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10/16/2014

Encefalopatia hepática

Dentre as complicações causadas pelo alcoolismo crônico pode-se destacar a encefalopatia hepática (EH), que é uma síndrome neuropsiquiátrica que ocorre em consequência de falência hepática aguda, subaguda ou crônica. A encefalopatia hepática (também denominada encefalopatia do sistema porta, ou coma hepático) é uma perturbação pelo qual a função cerebral se deteriora devido ao aumento no sangue de substâncias tóxicas como o álcool que o fígado devia ter eliminado em situação normal.

Manifesta-se de forma variável, desde pequenas alterações de personalidade e na cognição, até uma diminuição significativa da memória e da atenção. Do ponto de vista motor, pode ir desde ligeiros déficits motores até a hipertonia, hiperreflexia e sinal de Babinski positivo. No que se refere à consciência, pode alcançar o coma. 

A forma mais branda de encefalopatia hepática é difícil de detectar clinicamente, mas pode ser demonstrada em testes neuropsicológicos. Ocorre esquecimento, confusão leve e irritabilidade. A encefalopatia grave é caracterizada por um padrão de sono-vigília invertido (dormindo de dia, ficando acordado durante a noite), irritabilidade acentuada, tremores, dificuldades de coordenação, e problemas na escrita.

As formas mais graves de encefalopatia hepática levam a um rebaixamento do nível da consciência, letargia, sonolência e, eventualmente, coma. Nos estágios intermediários, um movimento característico ao se empurrar os membros é observado, o asterixis ou flapping, que desaparece à medida que piora a sonolência. Há desorientação e amnésia, e comportamento desinibido pode ocorrer. Coma e convulsões representam o estágio mais avançado; edema cerebral (inchaço do tecido cerebral) pode levar à morte.

Os sintomas da encefalopatia hepática são o resultado de uma função cerebral alterada, especialmente uma incapacidade de permanecer consciente. Nas primeiras etapas, aparecem pequenas mudanças no pensamento lógico, na personalidade e no comportamento. O humor pode mudar, e o juízo alterar-se. À medida que a doença avança, aparece sonolência e confusão e os movimentos e a palavra tornam-se lentos. A desorientação é frequente. Uma pessoa com encefalopatia pode agitar-se e excitar-se, mas não é habitual. Também são frequentes as convulsões. Finalmente, a pessoa pode perder o conhecimento e entrar em coma.

A encefalopatia ocorre frequentemente em conjunto com outros sintomas e sinais de insuficiência hepática. Estes podem incluir icterícia (coloração amarelada da pele e da esclera dos olhos), ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal), e edema periférico (inchaço das pernas devido ao acúmulo de fluidos sob a pele). Os reflexos tendinosos podem ser exagerados, e o reflexo plantar pode ser anormal, ou seja, extensão e não de flexão (sinal de Babinski) na encefalopatia grave.

A encefalopatia desencadeia-se, em geral, devido a uma infecção aguda ou ao excesso de bebidas alcoólicas, o que aumenta a lesão do fígado. Certos medicamentos, especialmente alguns sedativos, analgésicos e diuréticos também podem originar encefalopatia. Quando se suprime a causa desencadeadora, a encefalopatia pode desaparecer.

Os sintomas devidos à alteração da função cerebral numa pessoa com uma doença hepática fornecem informação importante para o seu diagnóstico. A respiração pode ter um odor adocicado; além disso, ao estender os braços não consegue manter as mãos imóveis, apresentando um tremor notório. Nos comas graves provocados por uma inflamação agudo do fígado, a encefalopatia é mortal em mais de 80 por cento dos casos apesar da prescrição de um tratamento intensivo.

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