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10/16/2014

Encefalopatia Alcóolica

A deficiência de tiamina (vitamina B1) pode levar a uma síndrome chamada de encefalopatia de Wernicke, que caracteriza- se pelo desenvolvimento de sintomas psicóticos, oftalmoplegia, nistagmo, ataxia do andar e do manter- se em pé. Os estágios agudos, se não tratados podem ser seguidos por uma situação prolongada e na maior parte das vezes irreversível, a síndrome de Korsakoff, caracterizada clinicamente por distúrbios da memória, alteração grave da memória remota (amnésia retrógrada), incapacidade de adquirir novas informações e confabulação. Como as duas síndromes estão intimamente ligadas, o termo síndrome de Wernicke-Korsakoff é frequentemente aplicado.

A síndrome é composta por uma tríade de anormalidades clínicas: oftalmoplegia, ataxia e confusão mental. Esses seriam os pilares no diagnóstico da síndrome; porém, não é necessária a presença de todos esses sintomas para diagnosticar a SWK, sendo mais rotineiramente encontrados sinais isolados (de oftalmoplegia e/ou desorientação e/ou estupor e/ou coma). 

Os movimentos oculares podem consistir em nistagmo horizontal e vertical, fraqueza ou paralisia do músculo reto lateral e do olhar conjugado. Em casos avançados, pode-se encontrar oftalmoplegia completa. A confusão mental é caracterizada por diminuição do estado de alerta e atenção e alteração senso-perceptual e da memória. Algumas vezes há progressão para coma.

A síndrome Wernicke-Korsakoff é particularmente comum no cenário do alcoolismo crônico. As características anatomopatológicas variam de acordo com o estágio e a gravidade da doença. Pacientes em fase aguda podem ter alterações em corpos mamilares, hipotálamo e região periventricular do tálamo (acima do aqueduto). Os corpos mamilares, especialmente os núcleos mediais, são as estruturas mais amiúde afetadas e estão acometidos em quase todos os casos. 

Exames histopatológicos, em casos agudos, demonstram edema, necrose, desmielinização, discreta perda neuronal, degeneração esponjosa e aumento de vasos sanguíneos como resultante da hiperplasia; quando há hemorragia petequial, eritrócitos e hemossiderina estão presentes, bem como macrófagos. Nos casos crônicos, há perda neuronal mais marcante e gliose. A ressonância nuclear magnética é um exame complementar útil na detecção dessas lesões cerebrais, enquanto a tomografia cerebral é, em muitos casos, ineficaz.

O tratamento da síndrome de Wernicke-Korsakoff deve ser imediatamente iniciado com a administração de tiamina, uma vez que esta previne a progressão da doença e revertem as anormalidades cerebrais que não tenham provocado danos estruturais estabelecidos. Os pacientes devem ser hospitalizados e deve ser administrada tiamina por via endovenosa diariamente por vários dias, em função da absorção intestinal comprometida dos alcoolistas.

Pode ocorrer uma recuperação significativa da função cognitiva, dependendo de fatores como idade e abstinência contínua, mas esta não pode ser predita acuradamente durante os estágios agudos da doença. Interessantemente, uma vez recuperado, o paciente com Korsakoff raramente solicita bebida alcoólica, mas poderá beber se lhe for oferecida.Encefalopatia Alcóolica 

A deficiência de tiamina (vitamina B1) pode levar a uma síndrome chamada de encefalopatia de Wernicke, que caracteriza- se pelo desenvolvimento de sintomas psicóticos, oftalmoplegia, nistagmo, ataxia do andar e do manter- se em pé. Os estágios agudos, se não tratados podem ser seguidos por uma situação prolongada e na maior parte das vezes irreversível, a síndrome de Korsakoff, caracterizada clinicamente por distúrbios da memória, alteração grave da memória remota (amnésia retrógrada), incapacidade de adquirir novas informações e confabulação. Como as duas síndromes estão intimamente ligadas, o termo síndrome de Wernicke-Korsakoff é frequentemente aplicado. 

A síndrome é composta por uma tríade de anormalidades clínicas: oftalmoplegia, ataxia e confusão mental. Esses seriam os pilares no diagnóstico da síndrome; porém, não é necessária a presença de todos esses sintomas para diagnosticar a SWK, sendo mais rotineiramente encontrados sinais isolados (de oftalmoplegia e/ou desorientação e/ou estupor e/ou coma). 

Os movimentos oculares podem consistir em nistagmo horizontal e vertical, fraqueza ou paralisia do músculo reto lateral e do olhar conjugado. Em casos avançados, pode-se encontrar oftalmoplegia completa. A confusão mental é caracterizada por diminuição do estado de alerta e atenção e alteração senso-perceptual e da memória. Algumas vezes há progressão para coma. 

A síndrome Wernicke-Korsakoff é particularmente comum no cenário do alcoolismo crônico. As características anatomopatológicas variam de acordo com o estágio e a gravidade da doença. Pacientes em fase aguda podem ter alterações em corpos mamilares, hipotálamo e região periventricular do tálamo (acima do aqueduto). Os corpos mamilares, especialmente os núcleos mediais, são as estruturas mais amiúde afetadas e estão acometidos em quase todos os casos. 

Exames histopatológicos, em casos agudos, demonstram edema, necrose, desmielinização, discreta perda neuronal, degeneração esponjosa e aumento de vasos sanguíneos como resultante da hiperplasia; quando há hemorragia petequial, eritrócitos e hemossiderina estão presentes, bem como macrófagos. Nos casos crônicos, há perda neuronal mais marcante e gliose. A ressonância nuclear magnética é um exame complementar útil na detecção dessas lesões cerebrais, enquanto a tomografia cerebral é, em muitos casos, ineficaz. 

O tratamento da síndrome de Wernicke-Korsakoff deve ser imediatamente iniciado com a administração de tiamina, uma vez que esta previne a progressão da doença e revertem as anormalidades cerebrais que não tenham provocado danos estruturais estabelecidos. Os pacientes devem ser hospitalizados e deve ser administrada tiamina por via endovenosa diariamente por vários dias, em função da absorção intestinal comprometida dos alcoolistas. 

Pode ocorrer uma recuperação significativa da função cognitiva, dependendo de fatores como idade e abstinência contínua, mas esta não pode ser predita acuradamente durante os estágios agudos da doença. Interessantemente, uma vez recuperado, o paciente com Korsakoff raramente solicita bebida alcoólica, mas poderá beber se lhe for oferecida.

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