa situação, a maioria das pessoas precisa de tratamento e de ajuda competente e adequada.
É uma doença química: Pelo fato de que a dependência é provocada por uma reação química no metabolismo do corpo. O álcool, embora a maioria das pessoas o separe das drogas ilegais, é uma droga tão ou mais poderosa em causar dependência em pessoas predispostas, quanto qualquer outra droga, ilegal ou não.
É uma doença interna e não externa: A causa básica e única é o uso do produto, mas existem fatores internos inerentes ao organismo, que atuam ao mesmo tempo direta e indiretamente e que contribuem para a instalação da doença, provocando uma predisposição física e emocional para a dependência.
As expressões externas de uma dependência, como uma série de problemas sociais (pressão de grupo, moda, fome e miséria), familiares (falta de diálogo com os pais), sexuais, profissionais, emocionais (ansiedade, culpa), etc., não são as geradoras da dependência química e sim consequências de um determinado estilo de vida.
É uma doença progressiva: A lógica da interrupção desse processo destrutivo é não usar mais a droga, caso contrário a tendência é piorar com o passar do tempo.


É uma doença crônica incurável: Uma vez dependente químico, sempre dependente, indiferente de estar ou não em recuperação, usando ou não usando algum tipo de droga. Não há cura para a dependência; existe sim tratamento com êxito - contínuo e permanente.
É uma doença controlável: Mesmo que não se possa usar o álcool ou outras drogas de maneira “social” ou “recreativa”, o dependente, se aceitar, e realmente se empenhar no tratamento, poderá viver muito bem sem a droga e sem as consequências negativas do seu uso frequente.
É uma doença que atinge toda família: Qualquer tipo de comportamento toxicomaníaco tem uma incidência sobre aqueles que rodeiam a pessoa em causa e, sobretudo, sobre a sua família, tornando-a codependente do problema.
O convívio com o dependente faz com que os familiares adoeçam emocionalmente, sendo necessário que também se tratem e recebam orientações a respeito de como lidar com o dependente e com seus sentimentos em relação ao mesmo.
É uma doença física: Se manifesta pelo aparecimento de profundas modificações físicas, alterando o metabolismo orgânico quando se interrompe o uso da droga. Essas alterações físicas obrigam o usuário a continuar consumindo; caso contrário ocorre uma “crise ou síndrome de abstinência”.
Essas alterações presentes na “Síndrome de Abstinência” se manifestam por sinais e sintomas de natureza física e variam conforme a droga.
É uma doença psicológica: É a sensação de satisfação e um impulso psíquico provocado pelo uso da droga que faz com que o indivíduo a use continuamente, para permanecer satisfeito e evitar mal estar, ou seja, quando o consumo repetido cria o invencível desejo de usá-lo pela satisfação que produz.
A falta do tóxico deixa o usuário abatido, em lastimável estado psicológico. Quando privados os dependentes sofrem modificações de comportamento, mal-estar, e uma vontade irreprimível de usar a droga.
Segundo os critérios diagnósticos do DSM-IV a dependência de substância se apresenta sob os seguintes sintomas:
1. Tolerância - Definida por qualquer um dos aspectos:
Necessidade progressiva de maiores quantidades da substância pra atingir o efeito desejado.
Significativa diminuição do efeito após o uso continuado da mesma quantidade da substância.
2. Abstinência - Manifestada por qualquer um dos seguintes aspectos:
Presença de sintomas como ansiedade, irritabilidade, insônia e sinais fisiológicos (tremor) desconfortáveis após a interrupção do uso da substância ou diminuição da quantidade consumida usualmente.
Consumo da mesma substância ou outra similar a fim de aliviar ou evitar os sintomas de abstinência.
3. Ingestão da substância em quantidades maiores ou por um período maior do que o inicialmente acontecia.
4. Desejo de diminuir - O indivíduo expressa o desejo de reduzir ou controlar o consumo e a quantidade da substância ou apresenta tentativas nesse sentido, porém malsucedidas.
5. Perda de Tempo - Boa parte do tempo do indivíduo é gasto na busca e obtenção da substância, na sua utilização ou na recuperação de seus efeitos.
6. Negligência em relação às atividades - O repertório de comportamentos do indivíduo, como atividades sociais, ocupacionais ou de lazer encontra-se extremamente limitado em virtude do uso da substância.
7. Persistência no uso - Embora o indivíduo se mostre consciente dos problemas ocasionados, mantidos e/ou acentuados pela substância, sejam físicos ou psicológicos, seu consumo não é interrompido.


Comorbidade
Designação de duplo diagnóstico. Corresponde a associação de, pelo menos, duas patologias num mesmo paciente.
