Três em cada quatro moradores de rua usam álcool ou drogas. Entre
pessoas de 18 a 30 anos a proporção atinge 80%. Metade dos jovens em SP nessa
situação usa crack. O uso de substâncias
psicoativas é uma constante nas ruas; 74% dos moradores utilizam álcool, drogas
ou ambos. O álcool é a substância mais utilizada (65%) e é mais frequente entre
os mais velhos. O consumo de drogas atinge 37% da população, mas alcança 66%
dos jovens até 30 anos.
A maioria da população em situação de
rua é formada por homens (86%), não-brancos (64%), possui entre de 31 a 49 anos
e andam sozinhos. A escolaridade é baixa, com 9,5% de analfabetos e a maioria
(62,8%) com ensino fundamental incompleto – 1,9% porém, possui nível superior
completo.
A maioria (60%) tem filhos, grande
parte diz ter parentes que vivem na mesma cidade. A população de rua tem um
histórico de perdas, sobretudo de emprego. Há pessoas com mais de dez anos sem
trabalho registrado, sem qualquer direito trabalhista ou cobertura
previdenciária.
Para conseguir alguma renda, vivem de
pequenos expedientes como catar material reciclável, fazer alguns bicos na
construção civil, prestar serviços de carga e descarga, vender doces e pequenos
objetos, distribuir panfletos, pedir esmolas e exercer algumas atividades
ilícitas. Com isso, em um dia recebem em média, R$ 23 e gastam R$15 com
alimentação. O resto com bebida ou droga.
Quase a metade dessa população não
possui qualquer documento, o que as exclui da vida civil. Um em cada quatro
moradores de rua vive nesta situação há mais de dez anos.
Problemas como alcoolismo
e dependência de drogas em um morador de rua se agravam porque ele está sem
teto, em meio às privações de toda ordem, ou esses nômades urbanos foram viver
em espaços públicos como consequência de seus vícios? Segundo instituições
assistenciais e religiosas que trabalham com esse segmento, as situações
diversas são verificadas quase igualmente entre essas pessoas.
O certo, porém, é que uma
vez na rua, crescem as chances de se intensificar o consumo de álcool e das
drogas, comum em mais de 95% dessas pessoas. Junto com a dependência (e neste
caso o crack demonstra ser mais devastador), vêm ainda a debilidade do
organismo, a diminuição das chances de encontrar uma ocupação e as
possibilidades de ingressarem em delitos, sobretudo furtos.
Mas as dificuldades não
esbarram aí: entre essa população são comuns os distúrbios mentais, sobretudo a
esquizofrenia.
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