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7/16/2015

O Livro de Obadias para contar às crianças

Livro de Obadias

Autor

O primeiro versículo de Obadias identifica o seu autor como sendo o profeta Obadias.

Quando foi escrito

O Livro de Obadias foi provavelmente escrito entre 848 e 840 AC.

Propósito

Obadias, o menor livro do Antigo Testamento, tem apenas 21 versículos. Obadias é um profeta de Deus que usa esta oportunidade para condenar Edom pelos pecados contra Deus e Israel. 

Os edomitas são descendentes de Esaú e os israelitas são descendentes de seu irmão gêmeo, Jacó. A briga entre os irmãos tem afetado seus descendentes por mais de 1.000 anos. 

Esta divisão causou os edomitas a proibir que Israel atravessasse as suas terras durante o êxodo dos israelitas do Egito. Os pecados de orgulho por parte de Edom exigem agora uma forte palavra de julgamento do Senhor.

Versículos-chave

Obadias versículo 4

"Se te remontares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, de lá te derribarei, diz o SENHOR."

Obadias versículo 12

"Mas tu não devias ter olhado com prazer para o dia de teu irmão, o dia da sua calamidade; nem ter-te alegrado sobre os filhos de Judá, no dia da sua ruína; nem ter falado de boca cheia, no dia da angústia."

Obadias versículo 15

"Porque o Dia do SENHOR está prestes a vir sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo; o teu malfeito tornará sobre a tua cabeça."

Resumo

A mensagem de Obadias é definitiva e certa: o reino de Edom será destruído completamente. Edom tem sido arrogante, alegrando-se pelos infortúnios de Israel e quando os exércitos inimigos atacam Israel e os israelitas pedem por ajuda, os edomitas se recusam e escolhem lutar contra eles, não por eles. Esses pecados de orgulho não podem mais ser ignorados. O livro termina com a promessa de realização e libertação de Sião nos últimos dias, quando a terra será restaurada ao povo de Deus durante o Seu governo sobre eles.

Prenúncios

O versículo 21 do Livro de Obadias contém uma prefiguração de Cristo e Sua Igreja: "Salvadores hão de subir ao monte Sião, para julgarem o monte de Esaú; e o reino será do SENHOR." Estes "salvadores" são os apóstolos de Cristo, ministros da Palavra, e especialmente os pregadores do Evangelho nestes últimos dias. 

Eles são chamados de "salvadores" não por obterem a nossa salvação, mas por pregarem a salvação através do Evangelho de Cristo e por nos mostrarem o caminho para obter essa salvação. Eles, e a Palavra pregada por eles, são os meios pelos quais a boa notícia da salvação é entregue a todos os homens. Enquanto Cristo é o único Salvador que veio pagar pela salvação, e é dela o seu autor, os salvadores e libertadores do Evangelho vão estar cada vez mais evidentes na medida em que o final dos tempos se aproxima.

Aplicação Prática

Deus vai agir em nosso favor se permanecermos fiéis a Ele. Ao contrário de Edom, devemos estar dispostos a ajudar outras pessoas em momentos de necessidade. Orgulho é pecado. Devemos nos orgulhar apenas em Jesus Cristo e no que Ele fez por nós... e em nada mais.

O livro de Obadias é o mais curto do Antigo Testamento; possui apenas 21 versículos. A biografia de Obadias ainda é um tema discutido entre os estudiosos, pois quase nada se sabe sobre o profeta. A tradição judaica de que o autor do livro foi o mordomo do rei Acabe não se apoia em nenhuma evidência ou confirmação histórica (Talmude: Sanhedrin 39b; 1 Rs. 18:3-16).

A dificuldade se encontra na identificação do personagem, pois os oráculos apresentados não identificam o profeta nem a época em questão. Seu nome significa servo de Javé, um nome bastante comum em Israel. Este nome está associado a mais de uma dezena de personagens no Antigo Testamento em diferentes momentos da história.