Comorbidade é a ocorrência de, pelo menos, duas entidades diagnósticas em um mesmo indivíduo. Estudos demonstram que o abuso de substâncias é o transtorno coexistente mais frequente entre portadores de transtorno mental. Os mais frequentes são: os transtornos do humor, transtorno de ansiedade, transtorno de deficit de atenção e a esquizofrenia.
Comorbidade patogênica ocorre quando duas ou mais doenças estão etiologicamente relacionadas; Comorbidade diagnóstica ocorre quando as manifestações da doença associada forem similares às da doença primária.
Comorbidade prognóstica ocorre quando houver doenças que predispõem o paciente a desenvolver outras doenças.
Conforme afirma o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Norte-americana de Psiquiatria) o Transtorno por Uso de Substâncias, que engloba o abuso e a dependência de substâncias, encontra-se frequentemente associado a outras patologias psiquiátricas.
Assim diante de um paciente com uso problemático de drogas, seja dependência ou uso abusivo, deve-se sempre investigar a existência de outra doença emocional; ou por baixo da dependência ou como consequência.
É provável até que a existência de outros transtornos emocionais comórbidos à dependência dificulte a adesão do paciente ao tratamento, proporcione resultados piores em termos de frequência e quantidade da droga consumida, bem como do funcionamento psicossocial.
Nem sempre é a droga em si a responsável exclusiva pela apatia ocupacional do dependente, pelos fracassos sociais e familiares.
Muitas vezes sua própria personalidade se mostra algo inviável para a condução da vida.
Muitos trabalhos de pesquisa têm mostrado uma elevada prevalência (13%) da associação de doença mental com uso abusivo de substâncias.
Nas populações em tratamento psiquiátrico, tanto ambulatorial quanto em internação hospitalar, encontra-se 20 a 50% de comorbidade entre as variadas doenças mentais com o alcoolismo e abuso de outras drogas.
Em relação às doenças mentais mais severas, como são a esquizofrenia e o transtorno bipolar do humor, em quase metade dos pacientes também aparece a associação com abuso ou dependência de substâncias psicoativas.
Embora não haja evidências na literatura de determinados transtornos emocionais e de personalidade como sendo causas do comportamento aditivo, a presença de Transtorno de Conduta na infância, de diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar na adolescência e Transtorno Antissocial de Personalidade ou Borderline seriam fortes fatores de risco para uso de drogas no futuro.
Não obstante, há evidências de que a desinibição de comportamento e o temperamento considerado “difícil” na criança possam representar fatores de risco para o uso futuro de drogas.
Em outras palavras, embora sem critérios suficientes para se constituir em relação causa-efeito, as observações mostram sugestiva associação de determinadas patologias mentais e traços de personalidade com o uso de drogas.
Uma das hipóteses que tentam justificar a associação entre dependência química e transtornos emocionais seria uma espécie de vulnerabilidade da pessoa para a doença mental. Neste caso a droga apenas desencadearia e agravaria os sintomas mentais dormentes.
O segundo modelo sugere que essa associação se dá em função da pessoa que se sente mal por conta de algum transtorno emocional e busca a droga como uma espécie de “automedicação”. Ela aliviaria os sintomas de sua depressão, sua ansiedade, obsessão, angústia e assim por diante.
A terceira hipótese supõe uma causa (biológica?) comum que predisporia o sujeito ao uso de drogas e à doença mental simultaneamente.


Um quarto e último modelo entende a associação droga - doença mental como a ocorrência independente das duas coisas, apenas uma concomitância. Nesse caso o uso de drogas pela pessoa com doença mental seria determinado por fatores independentes daqueles da doença mental.
Esses quatro modelos podem ser usados para tentar explicar, por exemplo, a associação de uma pessoa com transtorno afetivo bipolar e dependência à cocaína, ou do transtorno obsessivo-compulsivo com o álcool, o transtorno de ansiedade, fóbico ou do pânico com maconha e assim por diante.
O tratamento do dependente químico portador também de outra doença mental tem resultados melhores quando se integra o tratamento dos sintomas psíquicos do eventual transtorno com atitudes direcionadas à dependência.
A existência de comorbidade aumenta a dificuldade no controle de cada doença isoladamente, ou seja, é mais difícil tratar um paciente deprimido e dependente de cocaína do que o tratamento da depressão ou dependência à cocaína isoladamente.
Tem sido comum a comorbidade de Transtorno Depressivo com uso diário de bebida alcoólica, com dependência ou não. Na maioria dos casos percebe-se claramente que o álcool está sendo usado como lenitivo da angústia, desânimo e tristeza próprios da depressão.
