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5/29/2014

CODEPENDÊNCIA


 
O dependente químico raramente vive “no vazio”. Aqueles que o cercam são direta ou indiretamente afetados pela disfunção comportamental que acompanha a progressão da doença da dependência e desenvolvem mecanismos de racionalização para melhor suportar a dor de serem rejeitados em função da droga do familiar dependente. Quando isto ocorre, estas pessoas passam a ser o que denominamos codependentes.
É um problema progressivo, capaz de tornar doentes as pessoas que, em consequência de uma relação tão intensa e comprometida com um dependente químico, não conseguem administrar suas próprias vidas.
Esse fato inicia-se quando nessa relação alguém tenta controlar o uso de drogas, o consumo de bebidas ou quaisquer comportamentos compulsivos de um dependente na esperança de ajudá-lo, sendo mal sucedido nesse controle, acabando assim por perder o domínio sobre seu próprio comportamento e vida.
Assim como o dependente químico necessita da droga, a droga do codependente é o dependente. Embora seja uma resposta normal para uma situação anormal, a codependência é extremamente prejudicial a todos quando se tenta controlar algo ou alguma coisa que não pode ser controlada.
Todo indivíduo é dotado de algo chamado “Soberania Pessoal”. Não há restrições quanto a isso, exceto se ela agride a terceiros. Na “Soberania Pessoal” está incluído o direito de usar qualquer substância, seja para que fim for, mas responsabilizar-se integralmente pelas consequências.
No atendimento e tratamento do dependente químico é comum o indivíduo ser trazido pela família, é comum também, que a família apresente certa resistência quando solicitada a participar, ou então aceite o tratamento apenas por causa do dependente, como se ela não precisasse refletir sobre a qualidade da relação familiar. Normalmente a fala é a seguinte: - “Ele estando bem, eu também estarei”.
O “sistema de negação” desenvolvido pelos codependentes é basicamente idêntico ao utilizado pelo dependente químico. Estas características são desenvolvidas ou geradas por reflexo de comportamento diretamente vinculado e sob a influência da conduta do dependente.


Além disso, outros mecanismos de defesa mais complexos atuam no sentido de sustentação das possibilidades de ganho que a doença promove. A princípio, os ganhos são quase sempre representados pela atenção social que recebe e parece envolver de satisfação imediata tanto o dependente quanto o codependente, seja pela necessidade de que carecem, seja pela força da patologia à qual estão aferrados.
Todavia, com o tempo, o indivíduo com essa característica se torna insistente e a qualidade das relações que desenvolvem tende a se tornar obstinada. Como consequência, ele fica cada vez mais isolado socialmente e entra em estado depressivo cíclico, apresenta sentimentos de abandono, frustração e baixa autoestima.
Porque, quando meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me recolherá. Salmos 27:10
Todas as atitudes a que o codependente responde mediante a manipulação do dependente pressupõe-se atuarem no sentido de uma degradação de conduta de ambas as partes.
Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; Romanos 1:24

Assim, o que o codependente necessita, é de uma orientação para que possa perceber como responder às diretrizes de conduta do seu dependente, o grau de envolvimento e de participação na patologia em questão.