Em recipientes
(ou até mesmo buracos impermeabilizados no chão) é colocada uma grande quantidade
de folhas secas de coca, que são maceradas
com querosene. Após a maceração, as folhas
são removidas e transferidas para outro recipiente e mergulhadas em solução de ácido sulfúrico visando acidificar o alcaloide
e formar sulfato de cocaína, higrina e outros compostos, solúveis em água. O líquido
é então decantado e tratado com alguma substância alcalina, como o carbonato de amônia, o que resulta na pasta base, que é solúvel em solventes
orgânicos e insolúvel em água.
A seguir,
a pasta base é dissolvida em acetona
ou éter etílico e com acréscimo de água,
precipitam a cocaína, que por filtração encontra-se em elevado grau de pureza. Pela
volatilidade, os solventes são completamente
eliminados do pó obtido, não chegando a deixar aroma, critério fundamental para
a venda como cocaína pura.
A cocaína,
agora pura e economicamente transportável, será diluída com diversas substâncias,
entre elas: anestésicos locais, como
a lidocaína e procaína além de cafeína.
Acrescenta-se também ácido acetilsalicílico,
cimento branco, talco e até pó de vidro.
A cocaína é diluída durante o processamento com filtros, como açúcares e creatina. A droga também é misturada com metilanfetamina, metilfenidato,
efedrina, manitol, inositol, bicarbonato de sódio, sacarina, farinha de arroz branco (para dar volume) e maltodextrina. Mas esses talvez sejam os menos prejudiciais.
O levamisol é um anti-helmíntico usado para
matar vermes parasitas que causa agranulocitose. Esta doença derruba a produção
de células brancas. A benzocaína, anestésico
local, também faz parte daquelas que são adicionadas à cocaína. Essa, talvez, seja
a que esteja em maior quantidade. Cerca de 50% da cocaína contém um pesticida chamado
tetramisol. Também é usado o diltiazem, uma droga anti-hipertensiva.
Depois, temos a fenacetina, um analgésico
(como a aspirina ou paracetamol) que é proibido há 20 anos, pois pode causar danos
nos rins.
Depois
de cheirar toda essa porcaria o dependente ainda “concorre” a vários prêmios
para a sua saúde e sua vida.
Pode-se
afirmar que os sintomas de envenenamento pela cocaína referem-se sobretudo ao sistema
nervoso central. Muitos efeitos devem-se à estimulação dos sistemas simpático e
dopaminérgicos. Com o início do consumo regular os danos tornam-se irreversíveis.
Entre eles: euforia, sensação de poder, ausência de medo, ansiedade, agressividade,
excitação física, mental e sexual, anorexia (perda do apetite), insônias, delírios.
Os efeitos,
em altas doses, são: convulsões, depressão neuronal, alucinações, paranoia, mãos
e pés adormecidos, depressão do centro neuronal respiratório, depressão vasomotora
e até mesmo coma e morte. As overdoses de cocaína são quase sempre fatais. Caracterizam-se
por arritmias cardíacas, convulsões epilépticas generalizadas e depressão respiratória
com asfixia.
Após consumo
durante apenas alguns dias, com a privação da droga aparecem: depressão (muitas
vezes profunda), disforia (ansiedade e mal estar), deterioração das funções motoras,
elevada perda da capacidade de aprendizagem, perda de comportamentos aprendidos.
A síndrome psicológica da cocaína é extremamente poderosa.
A longo
prazo (alguns meses) são comuns síndromes psiquiátricas como esquizofrenia e depressão
profunda unipolar e mais:
·
Perda
de memória;
·
Perda
da capacidade de concentração mental;
·
Perda
da capacidade analítica;
·
Falta
de ar permanente, trauma pulmonar, dores torácicas;
·
Destruição
total do septo nasal (se inalada);
·
Perda
de peso até níveis de desnutrição;
·
Cefaleias
(dores de cabeça);
·
Síncopes
(desmaios);
·
Distúrbios
dos nervos periféricos ("sensação do corpo ser percorrido por insetos");
·
Silicose,
devido a adição de talco;
·
Arritmias
cardíacas;
·
Trombose
coronária com enfarte do miocárdio (provoca 25% dos enfartes totais em jovens de
18-45 anos);
·
Trombose
cerebral com AVC;
·
Outras
hemorragias cerebrais devidas à vasoconstrição simpática;
·
Necrose
(morte celular) cerebral;
·
Insuficiência
renal;
·
Insuficiência
cardíaca;
·
Hipertermia
com coagulação disseminada potencialmente fatal.
Então?
Antes
de cheirar pense e antes de pensar não cheire!
Nenhum comentário:
Postar um comentário