Neste caso o sucesso terapêutico será inegavelmente maior se a depressão for tratada com mesmo empenho que a abstinência do álcool. É bastante frequente a associação de alcoolismo, dependência de cocaína ou anfetaminas com depressão. Não se pode tratar uma doença sem tratar igualmente a outra.
A dependência de anfetaminas, cocaína e seus derivados (crack) leva a um quadro francamente psicótico, paranoico e alucinatório.
Como não se trata de uma esquizofrenia franca ou genuína, falamos em quadro esquizofreniforme. Apesar de muito exuberante em sintomas, tudo isso se resolve em poucas semanas com a abstinência e o tratamento da dependência.
Por outro lado, embora a esquizofrenia verdadeira não seja causada pelas drogas, poderá ser severamente piorada com o uso de destas, formando assim um círculo vicioso; esquizofrenia – drogas - piora da esquizofrenia – mais drogas e assim por diante. Nesses pacientes o controle dos sintomas psicóticos é de grande importância para a redução na utilização da droga.
O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TSPT), também tem forte relação com o uso de drogas, tanto de cocaína quanto de maconha. Violência urbana, guerras, acidentes e outros eventos traumáticos favorecem o TSPT e, consequentemente o uso de drogas.
O Transtorno de Pânico é outro quadro que também representa um risco aumentado para o uso abusivo de substância, notadamente do álcool. Há prevalência de uso abusivo de drogas em 16% da população com Transtorno do Pânico.
É muito importante avaliar a presença de comorbidades nos pacientes com dependência química para maior eficácia do tratamento. Além de proporcionar o não uso da substância, o tratamento objetiva assistir intensivamente a eventual síndrome de abstinência, a correção de estados agudos de ansiedade e depressão, ideias delirantes e eventuais alucinações.
Codependência
O dependente químico raramente vive “no vazio”. Aqueles que o cercam são direta ou indiretamente afetados pela disfunção comportamental que acompanha a progressão da doença da dependência e desenvolvem mecanismos de racionalização para melhor suportar a dor de serem rejeitados em função da droga do familiar dependente. Quando isto ocorre, estas pessoas passam a ser o que denominamos codependentes.
É um problema progressivo, capaz de tornar doentes as pessoas que, em consequência de uma relação tão intensa e comprometida com um dependente químico, não conseguem administrar suas próprias vidas.


Esse fato inicia-se quando nessa relação alguém tenta controlar o uso de drogas, o consumo de bebidas ou quaisquer comportamentos compulsivos de um dependente na esperança de ajudá-lo, sendo mal sucedido nesse controle, acabando assim por perder o domínio sobre seu próprio comportamento e vida.
Assim como o dependente químico necessita da droga, a droga do codependente é o dependente. Embora seja uma resposta normal para uma situação anormal, a codependência é extremamente prejudicial a todos quando se tenta controlar algo ou alguma coisa que não pode ser controlada.
No atendimento e tratamento do dependente químico é comum o indivíduo ser trazido pela família, é comum também, que a família apresente certa resistência quando solicitada a participar, ou então aceite o tratamento apenas por causa do dependente, como se ela não precisasse refletir sobre a qualidade da relação familiar. Normalmente a fala é a seguinte: - “Ele estando bem, eu também estarei”.
O “sistema de negação” desenvolvido pelos codependentes é basicamente idêntico ao utilizado pelo dependente químico. Estas características são desenvolvidas ou geradas por reflexo de comportamento diretamente vinculado e sob a influência da conduta do dependente.
Além disso, outros mecanismos de defesa mais complexos atuam no sentido de sustentação das possibilidades de ganho que a doença promove.
A princípio, os ganhos são quase sempre representados pela atenção social que recebe e parece envolver de satisfação imediata tanto o dependente quanto o codependente, seja pela necessidade de que carecem, seja pela força da patologia à qual estão aferrados.
Todavia, com o tempo, o indivíduo com essa característica se torna insistente e a qualidade das relações que desenvolvem tende a se tornar obstinada.
Como consequência, ele fica cada vez mais isolado socialmente e entra em estado depressivo cíclico, apresenta sentimentos de abandono, frustração e baixa autoestima.
Todas as atitudes a que o codependente responde mediante a manipulação do dependente pressupõe-se atuarem no sentido de uma degradação de conduta de ambas as partes.
Assim, o que o codependente necessita, é de uma orientação para que possa perceber como responder às diretrizes de conduta do seu dependente, o grau de envolvimento e de participação na patologia em questão.
