Nossa sociedade teme as drogas ilícitas. Maconha, cocaína, ópio, crack e ecstasy, são os fantasmas que assombram os pais cada vez que seus filhos vão para uma festa. Sem dúvida, são substâncias nocivas que causam dependência física ou psíquica e, embora proibidas por lei, podem ser encontradas com facilidade nas mãos dos traficantes, que estão em toda a parte.
O maior perigo, porém, não mora aí. O vilão dos vilões é o álcool e nem todo mundo percebe isso. Vendido em larga escala, disponível em todos os restaurantes, padarias, supermercados, residências, bares e casas noturnas em geral, essa droga lícita tem feito vítimas em números astronômicos.
Está provado que o álcool causa dependência fortíssima. É mais fácil deixar a cocaína do que a bebida, até porque esta última pode ser encontrada em qualquer lugar e a qualquer momento, inclusive em casas de amigos e parentes. A força de vontade do dependente de álcool em processo de recuperação tem de ser redobrada para se livrar da tentação.
Tipos de bebida alcoólica
As bebidas alcoólicas contêm diferentes teores de álcool. Podem distinguir-se dois grupos, de acordo com a quantidade de álcool e o processo de fabricação. As bebidas fermentadas são obtidas a partir da fermentação de açúcares constituintes de frutos por ação de microrganismos chamados leveduras.
Estas bebidas podem obter-se a partir de frutos, cereais, grãos, tubérculos e cactos. As bebidas destiladas são obtidas através da destilação, dando origem a bebidas com maior percentagem de álcool, como por exemplo, a aguardente, uísque, gin, vodca, uísque, etc.
A graduação
A graduação é o volume, em percentagem de álcool puro por litro dessa bebida. Exprime-se em graus e varia de bebida para bebida.
Você sabia que...
- · A bebida alcoólica surgiu ao acaso durante o período Neolítico na pré-história?
- · Alexandre, o Grande, caiu inconsciente depois de beber muito em seu ultimo banquete e veio a morrer dias depois de doença relacionada ao abuso de álcool?
- · A regulamentação do comércio de vinho passou a existir de forma mais consistente a partir da Idade Média?
- · As mulheres russas proletárias no inicio do século XX colocavam bebida destilada nas chupetas de seus filhos?
- · Na Inglaterra do século XVIII o gim era conhecido como a bebida de preferência das mulheres?
- · Apesar do abuso de álcool ter sido sempre criticado durante a história humana, o conceito de dependência alcoólica só foi surgir no final do século XVIII e início do século XIX?
Mitos e Realidades
· O álcool não aquece. O álcool faz com que o sangue venha do interior do organismo à superfície da pele, dando a sensação de calor, mas este deslocamento do sangue provoca uma perda do calor interno, prejudicando o funcionamento de todos os órgãos.
· O álcool não mata a sede. A sensação de sede significa necessidade de água. Quando se toma uma bebida alcoólica, uma considerável quantidade de água, que faz falta ao organismo, sai pela urina, aumentando assim a necessidade de água no organismo, logo a sede.
· O álcool não dá força. O álcool tem uma ação excitante, que disfarça o cansaço do trabalho físico ou intelectual intenso, dando a ilusão de voltarem as forças, mas, depois, o cansaço é dobrado, porque gastou energias ao ser queimado no fígado.
· O álcool não ajuda a digestão e não abre o apetite. O álcool faz com que os movimentos do estômago sejam muito mais rápidos e os alimentos passam para o intestino sem estarem devidamente digeridos, dando a sensação de estômago vazio. O resultado é a falta de apetite e o aparecimento de gastrites e úlceras.
· O álcool não é um alimento. O álcool não é um nutriente porque produz calorias inúteis para os músculos e não serve para o funcionamento das células, contrariamente aos verdadeiros nutrientes ele não ajuda na edificação, construção e reconstrução do organismo. Ao contrário dos nutrientes, o álcool não é armazenado, sendo destruído nas horas seguintes à sua ingestão.
· O álcool não é um medicamento. É exatamente o contrário de um medicamento. Provoca apenas uma excitação e uma anestesia passageira que pode abafar durante algum tempo, dores ou sensação de mal-estar, acabando por ter consequências ainda mais graves.
· O dependente de álcool não é uma pessoa fraca e irresponsável.
· O alcoolismo é uma doença crônica que compreende os seguintes sintomas: desejo incontrolável de beber, perda de controle (não conseguir parar de beber depois de ter começado), dependência física (sintomas físicos como sudorese, tremedeira e ansiedade quando está sem álcool) e tolerância (com o tempo passa a precisar de doses maiores de álcool). A dependência de álcool não está associada ao caráter do indivíduo e muito dos problemas que ele apresenta são decorrentes da própria doença.
· Problemas decorrentes do uso de álcool não são um claro indicador de que a pessoa sofre de alcoolismo.
· Apesar do abuso de álcool não ser sinônimo de alcoolismo, ele pode trazer inúmeros problemas para o individuo e a sociedade.
· O álcool não é a causa do alcoolismo.
· Apesar de ser dependente de álcool, não é o álcool em si que causa o alcoolismo. Se isto fosse verdade toda pessoa que bebesse seria dependente de álcool. O que se sabe é que o alcoolismo não pode ser explicado por um único fator, mas pela interação de elementos genéticos, psicológicos e ambientais.
· O vinho não é uma bebida leve porque contém menos álcool do que outras bebidas. A quantidade de álcool que a pessoa ingere depende da quantidade de doses que ela toma. Um copo de vinho tinto (aproximadamente 120 ml), uma lata de cerveja (aproximadamente 285 ml) e uma dose de bebida destilada (aproximadamente 30 ml) contém a mesma quantidade de álcool.
