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8/24/2015

Causas de baixa imunidade

Impossível evitar: existem micro-organismos com potencial para transmitir doenças em todo lugar. Contudo, nem todas as pessoas irão ficar doentes, ainda que entrem em contato com o patógeno. Quem determina essa vulnerabilidade é o sistema imunológico, que pode estar forte ou mais enfraquecido a depender de diversos fatores. Conheça as causas mais importantes para a baixa imunidade e em quais situações esse quadro é reversível:

Consumo de álcool

Para entender como a ingestão de bebidas alcoólicas consegue causar tantos danos, é preciso explicar o processo de metabolização do álcool - ou seja, como o corpo absorve, metaboliza e excreta essa substância. O órgão responsável por metabolizar o álcool é o fígado, no entanto, ele só metaboliza em média uma dose de bebida por hora - entenda uma dose como uma lata de cerveja (360ml), uma taça de vinho (100ml) ou de destilado (40ml). 

Se um indivíduo bebe seis latas de cerveja, por exemplo, o fígado irá levar as mesmas seis horas para eliminar todo o álcool presente no corpo. Enquanto o fígado está metabolizando a primeira latinha, o resto do álcool entra na corrente sanguínea, causando alterações e danos em diferentes órgãos. 

O comprometimento prolongado dos nossos sistemas pode afetar diretamente a imunidade. Na tentativa de retomar o funcionamento adequado, nosso organismo trabalha em dobro - e os mecanismos de defesa podem não suportar essa carga. Como resultados temos a queda da imunidade.

Má alimentação

Desde a antiguidade se observa que pessoas com hábitos alimentares saudáveis têm maior resistência contra doenças infecciosas e outras. Segundo a imunologista Patricia, a falta de nutrientes afeta o funcionamento das células. "E como as células do sistema imunológico são 'notadamente' sensíveis, um comprometimento de suas funções pode resultar em aumento de infecções", diz. Um exemplo, afirma o especialista Hugo Luiz, são as proteínas, que atuam diretamente trazendo os aminoácidos necessários para fabricar os anticorpos. "A falta destes nutrientes na alimentação afeta seriamente a imunidade", diz. 

A farmacêutica bioquímica Juliana lembra outros nutrientes importantes para o sistema imunológico, como ferro, cálcio, zinco, selênio, as vitaminas A, E, C, D, complexo B, ácido fólico e antioxidantes como flavonoides, quercetina e glutationa. "Todos são necessários para efetivação da resposta imune no organismo, e só são obtidos por meio de uma dieta balanceada à base de frutas, legumes, verduras e fibras, além das proteínas", afirma. A ingestão de água alimentos probióticos também é importante para suprir as necessidades nutricionais de manutenção do sistema imunológico.

Estresse prolongado

"Situações de estresse são geradoras de radicais livres em excesso", explica Hugo Luiz. Entretanto, nosso corpo prevê essas alterações e consegue se recuperar nas situações que são passageiras, normais da rotina. Quando a tensão é crônica, o organismo não consegue mais administrar essas agressões. O equilíbrio do corpo é prejudicado com a ação dos hormônios do estresse. 

Como resultado, nossos órgãos passam a agir de forma errada e comprometem a regulação de doenças crônicas ou autoimunes, piorando as condições de saúde. "Esse poderia ser um dos processos responsáveis pela relativa baixa imunidade durante episódios de luto, ansiedade, guerras e catástrofes, em que os mecanismos de adaptação não respondem adequadamente", completa o especialista.

Genética

Todas as funções orgânicas, incluindo o funcionamento do sistema imunológico, estão determinadas geneticamente. Portanto, indivíduos com uma tendência natural à baixa imunidade podem ter herdado essa condição dos pais, bem como transferi-la para os filhos. 

"Algumas características geneticamente determinadas podem comprometer a função de células especificas, levando, por exemplo, a um aumento de vulnerabilidade a infecções por determinados organismos, como as bactérias", explica a imunologista Patricia. As funções do sistema imune também podem ser afetas por fatores ambientais, não ficando a cargo apenas da genética, portanto. 

Existem exames capazes de detectar essa predisposição genética à imunodeficiência, mas não são testes de rotina. "Há casos específicos em que os exames fazem parte do aconselhamento reprodutivo, por exemplo quando o casal tem grande risco de gerar um filho com depressão imunológica", afirma o médico clínico Hugo. 

Segundo a farmacêutica bioquímica Maria do Carmo, pessoas com história familiar de imunodeficiência devem prestar atenção a essas infecções de repetição e procurar a ajuda médica.

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