Como lidar com as drogas
O primeiro aspecto e talvez o mais importante para que os pais possam lidar com o uso de drogas por seus filhos é desmistificar todo e qualquer adjetivo pejorativo, rotulador do indivíduo, compreender que na maioria das vezes o uso é ou poderá se transformar numa doença séria que, embora incurável, pode ser tratada, estabilizada e permitir que o usuário volte a ter uma vida normal em todos os seus aspectos.
Conhecendo as drogas mais usadas, os sinais que podem indicar o uso de cada uma dessas drogas, os efeitos do uso a curto, médio e longo prazo, as consequências para a saúde, as possibilidades de tratamento e o papel fundamental da família no processo de recuperação do dependente, os pais e a família podem desenvolver seu verdadeiro papel de protetores, cuidadores e formadores não só dos aspectos morais, mas como da saúde física e mental de seus filhos.
Qual é a hora de procurar ajuda
Com toda certeza no primeiro momento em que se notam certos tipos de comportamento, soa o alarme e aparecem os indícios e os questionamentos dos pais sobre a mudança de rotina de seus filhos. Importante: a mudança sempre ocorre; sempre.
Listamos uma série de pontos que podem levar à conclusão de que um jovem está se transformando em um dependente químico, seja álcool ou qualquer outra droga.


Indícios do uso abusivo de drogas por adolescentes
Para ilustrar esse ponto vamos usar o álcool, pois, além de lícito e amplamente aceito pela sociedade - é droga, gera dependência e mata. Os pontos mencionados servem da mesma forma para quaisquer outras drogas.
É preciso distinguir consumo de bebida e alcoolismo, mas sintomas como: queda do rendimento escolar, depressão, mentiras desenvolvimento de antipatias ou até mesmo hostilidade frente sua própria sociedade ou cultura e outras alterações psicopatológicas podem ser indicadores do início da dependência.
Mudanças sociais que implicam na decisão de beber (ou usar outra droga):
  • De famílias extensas por famílias nucleares,
  • De status atribuído por status conquistado,
  • De uma vida centrada na família por uma vida centrada nos pares,
  • De valores religiosos por seculares,
  • Da vida em comunidade pelo individualismo,
  • Da estabilidade social por mudanças sociais,
  • Da moral tradicional pela amoralidade.
A alienação causada pelo abuso de álcool durante a adolescência, se generalizada, pode resultar em problemas psicossociais epidêmicos como delinquência, depressão, conflitos familiares, gravidez fora do casamento, abandono escolar, vandalismo e até suicídio.
Outros sinais de abuso
  • Atrasos constantes na escola;
  • Desculpas as mais variadas para não ir à escola;
  • Dificuldade para despertar, levantar-se, etc.
  • Colocar-se em situações de risco como não prestar atenção ao atravessar a rua, tombos, distração generalizada;
  • Incapacidade de se lembrar do que aconteceu depois de beber;
  • Envolvimentos mal explicados com a polícia devido a brigas e outros fatores de risco;
  • Chegar em casa machucado e não saber explicar ou distorcer os motivos para o incidente;
  • Beber para curar uma ressaca;
  • Preocupação de colegas e amigos com a forma dele ou dela se comportar;
  • Incapacidade de controlar a quantidade de bebida ingerida;
  • Aumento significativo na frequência e na quantidade ingerida;
  • Impedido de beber apresenta dores de estômago, sudorese excessiva, tremedeira, ansiedade, mau humor, agressividade, isolamento;
  • Abandono progressivo de atividades antes costumeiras e prazerosas;
  • Passar muito tempo na rua sem justificativas plausíveis;
  • Rompimento progressivo de relações sociais e tendências a ficar cada vez mais só;
  • Beber sozinho, em casa, no quarto ou escondido;
  • Esconder bebida pela casa;
  • Mudar o que costuma beber como, por exemplo, deixar a cerveja e passar a beber vodca ou uísque;
  • Gabar-se de que bebe muito, mas não fica bêbado;
  • Sentir-se culpado depois de uma ressaca ou um porre;
  • Perda de peso, gastrite, inchaço nos pés, bochechas e nariz vermelhos.
Entendendo o dependente - sete regras básicas
1 - O momento de parar é agora
Uma das táticas mais usadas pelos dependentes e abusadores de álcool e/ou outras drogas para evitar ingressar em tratamento é a procrastinação (“deixar para mais tarde ou para depois”, adiamento indefinido que colabora para o aumento das consequências derivadas do consumo). A frase “Eu vou parar amanhã” significa exclusivamente que o indivíduo não tem nenhuma intenção de interromper o consumo.


2 - Deve-se parar o consumo de uma vez
Interromper o consumo de drogas e álcool é uma tarefa ingrata e infrutífera. Cada episódio de consumo de droga aumenta o desejo por mais droga e assim o processo de recuperação acaba sempre adiado.
