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4/05/2015

Dependência à nicotina, álcool, metanfetamina e inalantes

Junko Kono, Hisatsugu Miyata, Sadanobu Ushijima
Department of Psychiatry ~ Jikei University School of Medicine (Tóquio)
Genrou Ikawa
Sobu Hospital (Chiba) 
Tomoji Yanagita 
Department of Pharmacology I ~ Jikey University School of Medicine (Tóquio)
Katsumasa Miyasato
Department of Neuropsychiatry ~ St. Marianna University School of Medicine (Sugao)
Kenji Hukui
Department of Psychiatry ~ Kyoto Prefectural University of Medicine (Kyoto) 

Visando à comparação clínica da sintomatologia relacionada ao consumo, uso nocivo e dependência de nicotina, álcool, metanfetaminas e inalantes os autores entrevistaram 25, 36, 11 e 6 indivíduos com dependência para tais substâncias respectivamente. Para analisar tais diferenças, o estudo baseou-se em seis critérios (quadro 1), sendo quatro destes, critérios relacionados ao processo de desenvolvimento da dependência química e dois relacionados às complicações sociais do consumo. 

PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA DEPENDÊNCIA 
Efeitos subjetivos 
A nicotina é a que produz os efeitos subjetivos mais discretos. Todas as outras foram consideradas capazes de produzir sensação intensa de prazer. As metanfetaminas destacaram-se por sua capacidade de aumentar a clareza de idéias e diminuir a fadiga. A ação sedativa do álcool (embriaguez e sonolência) sobressaiu aos demais efeitos. Os inalantes mostram um padrão de efeitos subjetivos semelhantes ao álcool, porém de intensidade intermediária (figura 1). 

Tolerância 
A tolerância desenvolvida pela nicotina e a pelos inalantes foram equivalentes e menos intensas do que as desenvolvidas pelo álcool e pelas metanfetaminas. 
Relevância do consumo 
Os usuários de inalantes são aqueles que possuem um comportamento de busca pela substância menos pronunciado, se comparado aos demais. Por outro lado, são os que referem maior sacrifício de seu cotidiano e ganhos sociais para a manter a rotina do consumo. Por outro lado são os que conseguiram o maior tempo de abstinência (figura 2). 

Síndrome de abstinência 
Indubitavelmente nenhuma síndrome de abstinência se compara ao álcool quanto a quantidade e a intensidade da sintomatologia clínica e psíquica. Os inalantes são os que produzem os sintomas mais brancos, eminentemente psíquicos e relacionados a alterações do humor e fissura (figura 3). 

Sintomas psíquicos da abstinência 
Os inalantes produzem sintomas psíquicos de intensidade considerável, quase equivalente ao álcool, menor que as metanfetaminas. A nicotina produz sintomas menos intensos do que os três (figura 4).

Sintomas físicos da abstinência 
Os inalantes produzem sintomas físicos de abstinência discretos, inferiores aos do álcool e superiores ao dos dois estimulantes (figura 5).

COMPLICAÇÕES SOCIAIS DO USO 
Obrigações sociais 
Eis um campo onde os inalantes figuram entre os piores índices. Seus usuários parecem refratários às repercussões prejudiciais ao seu status social, com mais facilidade privilegiam o consumo aos compromissos, têm mais problemas legais (são também os mais excluídos) e se sentem menos propensos a reduzir ao consumo frente a um problema de saúde (por exemplo, uma pneumonia) (figura 6).

Complicações psíquicas do uso crônico 
Os inalantes mostram-se capazes de induzir quadros de natureza esquizofreniforme, com ênfase para as alucinações e delírios. 
Complicações clínicas do uso crônico 
Os inalantes mostram-se capazes de provocar sintomas autonômicos leves (tonturas, dor de cabeça) e problemas digestivos (náusea e diminuição do apetite). 

Apesar da amostra limitada e proveniente de um único serviço, o que dificulta generalizações, o presente artigo foi capaz de demonstrar o papel das diferentes substâncias na gravidade da dependência e na característica da mesma. Algo ainda pouco explorado entre os inalantes. 

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