· Misturar cerveja, vinho e destilados não leva a embriaguez mais rapidamente do que só tomar um tipo de bebida alcoólica. O nível de álcool no sangue é que determina o nível de sobriedade ou intoxicação alcoólica do indivíduo. Lembre-se que a quantidade de doses que a pessoa toma é que vai determinar a quantidade de álcool em seu sangue.
· Beber café não ajuda a pessoa a se restabelecer do 'porre'. Apenas o tempo pode ajudar uma pessoa a se restabelecer do porre. O organismo humano demora em média uma hora para processar uma dose de álcool.
· Os efeitos do álcool no corpo da mulher não são iguais aos efeitos do álcool no corpo do homem.
· De maneira geral a ingestão da mesma quantidade de álcool afeta a mulher mais rapidamente do que o homem (mesmo levando-se em conta as diferenças no peso corporal). Isto ocorre porque a mulher apresenta menos água em seu corpo do que o homem e o álcool quando misturado à água do corpo torna-se mais concentrado na mulher.
· Os efeitos do álcool no corpo do idoso não são iguais aos efeitos do álcool no corpo do jovem.
· Os efeitos do álcool no organismo variam com a idade. Perda de reflexos, problemas com audição e visão e menor tolerância aos efeitos do álcool deixam os idosos sob o risco de quedas, acidentes automobilísticos e outros tipos de acidentes que podem resultar do uso de álcool. Com a idade, há também uma tendência de aumento no consumo de medicamentos. A mistura desses medicamentos com álcool pode trazer consequências danosas, inclusive fatais à saúde.
· É sabido que mais de 150 remédios interagem de maneira prejudicial ao indivíduo. Ademais, o uso de álcool pode agravar condições clínicas comuns entre os idosos, como hipertensão e úlcera. Mudanças no organismo dos idosos fazem a ingestão de álcool provoque efeitos mais acentuados comparativamente aos jovens de mesmo sexo e peso.
· O alcoolismo pode levar as pessoas a sérios problemas, e pode ser fisiologicamente e mentalmente destrutivo. Atualmente, o uso de álcool está envolvido na metade de todos os crimes, assassinatos, mortes acidentais e suicídios. Há também muitos problemas de saúde associados com o uso de álcool, como danos cerebrais, câncer, doenças cardíacas e doenças do fígado. Alcoólatras que não param de beber reduzem sua expectativa de vida de 10 a 15 anos.
· Quanto mais cedo uma pessoa começa a beber, maior é a possibilidade de se tornar dependente. O alcoolismo é definido como uma necessidade compulsiva de consumir álcool. Se instala quando uma pessoa deseja o álcool e não pode limitar ou conter a quantidade ingerida. Se alguém sente os sintomas de abstinência, tais como: náusea, suor, tremedeiras, ou ansiedade, quando o consumo do álcool diminui, ou se existe a necessidade de beber maiores quantidades de álcool para sentir o mesmo efeito, essa pessoa provavelmente já é um alcoólatra.
· A primeira sensação que o álcool provoca é de segurança. O usuário se sente desinibido e solta suas emoções. Depois vêm os efeitos depressores como falta de coordenação motora e sonolência, entre outras. O uso contínuo provoca nos jovens, mudanças do comportamento com fundo psicológico, ou seja, eles passam a depender do álcool para criar coragem e vencer inibições. Na idade adulta, o dependente pode desenvolver sérios problemas emocionais, psíquicos e físicos.
· Alguns podem pensar que é só uma questão de ter a vontade de parar de beber, mas o alcoolismo é mais complicado do que isso. O desejo de um alcoólatra pelo álcool é tão grande que ultrapassa sua capacidade de parar de beber. A maioria dos alcoólatras precisa de assistência para isso e o apoio da família e dos amigos.
· Uma grande quantidade de álcool pode destruir células cerebrais, possivelmente levando a danos cerebrais.
· O álcool perturba fortemente a estrutura e função do sistema nervoso central, dificultando a capacidade de obter, consolidar e processar informação.
· O consumo moderado de álcool pode afetar as capacidades cognitivas, enquanto que grandes quantidades interferem com o fornecimento de oxigênio ao cérebro, causando um apagão quando totalmente embriagado.
· O alcoolismo pode também inflamar a boca, esôfago e estômago, e pode causar câncer nessas áreas, especialmente nas pessoas que também fumam.
· Beber pode produzir batimentos cardíacos irregulares, e os que abusam correm maior risco de alta pressão arterial, ataques e outros danos cardíacos.
· O álcool também pode prejudicar a visão, danificar a função sexual, diminuir a circulação, ser o motivo de desnutrição e de retenção de água.
· Também pode causar doenças pancreáticas e cutâneas, assim como enfraquecer os ossos e músculos, e diminuir a imunidade.
Bebidas energéticas aumentam risco de alcoolismo
O consumo regular de bebidas energéticas com altos índices de cafeína favorecem o alcoolismo. A pesquisa, baseada em cerca de mil estudantes de universidades americanas, concluiu que consumidores frequentes de energéticos cafeinados bebem álcool mais regularmente e em maior quantidade que os demais, aumentando seu risco de alcoolismo.
Os consumidores frequentes de bebidas energéticas correm ainda mais risco de sofrer problemas relacionados ao álcool, como desmaios e ressaca, e são mais suscetíveis a se machucar, revela o estudo.







