Junko Kono, Hisatsugu Miyata, Sadanobu Ushijima
Department of Psychiatry ~ Jikei University School of Medicine (Tóquio)
Genrou Ikawa
Sobu Hospital (Chiba)
Tomoji Yanagita
Department of Pharmacology I ~ Jikey University School of Medicine
(Tóquio)
Katsumasa Miyasato
Department of Neuropsychiatry ~ St. Marianna University School of
Medicine (Sugao)
Kenji Hukui
Department of Psychiatry ~ Kyoto Prefectural University of Medicine
(Kyoto)
Visando à comparação clínica da
sintomatologia relacionada ao consumo, uso nocivo e dependência de nicotina,
álcool, metanfetaminas e inalantes os autores entrevistaram 25, 36, 11 e 6
indivíduos com dependência para tais substâncias respectivamente. Para analisar
tais diferenças, o estudo baseou-se em seis critérios
(quadro 1), sendo quatro destes, critérios relacionados ao
processo de desenvolvimento da dependência química e dois relacionados às
complicações sociais do consumo.
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA DEPENDÊNCIA
Efeitos subjetivos
A nicotina é a que produz os efeitos subjetivos mais discretos. Todas as
outras foram consideradas capazes de produzir sensação intensa de prazer. As
metanfetaminas destacaram-se por sua capacidade de aumentar a clareza de idéias
e diminuir a fadiga. A ação sedativa do álcool (embriaguez e sonolência)
sobressaiu aos demais efeitos. Os inalantes mostram um padrão de efeitos
subjetivos semelhantes ao álcool, porém de intensidade intermediária (figura
1).
Tolerância
A tolerância desenvolvida pela nicotina e a pelos inalantes foram
equivalentes e menos intensas do que as desenvolvidas pelo álcool e pelas
metanfetaminas.
Relevância do consumo
Os usuários de inalantes são aqueles que possuem um comportamento de
busca pela substância menos pronunciado, se comparado aos demais. Por outro
lado, são os que referem maior sacrifício de seu cotidiano e ganhos sociais
para a manter a rotina do consumo. Por outro lado são os que conseguiram o
maior tempo de abstinência (figura 2).
Síndrome de abstinência
Indubitavelmente nenhuma síndrome de abstinência se compara ao álcool
quanto a quantidade e a intensidade da sintomatologia clínica e psíquica. Os
inalantes são os que produzem os sintomas mais brancos, eminentemente psíquicos
e relacionados a alterações do humor e fissura (figura 3).
Sintomas psíquicos da abstinência
Os inalantes produzem sintomas psíquicos de intensidade considerável,
quase equivalente ao álcool, menor que as metanfetaminas. A nicotina produz
sintomas menos intensos do que os três (figura 4).
Sintomas físicos da abstinência
Os inalantes produzem sintomas físicos de abstinência discretos,
inferiores aos do álcool e superiores ao dos dois estimulantes (figura 5).
COMPLICAÇÕES SOCIAIS DO USO
Obrigações sociais
Eis um campo onde os inalantes figuram entre os piores índices. Seus
usuários parecem refratários às repercussões prejudiciais ao seu status social,
com mais facilidade privilegiam o consumo aos compromissos, têm mais problemas
legais (são também os mais excluídos) e se sentem menos propensos a reduzir ao
consumo frente a um problema de saúde (por exemplo, uma pneumonia) (figura 6).
Complicações psíquicas do uso crônico
Os inalantes mostram-se capazes de induzir quadros de natureza
esquizofreniforme, com ênfase para as alucinações e delírios.
Complicações clínicas do uso crônico
Os inalantes mostram-se capazes de provocar sintomas autonômicos leves
(tonturas, dor de cabeça) e problemas digestivos (náusea e diminuição do
apetite).
Apesar da amostra limitada e proveniente de um único serviço, o que
dificulta generalizações, o presente artigo foi capaz de demonstrar o papel das
diferentes substâncias na gravidade da dependência e na característica da
mesma. Algo ainda pouco explorado entre os inalantes.















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