3 - Parar todas as drogas de abuso
Esta é uma das regras mais difíceis para o dependente aceitar. O indivíduo tende a focalizar todas as suas dificuldades, por exemplo, na cocaína, desprezando a participação das outras substâncias no seu padrão de consumo.
O consumo de álcool ou de maconha frequentemente representa o primeiro passo para uma recaída no consumo da própria cocaína.
Além desse fato, o consumo de qualquer substância evoca as memórias da droga principal usada, desencadeando “fissuras” intensas.
Ao usar outra droga, o indivíduo terá menor capacidade de resistir a tais “fissuras”, recorrendo ao consumo.
4 - Mudar o estilo de vida
Os dependentes de drogas não devem manter relacionamentos com antigos companheiros de consumo, não devem ir aos bares e outros ambientes onde costumavam encontrar esses colegas, pois o consumo de substâncias psicoativas (drogas e/ou álcool) é o ponto central dessas atividades.
O indivíduo, nessas ocasiões, volta a sentir desejo intenso, como uma necessidade de consumir, não conseguindo resistir à droga. Esta é a principal razão de recaídas, pelo menos nos pacientes em tratamento.
5 - Sempre que possível evitar situações, pessoas e ambiente que causem fissuras
É importante antecipar estas situações antes de se encontrar nas situações acima descritas, para que o paciente possa lidar adequadamente e evite o uso. Os dependentes em tratamento nunca devem testar-se, para saber “como estão indo no tratamento”.
Este fenômeno é muito visto entre os pacientes, que acreditam que “passando no teste” provarão que voltaram a conquistar o controle sobre a droga e que “jamais consumirão novamente”. Infelizmente nada poderia ser mais falso que isto.
Mesmo passando no “teste” o paciente estará mais próximo de uma recaída, por ter se aproximado ao ambiente de consumo e, provavelmente, por excesso de autoconfiança.
6 - Procurar outras recompensas (fontes de prazer)
Durante a trajetória da dependência os indivíduos costumam afastar-se de praticamente todas as formas de lazer que não se encontram associadas diretamente ao consumo.
Frequentemente abandonam hobbies, afastam-se de pessoas que não usam, param de exercitar-se; com a evolução da dependência mesmo o interesse no sexo se reduz muito, e a vida torna-se escassa de prazeres não quimicamente induzidos.
O aprendizado de como voltar a estar em sintonia com o mundo “careta” é uma das tarefas mais difíceis da recuperação. Alguns indivíduos chegam a relatar que “desaprenderam a falar” sem o efeito das drogas.
7 - Cuidados pessoais: aparência, alimentação, exercício etc.
A cocaína, por exemplo, é um potente inibidor do apetite, de forma que usuários crônicos tendem a apresentar deficiências de diversos nutrientes e vitaminas. Alguns indivíduos dependentes de álcool ingressam no tratamento muito adoecidos, física e emocionalmente.
Da mesma forma, o condicionamento físico do paciente costuma ser negligenciado, indicando a inclusão de exercícios físicos na recuperação.
O exercício pode, ainda, auxiliar a controlar a ansiedade do indivíduo, facilitando a manutenção da abstinência, além de produzir sensação de bem-estar pela liberação de substâncias (endorfinas), que podem resultar em redução do desejo pelo consumo.


Jovens e crianças
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), divulgada pelo IBGE, traz dados alarmantes sobre os hábitos dos adolescentes brasileiros. O trabalho, referente ao ano de 2015, foi realizado com estudantes concluintes do 9º ano em escolas públicas e privadas de todo o país, a maioria entre 13 e 15 anos.
Os resultados mostram que o percentual de jovens que já experimentaram bebidas alcoólicas subiu de 50,3%, em 2012, para 55,5% em 2015; já a taxa dos que usaram drogas ilícitas aumentou de 7,3% para 9% no mesmo período. Também subiu o número dos que relataram a prática de sexo sem preservativos, de 24,7% para 33,8%.
A maioria dos usuários está na faixa de 15 anos de idade. Na faixa etária de 10 a 12 anos, 12,7% dos estudantes já usaram algum tipo de droga.
Quase a metade dos alunos pesquisados (45,9%) cursa uma série que não é adequada à sua idade. A pesquisa constatou que a defasagem escolar é maior entre os que consomem drogas.
O total de estudantes que usam drogas, na rede estadual de ensino, é de 22,6%. As substâncias mais procuradas são os solventes, a maconha, os remédios para diminuir a ansiedade (ansiolíticos), os estimulantes (anfetaminas) e os remédios que atuam no sistema nervoso central parassimpático (anticolinérgicos).
