1 - O momento de parar é agora
Uma das táticas mais usadas pelos dependentes e abusadores de álcool
e/ou outras drogas para evitar ingressar em tratamento é a procrastinação (“deixar
para mais tarde ou para depois”, adiamento indefinido que colabora para o aumento
das consequências derivadas do consumo). A frase “Eu vou parar amanhã” significa
exclusivamente que o indivíduo não tem nenhuma intenção de interromper o consumo.
Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a
sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade. 1 João 2:21
A verdadeira testemunha não mentirá, mas a testemunha falsa se
desboca em mentiras. Provérbios 14:5
2 - Deve-se parar o consumo de uma vez
Reduzir o consumo de drogas e álcool é uma tarefa ingrata e infrutífera.
Cada episódio de consumo de droga aumenta o desejo por mais droga e assim o processo
de recuperação acaba sempre adiado.
3 - Parar todas as drogas de abuso
Esta é uma das regras mais difíceis para o dependente aceitar. O indivíduo
tende a focalizar todas as suas dificuldades, por exemplo, na cocaína, desprezando
a participação das outras substâncias no seu padrão de consumo.
O consumo de álcool ou de maconha frequentemente representa o primeiro
passo para uma recaída no consumo da própria cocaína. Além desse fato, o consumo
de qualquer substância evoca as memórias da droga principal usada, desencadeando
“fissuras” intensas. Ao usar outra droga, o indivíduo terá menor capacidade de resistir
a tais “fissuras”, recorrendo ao consumo.
4 - Mudar o estilo de vida
Os dependentes de drogas não devem manter relacionamentos com antigos
companheiros de consumo, não devem ir aos bares e outros ambientes onde costumavam
encontrar esses colegas, pois o consumo de substâncias psicoativas (drogas e/ou
álcool) é o ponto central dessas atividades.
O indivíduo, nessas ocasiões, volta a sentir desejo intenso, como uma
necessidade de consumir, não conseguindo resistir à droga. Esta é a principal razão
de recaídas, pelo menos nos pacientes em tratamento.
Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons
costumes. 1 Coríntios 15:33
Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo
são enganosos. Provérbios 27:6
O que anda com os sábios ficará sábio, mas o companheiro dos tolos
será destruído. Provérbios 13:20
O que guarda a lei é filho sábio, mas o companheiro dos desregrados
envergonha a seu pai. Provérbios 28:7
Desviaste para longe de mim amigos e companheiros, e os meus
conhecidos estão em trevas. Salmos 88:18
5 - Sempre que possível evitar situações, pessoas e ambiente que causem
fissuras
É importante antecipar estas situações antes de se encontrar nas situações
acima descritas, para que o paciente possa lidar adequadamente e evite o uso. Os
dependentes em tratamento nunca devem testar-se, para saber “como estão indo no
tratamento”.
Este fenômeno é muito visto entre os pacientes, que acreditam que “passando
no teste” estarão provando que voltaram a conquistar o controle sobre a droga e
que “jamais irão consumir novamente”. Infelizmente nada poderia ser mais falso que
isto. Mesmo passando no “teste” o paciente estará mais próximo de uma recaída, por
ter se aproximado ao ambiente de consumo e, provavelmente, por excesso de autoconfiança.
6 - Procurar outras recompensas (fontes de prazer)
Durante a trajetória da dependência os indivíduos costumam afastar-se
de praticamente todas as formas de lazer que não se encontram associadas diretamente
ao consumo. Frequentemente abandonam hobbies, afastam-se de pessoas que não usam,
param de exercitar-se; com a evolução da dependência mesmo o interesse no sexo se
reduz muito, e a vida torna-se escassa de prazeres não quimicamente induzidos. O
aprendizado de como voltar a estar em sintonia com o mundo “careta” é uma das tarefas
mais difíceis da recuperação. Alguns indivíduos chegam a relatar que “desaprenderam
a falar” sem o efeito das drogas.
7 - Cuidados pessoais: aparência, alimentação, exercício etc.
A cocaína, por exemplo, é um potente inibidor do apetite, de forma que
usuários crônicos tendem a apresentar deficiências de diversos nutrientes e vitaminas.
Alguns indivíduos dependentes de álcool ingressam no tratamento muito adoecidos,
física e emocionalmente.
Da mesma forma, o condicionamento físico do paciente costuma ser negligenciado,
indicando a inclusão de exercícios físicos na recuperação. O exercício pode, ainda,
auxiliar a controlar a ansiedade do indivíduo, facilitando a manutenção da abstinência,
além de produzir sensação de bem-estar pela liberação de substâncias (endorfinas),
que podem resultar em redução do desejo pelo consumo.