O assunto principal do livro de Obadias é a sua reação diante do crime e oportunismo de Edom para com Judá, seu irmão. Os crimes descritos por Obadias podem ser situados em dois períodos entre 850 a.C e 400 a.C:
  • Os filisteus e árabes invadem Jerusalém por volta de 844 a.C no reinado de Jeorão: 2 Rs. 8:16-20 e 2 Cr. 21:16-17
  • Os babilônios sitiam, invadem e destroem Jerusalém em 587 a.C: 2 Rs. 25:1-12 e Ez. 25:1-3

A segunda opção parece ser mais plausível do ponto de vista do verso 11. Portanto, as profecias de julgamento contra Jerusalém se cumpriram. A Babilônia invadira a terra, levara cativo o rei, devastara o templo, levando milhares de hebreus para o exílio. Embora o castigo de Judá fosse merecido, as nações ao redor, especialmente Edom, aproveitaram-se da fragilidade momentânea de Judá para promover saques e o massacre étnico contra os seus habitantes.

Outras características que reforçam a datação pós exílica são os paralelos que Obadias faz com Jeremias 49:7-22 citando uma tradição mais primitiva e o termo exilados no verso 20 referindo-se aos israelitas.

A gravidade destes oráculos contra Edom reside no parentesco entre Edom e Israel, que foram respectivamente os patriarcas Esaú e Jacó, filhos de Isaque e Rebeca (Gn. 25:23-26). A nação de Edom vivia nas montanhas e tinham uma organização social estruturada desde a época dos patriarcas (Gn. 36:1-30) e adotaram o governo monárquico antes do Êxodo dos hebreus do Egito. Nesta época os edomitas negaram a passagem dos israelitas pelo leste mostrando seu potencial militar (Nm. 20:14-21; 21:4).

A data da destruição de Edom não pode ser precisada, mas, no tempo do profeta Malaquias (500 – 400 a.C.) a nação já estava arruinada (Ml. 1:2-4). Por volta de 312 a.C. (domínio grego) os árabes nabateus tomaram as terras edomitas e expulsaram os sobreviventes para a Iduméia, ao norte. No Novo Testamento o representante mais famoso desse povo foi Herodes, o grande.

Estrutura de Obadias

Obadias pode ser esboçado da seguinte forma:
  • Cabeçalho – 1a
  • Oráculo contra Edom – 1b – 14
  • O julgamento é anunciado – 1b – 9
  • Acusação de crueldade contra seu irmão Judá – 10 – 14
  • A descrição dia do Senhor – 15 – 21
  • O julgamento de todas as nações – 15 e 16
  • O livramento de Judá – 17 e 18
  • O estabelecimento do Reino de Javé – 19 – 21
Obadias não é o único com profecias dirigidas a Edom. Outros oráculos estão registrados em: Is. 21:11-12; 34:5-17; Jr. 49:7-22; Ez. 25:12-14; 35:1-15; Am. 1:11-12. A recorrência aos edomitas nas profecias do Antigo Testamento surge desde a bênção de Isaque para Esaú (Gn. 27:39-40) até a confirmação da destruição total de Edom em Malaquias (Ml. 1:2-4) .

O termo visão que Obadias usa pode se referir ao processo de comunicação entre Deus e o profeta bem como ao método propriamente dito. A brevidade da mensagem de Obadias pode ser explicada pela visão que o Senhor lhe dera; desta maneira, o destino de Edom, visto com antecedência, pouparam-lhe as palavras.

Conforme visto anteriormente, Obadias repete um trecho já citado por Jeremias (compare Ob. 1b, 4-6 e Jr. 49:9-10,14-16). A explicação mais adequada é que ambos os profetas tenham utilizado uma fonte comum antiedomita mais antiga.