Entre os meninos, a maconha é a primeira da lista e, entre as meninas os estimulantes. A maioria das crianças do ensino público fundamental e médio já consumiu bebidas alcoólicas - sete de cada dez crianças.
Três de cada dez já fumaram ou fumam regularmente. De acordo com o estudo, 67,5% dos estudantes cariocas já consumiram bebidas alcoólicas e 26% já fumaram ou fumam regularmente.
O maior problema é a droga lícita. Esse nível (de 67,5%) é muito grande em se tratando de adolescentes.
Os índices de consumo de drogas ilícitas chegam a 6,3% com a maconha, 13,6% com solventes e 1,6% com cocaína e crack.
O levantamento revela que o consumo de álcool por adolescentes de 12 a 17 anos já atinge 54% dos entrevistados e desses, 7% já apresentam dependência. Entre jovens de 18 a 24 anos, 78% usam álcool e 19% deles são dependentes.
Outro estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em comparação com os países da América Latina, o Brasil aparece em terceiro lugar no consumo de álcool entre os adolescentes.
A pesquisa foi feita com estudantes do ensino médio e incluiu 347.771 meninos e meninas, de 14 a 17 anos, do Brasil, da Argentina, da Bolívia, do Chile, do Equador, do Peru, do Uruguai, da Colômbia e do Paraguai. Entre os brasileiros, 48% admitiram consumir álcool.
Sabe-se, que o uso precoce de álcool aumenta o risco de alcoolismo em idade adulta e é um facilitador para o início do uso de outras drogas.
De acordo com os especialistas, pais e os profissionais de educação devem se destituir de qualquer preconceito com relação às drogas, a fim de que haja um relacionamento melhor com os filhos/alunos que são usuários.
É na adolescência que se estabelecem hábitos que serão levados pela vida adulta disse Marco Andreazzi, gerente da pesquisa, ressaltando a importância de políticas de prevenção de doenças para esta faixa etária. — No Brasil, 72% dos óbitos são provocados por doenças crônicas, e elas estão diretamente relacionadas a hábitos não saudáveis.
Alcoolismo feminino
A emancipação feminina, iniciada nas últimas três décadas, foi uma vitória para as mulheres, que conquistaram o seu espaço na sociedade. Mas junto a isso uma nova realidade se inseriu no campo das patologias sociais.
Hoje as mulheres não só conseguiram igualdade junto aos homens na busca pela autoafirmação e independência, como também estão se igualando no que se refere ao consumo de drogas.
Como é de se imaginar o alcoolismo não podia escapar dessa nova realidade. Na França, por exemplo, o alcoolismo feminino já alcança seus expressivos 25% e sua incidência foi multiplicada por cinco nos últimos vinte anos.
Malefícios à saúde da mulher
O metabolismo do álcool nas mulheres não é igual ao dos homens. Se administrarmos para dois indivíduos de sexos opostos a mesma dose ajustada de acordo com o peso corpóreo, a mulher apresentará níveis alcoólicos mais elevados no sangue.
A fragilidade aos efeitos embriagadores do álcool no sexo feminino é explicada pela maior proporção de tecido gorduroso no corpo das mulheres, por variações na absorção de álcool no decorrer do ciclo menstrual e por diferenças entre os dois sexos na concentração gástrica de desidrogenase alcoólica (enzima crucial para o metabolismo do álcool).
Por essas razões, as mulheres ficam embriagadas com doses mais baixas e progridem mais rapidamente para o alcoolismo crônico e suas complicações médicas.
Diversos estudos documentaram os benefícios do consumo moderado de bebidas alcoólicas, tanto em homens como em mulheres.
A margem de segurança entre a quantidade de álcool benéfica e a que traz prejuízos à saúde das mulheres, entretanto, é estreita e nem sempre fácil de delimitar:
Doenças do Fígado
Num dos estudos mais completos sobre o tema foram acompanhadas 13 mil pessoas durante mais de 12 anos. Nele foi possível demonstrar:
1. para todos os níveis de consumo alcoólico, as mulheres correm mais risco de desenvolver doenças hepáticas do que os homens;
2. para os mesmos níveis de ingestão, o risco de cirrose nas mulheres é três vezes maior;
3. mulheres que tomam de 28 a 41 drinques por semana (1 drinque = 1 copo de vinho = 1 lata de cerveja = 50 ml de bebida destilada) apresentam risco de cirrose 16 vezes maior do que o dos homens abstêmios.


