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9/23/2014

Vai cheirar? Então saiba o que entra pelo nariz!

Em recipientes (ou até mesmo buracos impermeabilizados no chão) é colocada uma grande quantidade de folhas secas de coca, que são maceradas com querosene. Após a maceração, as folhas são removidas e transferidas para outro recipiente e mergulhadas em solução de ácido sulfúrico visando acidificar o alcaloide e formar sulfato de cocaína, higrina e outros compostos, solúveis em água. O líquido é então decantado e tratado com alguma substância alcalina, como o carbonato de amônia, o que resulta na pasta base, que é solúvel em solventes orgânicos e insolúvel em água.
A seguir, a pasta base é dissolvida em acetona ou éter etílico e com acréscimo de água, precipitam a cocaína, que por filtração encontra-se em elevado grau de pureza. Pela volatilidade, os solventes são completamente eliminados do pó obtido, não chegando a deixar aroma, critério fundamental para a venda como cocaína pura.
A cocaína, agora pura e economicamente transportável, será diluída com diversas substâncias, entre elas: anestésicos locais, como a lidocaína e procaína além de cafeína. Acrescenta-se também ácido acetilsalicílico, cimento branco, talco e até pó de vidro. A cocaína é diluída durante o processamento com filtros, como açúcares e creatina. A droga também é misturada com metilanfetamina, metilfenidato, efedrina, manitol, inositol, bicarbonato de sódio, sacarina, farinha de arroz branco (para dar volume) e maltodextrina. Mas esses talvez sejam os menos prejudiciais.
O levamisol é um anti-helmíntico usado para matar vermes parasitas que causa agranulocitose. Esta doença derruba a produção de células brancas. A benzocaína, anestésico local, também faz parte daquelas que são adicionadas à cocaína. Essa, talvez, seja a que esteja em maior quantidade. Cerca de 50% da cocaína contém um pesticida chamado tetramisol. Também é usado o diltiazem, uma droga anti-hipertensiva. Depois, temos a fenacetina, um analgésico (como a aspirina ou paracetamol) que é proibido há 20 anos, pois pode causar danos nos rins.
Depois de cheirar toda essa porcaria o dependente ainda “concorre” a vários prêmios para a sua saúde e sua vida.
Pode-se afirmar que os sintomas de envenenamento pela cocaína referem-se sobretudo ao sistema nervoso central. Muitos efeitos devem-se à estimulação dos sistemas simpático e dopaminérgicos. Com o início do consumo regular os danos tornam-se irreversíveis. Entre eles: euforia, sensação de poder, ausência de medo, ansiedade, agressividade, excitação física, mental e sexual, anorexia (perda do apetite), insônias, delírios.
Os efeitos, em altas doses, são: convulsões, depressão neuronal, alucinações, paranoia, mãos e pés adormecidos, depressão do centro neuronal respiratório, depressão vasomotora e até mesmo coma e morte. As overdoses de cocaína são quase sempre fatais. Caracterizam-se por arritmias cardíacas, convulsões epilépticas generalizadas e depressão respiratória com asfixia.
Após consumo durante apenas alguns dias, com a privação da droga aparecem: depressão (muitas vezes profunda), disforia (ansiedade e mal estar), deterioração das funções motoras, elevada perda da capacidade de aprendizagem, perda de comportamentos aprendidos. A síndrome psicológica da cocaína é extremamente poderosa.
A longo prazo (alguns meses) são comuns síndromes psiquiátricas como esquizofrenia e depressão profunda unipolar e mais:
·         Perda de memória;
·         Perda da capacidade de concentração mental;
·         Perda da capacidade analítica;
·         Falta de ar permanente, trauma pulmonar, dores torácicas;
·         Destruição total do septo nasal (se inalada);
·         Perda de peso até níveis de desnutrição;
·         Cefaleias (dores de cabeça);
·         Síncopes (desmaios);
·         Distúrbios dos nervos periféricos ("sensação do corpo ser percorrido por insetos");
·         Silicose, devido a adição de talco;
·         Arritmias cardíacas;
·         Trombose coronária com enfarte do miocárdio (provoca 25% dos enfartes totais em jovens de 18-45 anos);
·         Trombose cerebral com AVC;
·         Outras hemorragias cerebrais devidas à vasoconstrição simpática;
·         Necrose (morte celular) cerebral;
·         Insuficiência renal;
·         Insuficiência cardíaca;
·         Hipertermia com coagulação disseminada potencialmente fatal.

Então?

Antes de cheirar pense e antes de pensar não cheire!

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