Do ponto de vista literário, Obadias constrói sua mensagem com a tradicional estrutura profética, contendo:
  • As acusações dos pecados
  • O julgamento divino
  • A promessa de restauração



A mensagem de Obadias pode ser organizada em quatro partes :
  • Primeira parte: descrição da ruína total de Edom. Mesmo as fortificações mais inacessíveis serão aniquiladas. Seu motivo de orgulho, os guerreiros e sábios, seriam destruídos. Edom será saqueada pelas nações nas quais confiava.
  • Segunda parte: descrição dos crimes contra a humanidade de Edom. A violência injustificada e a falta de compaixão de Edom contra Judá são as causas do julgamento de Edom.
  • Terceira parte: anúncio do dia do Senhor como um dia de julgamento contra Edom. Essa mensagem para Edom servia para todas as demais nações inimigas de Israel.
  • Quarta parte: descrição da ruína de Edom e restauração de Israel.
O profeta Obadias trata dos seguintes assuntos:
  • A soberania de Javé sobre as nações
  • A restauração de Israel
  • O conceito de retribuição
Obadias, como mensageiro de Javé, tratou sobre a restauração de Israel e o julgamento de todas as nações que cometeram crimes contra a humanidade. Obadias utilizou-se do tema do Dia do Senhor, comum aos profetas, para predizer o livramento de Jerusalém e declarar o domínio universal do Senhor sobre todos os povos. A punição de Edom serviria de aviso a todas as demais nações acerca da retribuição que teriam pela maneira injusta à qual submeteram os israelitas.

Mais importante do que a punição a Edom o livro de Obadias mostra o amor e cuidado do Senhor pelo povo da Aliança.

Orgulho

O orgulho foi uma das grandes tragédias do povo edomita. Sua confiança se baseava inteiramente em seus sábios e guerreiros. Obadias demonstra que esses mesmos sábios não livrariam Edom da pilhagem de sua colheita e tesouro (Ob. 5-6). Esse orgulho transformou-se em crueldade e impediu a compaixão, por isso o Senhor condena os orgulhosos (Pv. 16:18). 

Enfim, toda a sabedoria de Edom foi inútil diante do julgamento pelo qual passou. O Novo Testamento confirma esse conceito afirmado que isso acontecerá com todos aqueles que usarem da sabedoria humana em confronto com Deus (1 Co. 1:18-31).

O dia do Senhor

A partir do verso 15 há a mudança de ênfase do julgamento individual de Edom para todas as nações. Esta mudança pode ter dois objetivos básicos à luz da teologia do Antigo Testamento:
  • atender à expectativa de Israel com relação à sua vindicação por justiça naquele momento
  • renovar a esperança de Israel em relação ao triunfo final de Javé sobre as nações com o estabelecimento de seu Reino. Este é um tema recorrente no Antigo Testamento que foi trabalhado por outros profetas (Is. 24 – 27; Jr. 29 – 33; Ez. 33 – 35; Os. 13 – 14; Am. 9).
O tema do dia do Senhor traz o ensinamento de que Javé é um Deus que exige justiça; não apenas em um futuro escatológico, mas também nesta era. Embora seja misericordioso, que estende sua paciência, fica claro que ele não tolera a injustiça para sempre. Ele pune a desobediência.

Restauração de Israel

Seguindo a tendência teológica de outros profetas, Obadias também trata sobre a restauração do remanescente de Israel (Jl. 3:17-21; Am. 9:11-15; Mq. 7:8-20). Obadias cita os nomes dos patriarcas para promover a esperança de que os exilados veriam as promessas cumpridas, reforçando, desta maneira, a fé do povo judeu em Javé como um Deus fiel à sua Palavra (Sl. 115; Mq. 7:20).

Este ensino é intensificado por outros profetas que trabalham o tema do domínio eterno de Javé por meio do Messias vindo no Dia do Senhor (Ez. 37:24-28; Dn. 2:44,45; Zc. 12:3 – 13:6).

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