Doenças Cardiovasculares
Mulheres que ingerem um drinque por dia apresentam menor probabilidade de morte por doença cardiovascular. Esse benefício também é válido para as mulheres diabéticas.
No entanto, a análise dos dados de dezenas de milhares de mulheres acompanhadas no “Nurses’ Health Study” revelou que tomar dois ou três drinques diários aumenta o risco de surgir hipertensão arterial em 40% e a probabilidade de acontecer derrame cerebral hemorrágico. Nas mulheres que bebem mais do que três drinques por dia o risco de hipertensão arterial duplica.
Mulheres que abusam de álcool desenvolvem também miocardiopatias mesmo usando doses mais baixas do que os homens.
Câncer de Mama
A meta-análise de seis estudos importantes mostrou que mulheres habituadas a ingerir de 2,5 a 5 drinques por dia, apresentam probabilidade 40% maior de desenvolver câncer de mama. Esse risco aumenta 9% para cada 10 gramas de álcool (cerca de 1 drinque) diárias.
Osteoporose
O efeito inibidor da remodelação óssea do álcool é fenômeno bem conhecido em ambos os sexos. Mulheres com menos de sessenta anos que tomam de dois a seis drinques por dia têm risco maior de fratura de colo de fêmur e de antebraço.
Distúrbios Psiquiátricos
Todos eles são mais prevalentes em mulheres que abusam de álcool do que em homens que o fazem e do que em mulheres abstêmias. A única patologia mais frequente no alcoolismo masculino é a personalidade antissocial.
A prevalência de depressão em mulheres que abusam de álcool é de 30% a 40%. Estudos demonstram que a maior parte dessas mulheres bebe como forma de se livrar dos sintomas associados a quadros de depressão primária.
Anorexia e bulimia estão presentes em 15% a 32% das que abusam de álcool.
Mulheres que abusam de álcool tentam o suicídio quatro vezes mais frequentemente do que as abstêmias.
Consequências Psicossociais
Problemas familiares são mais comuns entre mulheres que abusam de álcool (entre os homens são os problemas legais e aqueles relacionados com o trabalho).
O alcoolismo torna as mulheres mais sujeitas a agressões físicas. Mulheres que consomem quantidades exageradas de álcool geralmente vivem com parceiros que também abusam da bebida.
Consequências para o feto
A ingestão de álcool durante a gravidez pode provocar distúrbios fetais que vão do retardo de desenvolvimento à chamada síndrome alcoólica fetal, caracterizada por anormalidades físicas comportamentais e cognitivas. Consumo de álcool durante a gravidez é considerado a principal causa evitável dessas anormalidades na infância
Desde que a mulher, após seu movimento de emancipação ampliou seu espaço social e aumentou sua participação na disputa pelo mercado de trabalho, incrementando sobremaneira suas responsabilidades (mãe, amante, dona de casa e agora provedora), houve uma modificação na gravidade e nos tipos de doenças que incidem no sexo feminino.
Doenças como o infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e outras, mais frequentes no sexo masculino porque ligadas a um aumento de responsabilidade, competitividade e nível de stress, estão agora também incidindo mais sobre as mulheres.
Também as mulheres estão cada vez mais usando drogas, tanto as permitidas como o cigarro, álcool, antidepressivos, hipnóticos, ansiolíticos, etc. quanto às proibidas como maconha e cocaína entre outras.
A distinção entre o uso aceitável e a dependência do álcool não é nítida, é variável entre as diversas culturas e grupos sociais.
O CID-10 (décima versão da Classificação Internacional de Doenças) define farmacodependência como "um conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos nos quais o uso de uma substância ou classe de substâncias torna-se prioritário em relação a outros comportamentos que antes tinham maior importância para um dado indivíduo.
Uma característica descritiva central desta síndrome é o desejo (frequentemente forte, às vezes irresistível) de usar drogas psicoativas (que podem ou não terem sido prescritas), álcool ou tabaco."
Desde os tempos mais remotos da história do homem ele abusou do consumo do álcool com propósitos eufóricos, para celebrar várias festividades, para dar cunho solene a rituais religiosos, no exercício de atividades sociais e para proporcionar alívio do seu stress emocional imediato ou contínuo.
Muitas mulheres casadas começam a beber na meia idade, quando seu papel de mãe e esposa é desafiado pela partida de seus filhos - o desafio do "ninho vazio".
Quando se examinam as famílias e os parentes de alcoólatras em relação ao risco de doença psiquiátrica, parece que os distúrbios afetivos primários são descobertos em uma considerável proporção de mulheres alcoólatras - nas quais este termo é usado para significar um distúrbio presente antes que tenha ocorrido o etilismo excessivo.
