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5/29/2014

ENTENDENDO O DEPENDENTE - SETE REGRAS BÁSICAS


 

1 - O momento de parar é agora
Uma das táticas mais usadas pelos dependentes e abusadores de álcool e/ou outras drogas para evitar ingressar em tratamento é a procrastinação (“deixar para mais tarde ou para depois”, adiamento indefinido que colabora para o aumento das consequências derivadas do consumo). A frase “Eu vou parar amanhã” significa exclusivamente que o indivíduo não tem nenhuma intenção de interromper o consumo.
Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade. 1 João 2:21
A verdadeira testemunha não mentirá, mas a testemunha falsa se desboca em mentiras. Provérbios 14:5
2 - Deve-se parar o consumo de uma vez
Reduzir o consumo de drogas e álcool é uma tarefa ingrata e infrutífera. Cada episódio de consumo de droga aumenta o desejo por mais droga e assim o processo de recuperação acaba sempre adiado.
3 - Parar todas as drogas de abuso
Esta é uma das regras mais difíceis para o dependente aceitar. O indivíduo tende a focalizar todas as suas dificuldades, por exemplo, na cocaína, desprezando a participação das outras substâncias no seu padrão de consumo.
O consumo de álcool ou de maconha frequentemente representa o primeiro passo para uma recaída no consumo da própria cocaína. Além desse fato, o consumo de qualquer substância evoca as memórias da droga principal usada, desencadeando “fissuras” intensas. Ao usar outra droga, o indivíduo terá menor capacidade de resistir a tais “fissuras”, recorrendo ao consumo.
4 - Mudar o estilo de vida
Os dependentes de drogas não devem manter relacionamentos com antigos companheiros de consumo, não devem ir aos bares e outros ambientes onde costumavam encontrar esses colegas, pois o consumo de substâncias psicoativas (drogas e/ou álcool) é o ponto central dessas atividades.
O indivíduo, nessas ocasiões, volta a sentir desejo intenso, como uma necessidade de consumir, não conseguindo resistir à droga. Esta é a principal razão de recaídas, pelo menos nos pacientes em tratamento.
Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes. 1 Coríntios 15:33
Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos. Provérbios 27:6
O que anda com os sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos será destruído. Provérbios 13:20
O que guarda a lei é filho sábio, mas o companheiro dos desregrados envergonha a seu pai. Provérbios 28:7
Desviaste para longe de mim amigos e companheiros, e os meus conhecidos estão em trevas. Salmos 88:18
5 - Sempre que possível evitar situações, pessoas e ambiente que causem fissuras
É importante antecipar estas situações antes de se encontrar nas situações acima descritas, para que o paciente possa lidar adequadamente e evite o uso. Os dependentes em tratamento nunca devem testar-se, para saber “como estão indo no tratamento”.
Este fenômeno é muito visto entre os pacientes, que acreditam que “passando no teste” estarão provando que voltaram a conquistar o controle sobre a droga e que “jamais irão consumir novamente”. Infelizmente nada poderia ser mais falso que isto. Mesmo passando no “teste” o paciente estará mais próximo de uma recaída, por ter se aproximado ao ambiente de consumo e, provavelmente, por excesso de autoconfiança.
6 - Procurar outras recompensas (fontes de prazer)
Durante a trajetória da dependência os indivíduos costumam afastar-se de praticamente todas as formas de lazer que não se encontram associadas diretamente ao consumo. Frequentemente abandonam hobbies, afastam-se de pessoas que não usam, param de exercitar-se; com a evolução da dependência mesmo o interesse no sexo se reduz muito, e a vida torna-se escassa de prazeres não quimicamente induzidos. O aprendizado de como voltar a estar em sintonia com o mundo “careta” é uma das tarefas mais difíceis da recuperação. Alguns indivíduos chegam a relatar que “desaprenderam a falar” sem o efeito das drogas.
7 - Cuidados pessoais: aparência, alimentação, exercício etc.
A cocaína, por exemplo, é um potente inibidor do apetite, de forma que usuários crônicos tendem a apresentar deficiências de diversos nutrientes e vitaminas. Alguns indivíduos dependentes de álcool ingressam no tratamento muito adoecidos, física e emocionalmente.

Da mesma forma, o condicionamento físico do paciente costuma ser negligenciado, indicando a inclusão de exercícios físicos na recuperação. O exercício pode, ainda, auxiliar a controlar a ansiedade do indivíduo, facilitando a manutenção da abstinência, além de produzir sensação de bem-estar pela liberação de substâncias (endorfinas), que podem resultar em redução do desejo pelo consumo.