O primeiro aspecto e talvez o mais importante para que os pais possam
lidar com o uso de drogas por seus filhos é desmistificar todo e qualquer adjetivo
pejorativo, rotulador do indivíduo, compreender que na maioria das vezes o uso é
ou poderá se transformar numa doença séria que, embora incurável, pode ser tratada,
estabilizada e permitir que o usuário volte a ter uma vida normal em todos os seus
aspectos.
Conhecendo as drogas mais usadas no Brasil, os sinais que podem indicar
o uso de cada uma dessas drogas, os efeitos do uso a curto, médio e longo prazo,
as consequências para a saúde, as possibilidades de tratamento e o papel fundamental
da família no processo de recuperação do dependente, os pais e a família podem desenvolver
seu verdadeiro papel de protetores, cuidadores e formadores não só dos aspectos
morais, mas como da saúde física e mental de seus filhos.
Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais; cada
um morrerá pelo seu pecado. Deuteronômio 24:16
A coroa dos velhos são os filhos dos filhos; e a glória dos filhos
são seus pais. Provérbios 17:6
Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é
justo. Efésios 6:1
Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é
agradável ao Senhor. Colossenses 3:20
Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não percam o
ânimo. Colossenses 3:21
Qual é a hora de procurar ajuda
Com toda certeza no primeiro momento em que se notam certos tipos de
comportamento, soa o alarme e aparecem os indícios e os questionamentos dos pais
sobre a mudança de rotina de seus filhos. Importante: a mudança sempre ocorre; sempre.
Listamos uma série de pontos que podem levar à conclusão de que um jovem está se
transformando em um dependente químico, seja álcool ou qualquer outra droga.
Indícios do uso abusivo de drogas por adolescentes
Para ilustrar esse ponto vamos usar o álcool, pois, além de lícito
e amplamente aceito pela sociedade - é droga, gera dependência e mata. Os pontos
mencionados servem da mesma forma para quaisquer outras drogas.
É preciso distinguir consumo de bebida e alcoolismo, mas sintomas como:
queda do rendimento escolar, depressão, mentiras desenvolvimento de antipatias ou até mesmo hostilidade
frente sua própria sociedade ou cultura e outras alterações psicopatológicas podem
ser indicadores do início da dependência.
Mudanças sociais
que implicam na decisão de beber (ou usar outra droga):
·
De famílias extensas por famílias nucleares,
·
De status atribuído por status conquistado,
·
De uma vida centrada na família por uma vida centrada
nos pares,
·
De valores religiosos por seculares,
·
Da vida em comunidade pelo individualismo,
·
Da estabilidade social por mudanças sociais,
·
Da moral tradicional pela amoralidade.
A alienação causada
pelo abuso de álcool durante a adolescência, se generalizada, pode resultar em problemas
psicossociais epidêmicos, como, delinquência, depressão, conflitos familiares, gravidez
fora do casamento, abandono escolar, vandalismo e até suicídio.
Outros sinais de abuso
·
Atrasos constantes
na escola;
·
Desculpas as mais
variadas para não ir à escola;
·
Dificuldade para
despertar, levantar-se, etc..
·
Colocar-se em situações
de risco como não prestar atenção ao atravessar a rua, tombos, distração generalizada;
·
Incapacidade de
se lembrar do que aconteceu depois de beber;
·
Envolvimentos mal
explicados com a polícia devido a brigas e outros fatores de risco;
·
Chegar a casa machucado
e não saber explicar ou distorcer os motivos para o incidente;
·
Beber para curar
uma ressaca;
·
Preocupação de colegas
e amigos com a forma dele ou dela se comportar;
·
Incapacidade de
controlar a quantidade de bebida ingerida;
·
Aumento significativo
na frequência e na quantidade ingerida;
·
Impedido de beber
apresenta dores de estômago, sudorese excessiva, tremedeira, ansiedade, mau humor,
agressividade, isolamento;
·
Abandono progressivo
de atividades antes costumeiras e prazerosas;
·
Passar muito tempo
na rua sem justificativas plausíveis;
·
Rompimento progressivo
de relações sociais e tendências a ficar cada vez mais só;
·
Beber sozinho, em
casa, no quarto ou escondido;
·
Esconder bebida
pela casa;
·
Mudar o que costuma
beber como, por exemplo, deixar a cerveja e passar a beber vodca ou uísque;
·
Gabar-se de que
bebe muito, mas não fica bêbado;
·
Sentir-se culpado
depois de uma ressaca ou um porre;
·
Perda de peso, gastrite,
inchaço nos pés, bochechas e nariz vermelhos.