A genética, a constituição e as experiências emocionais da mulher, em suas transações familiares e sociais, contribuem para predispor ao alcoolismo. As influências culturais reforçam os padrões familiares, estabelecendo a predileção pelo abuso do álcool como o meio de obter alívio da ansiedade e da depressão (que realmente ocorrem muito mais em mulheres que em homens).
Experiências posteriores de privação do apoio emocional podem agir, às vezes repetitivamente, como precipitantes de períodos de etilismo ou do retorno ao álcool, por parte daquelas que abandonaram o hábito.
O álcool é descoberto como um alívio para as penosas emoções interiorizadas porque os pais são permissivos em relação à bebida.
O alcoolismo de alguma forma é muito mais comum nos pais, irmãos e no cônjuge do que na população em geral.
É esta indulgência franca para com o álcool, na família ou no grupo adolescente da futura viciada, que favorece o defeito do superego que permite seu uso repetido.
Secundariamente, surge a dependência psicológica e farmacológica que, a princípio, proporciona euforia, mas que, mais tarde, à medida que as frustrações do ego aumentam, oferece pouco mais do que um lenitivo para as tensões insuportáveis.
As bebidas alcoólicas mais consumidas entre nós costumam apresentar, com variações, a composição por 100 ml abaixo:
Bebida Álcool Glicídios
Cerveja 3,8 3,5
Vinho tinto 10,5 2,0
Vinho branco 10,5 4,0
Champanha doce 11,0 10,0
Champanha seco 11,5 1,0
Vinho do Porto 15,0 6,0
Vinho Madeira 14,0 3,0
Vermute italiano 18,0 12,0
Xerez 15,0 3,0
Aguardente 35,0
Rum 35,0
Vodca 45,0
Uísque 35,0
Bourbon 40,0
Gim 28,0
Conhaque 35,0
Os fatos principais referentes ao metabolismo do álcool podem ser resumidos dentro dos itens que se seguem:
  • O álcool é absorvido no estômago e no intestino delgado.
  • O álcool absorvido pode aparecer logo no ar expirado e na urina, mas é muito pouco eliminado por estas vias.
  • A absorção do álcool é maior quando ingerido com o estômago vazio e se retarda quando usado no curso das refeições ou juntamente com leite e com alimentos gordurosos.
  • O álcool absorvido fornece ao organismo 7 calorias por grama.
  • A metabolização do álcool se dá quase inteiramente no fígado.
  • O álcool provoca doenças no sistema nervoso, estômago, fígado, pâncreas, além de distúrbios nutricionais, alterações da imunidade e sociopatias.
Num estudo retrospectivo (década de 80), onde foram analisados 400 prontuários, 200 de homens e 200 de mulheres, a fim de verificar-se a frequência do consumo de bebidas alcoólicas, os indivíduos em pauta eram, em grande maioria, de nível social médio alto, com bom padrão educacional, econômico e social. Tais pacientes foram catalogados com relação ao uso de álcool da seguinte maneira:
Grupo zero = indivíduos abstêmios, ou quase. Raramente ingeriam quantidades mínimas de bebidas alcoólicas.
Grupo um = indivíduos que aceitam bebidas em festividades ou ocasiões especiais, tomando pequenas quantidades em grandes intervalos. Ocasionalmente um chope, um vermute ou um vinho.
Grupo dois = indivíduos que começam como social drinkers, bebendo e repetindo as batidas e coquetéis servidos em reuniões. Gostam do uísque e da vodca, usando-os em casa. Ingerem de 10 a 30 g de álcool/dia.
Grupo três = pacientes já considerados grandes bebedores, consumidores de gim, uísque, vodca ou cachaça. Bebem cerca de 100 a 120 g de álcool ou mais, por dia.
A tabela abaixo mostra as frequências com que foram assinalados os vários grupos.
Uso de álcool Homens Mulheres
64% 76%
20% 12%
12% 10%
4% 2%
Este estudo mostrou um aumento de mulheres que usavam álcool e que era mais difícil conseguir dados do grupo feminino (as mulheres conseguem beber por mais tempo sem serem detectadas).
Busque ajuda!
Muitas vezes, devido ao consumo do álcool, o usuário coloca em risco aspectos importantes de sua vida, tais como família, emprego, saúde. Além disso pode não perceber os problemas decorrentes deste uso ou mesmo negá-los.
Nesses momentos, não é raro os membros da família apresentarem sentimentos de raiva ou impotência frente ao usuário ou a situação.
Essas ocasiões deveriam se transformar em buscas de ajuda em unidades de saúde, conversas com um profissional e pessoas de referência na sua comunidade, adesão a grupos de ajuda e cursos.



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