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5/30/2014

MANEJO DAS COMPLICAÇÕES NO ALCOOLISMO

Convulsões

A maioria das crises é do tipo tônico-clônica generalizada. As crises convulsivas correspondem a uma manifestação relativamente precoce da SAA, mais de 90% ocorrem até 48 horas após a interrupção do uso de álcool (pico entre 13 e 24 horas) e estão associadas com a evolução para formas graves de abstinência. 

Cerca de 1/3 dos pacientes que apresentam crises evoluem para delirium tremens, se não forem tratados. Em 40% dos casos, as crises ocorrem isoladamente. Nos pacientes que apresentam mais de uma crise, elas ocorrem geralmente em número limitado.

Delirium Tremens

Forma grave de abstinência, geralmente iniciando-se entre 1 a 4 dias após a interrupção do uso de álcool, com duração de até três ou quatro dias. É caracterizado por rebaixamento do nível de consciência, com desorientação, alterações sensoperceptivas, tremores e sintomas autonômicos (taquicardia, elevação da pressão arterial e da temperatura corporal).

Alucinose alcoólica: quadro alucinatório predominantemente auditivo, com sons do tipo cliques, rugidos, barulho de sinos, cânticos e vozes. As alucinações podem ser também de natureza visual e tátil. Os pacientes podem apresentar medo, ansiedade e agitação em decorrência dessas experiências. Uma característica peculiar desse tipo de fenômeno é que ocorre na ausência de rebaixamento do nível de consciência e evolui sem alterações autonômicas óbvias.

Interações

Álcool e outras drogas depressoras do Sistema Nervoso Central (SNC)

São depressores do SNC: barbitúricos, sedativos não barbitúricos, benzodiazepínicos e opioides. O álcool, quando combinado a outras drogas depressoras pode levar a um aumento da sedação por uma adição do efeito da droga. Outros efeitos podem incluir a depressão de funções respiratórias ou cardíacas que podem resultar em perda da consciência e morte. 

Benzodiazepínicos

O álcool aumenta a taxa de absorção dos medicamentos benzodiazepínicos o que pode levar a um aumento do efeito depressor que este tipo de medicamento tem sobre o cérebro. Os efeitos mais importantes desta iteração são: sedação, diminuição dos reflexos, descoordenação, e prejuízo da memória. Os riscos desta associação são os relacionados às tarefas que envolvem coordenação de motora e concentração como dirigir um veículo ou operar uma máquina. 

Analgésicos 

Analgésicos como paracetamol e aspirina são utilizados para o alívio de dores moderadas, se utilizados juntamente ao álcool podem levar a um prejuízo da mucosa gástrica e aumentar o tempo de sangramento. 

Os analgésicos também podem conter codeína e anti-histamínicos que ao interagir com o álcool levam à sonolência. Quando o álcool é combinado a opiáceos como morfina, heroína, codeína ou metadona pode haver um aumento da função depressora do SNC destas drogas. 

Aproximadamente um quarto das mortes de indivíduos que fazem uso de opiáceos se dá em decorrência da interação com o álcool. O álcool quando ingerido juntamente à aspirina pode levar a um prolongamento do tempo de sangramento e irritação da mucosa gástrica. 

Barbitúricos 

Quando o álcool é ingerido juntamente a barbitúricos pode ocorrer uma intensa depressão do SNC, com prejuízo de coordenação e da psicomotricidade. O risco de overdose é muito alto, esta combinação pode levar a uma redução no nível de consciência e parada respiratória. 

Outras drogas depressoras 

A Maconha não é necessariamente um agente depressor do SNC, pois também possui características alucinógenas, no entanto, quando usado em combinação com o álcool pode prejudicar as funções motoras e intelectuais do indivíduo. Pouco se sabe a respeito da interação do álcool com substâncias voláteis, porém um efeito aditivo é provável. 

Drogas estimulantes 

Drogas estimulantes como anfetamina e cocaína, quando usadas juntamente ao álcool fazem com que o indivíduo necessite de doses muito maiores de álcool para que este se sinta intoxicado. Algumas pessoas acreditam que o uso do álcool juntamente à cocaína ajuda minimizar os efeitos desagradáveis desta o que é um erro enorme. 

Drogas alucinógenas 

Há poucas informações sobre a interação de alucinógenos com álcool. Porém, sabe-se que a mistura do álcool com alucinógenos é imprevisível e os efeitos de ambas as drogas pode ser intensificado. 

Medicamentos controlados 

Há alguns antibióticos que reagem com o álcool. O uso combinado pode levar a cefaleia e náuseas. O Álcool também pode diminuir a eficácia de antibióticos e drogas antivirais. A interação de álcool e anti-histamínicos parece prejudicar o desempenho psicomotor. Algumas drogas anti-inflamatórias quando combinadas ao álcool podem levar a um aumento significativo do tempo de sangramento.