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5/22/2013

Aborto e drogas

Consequências do uso de Misoprostol em abortos mal sucedidos

O aumento do uso de álcool e outras drogas ilícitas entre as mulheres, trás proporcionalmente um dos resultados mais agressivos à vida e aos problemas psicossociais; o aborto desejado por consequência de gravidez indesejada, decorrente de relações sexuais cujo acontecimento muitas vezes está relacionado ao momento do uso ou às distorções de personalidade decorrentes disso.

Os estudos relacionados aos efeitos teratogênicos (implicações que modificam as formas e funções de embriões em desenvolvimento) causados pelo medicamento começaram a ser feitos devido à incidência de alguns padrões de má formação que antes eram raros e que com o passar do tempo, tornaram- se mais frequentes. A partir daí, vem sendo estabelecida a correlação entre o uso do Misoprostol e a má formação de fetos em caso de abortos não concretizados.

Os estudos atuais indicam que a medicação, ao induzir a contratibilidade uterina, acarreta algum tipo de sofrimento vascular no embrião, atrapalhando, assim, o seu desenvolvimento natural, podendo causar do bebê a síndrome de Moebius, entre outras anomalias. 

A síndrome de Moebius é caracterizada por paralisia facial, atrasos no sistema neuro-locomotor e pé torto congênito. Esse é um dos distúrbios que se tornou mais frequente na análise de casos-controle em pesquisas envolvendo o Misoprostol, ou seja, esse é um tipo de anomalia que esta se tornando cada vez mais habitual, principalmente no Brasil, onde o índice do uso do cytotec como abortivo é abrangente. 

A eficácia do Misoprostol como abortivo varia de 38 até 100%. Essa variação de eficácia parece estar mais associada à quantidade de fármaco utilizada do que aos demais fatores que influenciam as diferentes taxas de aborto. 

Entretanto, como as diferenças das condições de experimentação para as condições reais são desfavoráveis aos resultados dos ensaios clínicos, as taxas de falha de abortamento pelo uso de Misoprostol na população devem ser consideravelmente maiores, principalmente quando posteriores ao primeiro trimestre, e se for considerado que uma parte dessas tentativas é feita com doses menores que as necessárias para que o aborto ocorra. 

Essas falhas de abortamento são a base das malformações congênitas detectadas nos estudos correntes. Anormalidades digitais como sindactilia e/ou braquidactilia podem ocorrer.

Sindactilia 

Na sua forma mais comum, é vista como a ligação entre o segundo e o terceiro dedo dos pés ou das mãos. A sindactilia também pode ocorrer em conjunto com outros defeitos congênitos envolvendo o crânio, a face e os ossos.

As ligações normalmente vão até a primeira articulação do dedo da mão ou do pé, mas pode ocorrer em toda a extensão do dedo.

Braquidactilia 

A braquidactilia geralmente ocorre no primeiro quirodactilo (polegar). Pode ocorrer somente em um dedo das mãos, normalmente ocorre no polegar ou no dedo mínimo. Esta deformação genética pode ocorrer tanto como uma malformação isolada ou como parte de uma síndrome da malformação complexa.

Más formações esqueléticas

O pé equinocavovaro

O pé torto congênito uni ou bilateral é a deformidade mais frequente, estando presente em um terço dos casos. O pé torto congênito é uma alteração bastante frequente, com maior incidência no sexo masculino. Pode ter origem neurológica, inserção tendinosa anormal, mal posicionamento do feto, entre outras causas. 

Ocorre em 1/1000 nascidos vivos. Pode se manifestar com deformidade unilateral ou bilateral do pé, sendo uma entidade isolada ou como parte de diversas síndromes, inclusive de origem neurológica. Podem se apresentar vários tipos de pés tortos, sendo o valgo mais raro. 

O pé equinovaro é frequente. Podem estar associadas diferentes deformidades do pé como o pé plano, pé cavo, pé equino, cavo varo, equinovaro, equinovalgo, calcaneovalgo, entre outros. Deve ser feito diagnóstico diferencial para artrogripose e outras síndromes, principalmente do SNC, como a mielomeningocele, ou de origem cromossômica. 

O tratamento deve ser iniciado de forma precoce para prevenir maior comprometimento funcional, estando na maior parte dos casos indicada a cirurgia, entre os primeiros 6 a 12 meses. Nos casos unilaterais a modelagem periódica pode surtir resultado (tratamento conservador). Mesmo nos casos de indicação cirúrgica a modelagem periódica está indicada como forma de alongar os tecidos encurtados. O prognóstico é bom, exceção feita aos casos de origem neurogênica, que podem apresentar reincidência. 

Comprometimentos no desenvolvimento psicomotor, cognitivo e linguístico poderão surgir afetando a capacidade de comunicação e escolaridade do indivíduo.