A cura do alcoolismo pela fé
Sem tirar o valor dos grupos de mútuo ajuda, é minha obrigação dizer que para mim não serviu. Não sei ter fé num poder superior abstrato, que pode ser qualquer coisa inclusive o próprio grupo, nem acho que o convívio diário com pessoas tão ou mais doentes do que eu seja um benefício na minha recuperação e na manutenção de minha sobriedade.
Sem tirar o valor dos grupos de mútuo ajuda, é minha obrigação dizer que para mim não serviu. Não sei ter fé num poder superior abstrato, que pode ser qualquer coisa inclusive o próprio grupo, nem acho que o convívio diário com pessoas tão ou mais doentes do que eu seja um benefício na minha recuperação e na manutenção de minha sobriedade.
Passei exatamente um ano frequentando A.A todos os dias, às vezes mais de uma vez ao dia. Dois dias depois de abandonar o grupo por discordar de uma série de coisas que lá dentro vi, estava bebendo de novo.
Conheci a Igreja Assembléia de Deus e no mesmo dia deixei o álcool. Aceitei Jesus em minha vida e acreditem ou não, já lá vão cinco anos sem beber.
Como disse, se A.A faz bem, melhor faz a Palavra do Senhor e a participação em grupos cristãos repletos de pessoas felizes, realizadas, com famílias estruturadas e plenas na fé em Jesus. Tanto é assim que me dei ao trabalho de estudar os doze passos de A.A e logo percebi que a Bíblia podia explicar todos eles, ou melhor, tudo que encontrei nos doze passos qualquer um pode encontrar em muito maior detalhe e aprofundamento.
O poder da aproximação com Jesus e a oração continuada, a fé foram os fatores que me permitiram escapar da morte nas garras do diabo, nesse que para mim é o pior dos vícios; o alcoolismo.
Para exemplificar deixo aqui o primeiro dos doze passos de A.A e sua sustentação na Bíblia.
Os doze passos fundamentados na bíblia
PASSO 1
Admitimos
que éramos impotentes perante nossos hábitos, vícios e emoções, que tínhamos
perdido o domínio sobre nossas vidas.
Situações de Perda – Gênesis 16.1-16
1 Ora, Sarai, mulher
de Abrão, não lhe dava filhos; tendo, porém, uma serva egípcia, por nome Agar,
2 Disse Sarai a
Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de dar à luz filhos; toma, pois, a
minha serva, e assim me edificarei com filhos por meio dela. E Abrão anuiu ao
conselho de Sarai.
3 Então, Sarai,
mulher de Abrão, tomou a Agar, egípcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão,
seu marido, depois de ter ele habitado por dez anos na terra de Canaã.
4 Ele a possuiu, e
ela concebeu. Vendo ela que havia concebido, foi sua senhora por ela
desprezada.
5 Disse Sarai a
Abrão: Seja sobre ti a afronta que se me faz a mim. Eu te dei a minha serva
para a possuíres; ela, porém, vendo que concebeu, desprezou-me. Julgue o SENHOR
entre mim e ti.
6 Respondeu Abrão a
Sarai: A tua serva está nas tuas mãos, procede segundo melhor te parecer. Sarai
humilhou-a, e ela fugiu de sua presença.
7 Tendo-a achado o
Anjo do SENHOR junto a uma fonte de água no deserto, junto à fonte no caminho
de Sur.
8 Disse-lhe: Agar,
serva de Sarai, donde vens e para onde vais? Ela respondeu: Fujo da presença de
Sarai, minha senhora.
9 Então, lhe disse o
Anjo do SENHOR: Volta para a tua senhora e humilha-te sob suas mãos.
10 Disse-lhe mais o
Anjo do SENHOR: Multiplicarei sobremodo a tua descendência, de maneira que, por
numerosa, não será contada.
11 Disse-lhe ainda o
Anjo do SENHOR: Concebeste e darás à luz um filho, a quem chamarás Ismael,
porque o SENHOR te acudiu na tua aflição.
12 Ele será, entre os
homens, como um jumento selvagem; a sua mão será contra todos, e a mão de
todos, contra ele; e habitará fronteiro a todos os seus irmãos.
13 Então, ela invocou
o nome do SENHOR, que lhe falava: Tu és Deus que vê; pois disse ela: Não olhei
eu neste lugar para aquele que me vê?
14 Por isso, aquele
poço se chama Beer-Laai-Roi; está entre Cades e Berede.
15 Agar deu à luz um
filho a Abrão; e Abrão, a seu filho que lhe dera Agar, chamou-lhe Ismael.
16 Era Abrão de
oitenta e seis anos, quando Agar lhe deu à luz Ismael.
Às vezes, somos impotentes perante as situações
da vida. Talvez estejamos numa situação em que outras pessoas têm domínio sobre
nós. Talvez percebamos que estamos sendo postos em ciladas pelas exigências de
outros e que não há meios de agradar a todos. Estamos contra a parede: se
agradarmos a um decepcionaremos a outros. Às vezes quando, nos sentimos
perplexos e frustrados com nossos relacionamentos, almejamos boa dose de
controle para escapar de nossos comportamentos aditivos.
Agar é um exemplo de impotência. Ela não
usufruía de direitos. Enquanto moça, era escrava de Sarai e Abrão. Quando eles
estavam tristes pelo fato de Sarai ser estéril, Agar foi entregue a Abrão para
ser substituta. Quando engravidou, como esperavam, Sarai ficou com tanta
inveja, que bateu em Agar, que foi embora. 
Absolutamente sozinha no deserto, ela foi
encontrada por um anjo, que lhe deu uma maravilhosa mensagem: 
·        
“Volte para a sua dona e seja obediente a ela em tudo.” E o anjo do
Senhor disse também: “Eu farei com que o
número dos seus descendentes seja grande; eles serão tantos que ninguém poderá
contá-los. Você está grávida, e terá um filho, e porá nele o nome de Ismael,
pois o Senhor Deus ouviu o seu grito de aflição.” Gen. 16.9-11
Quando somos apanhados em situações de perda,
somos tentados a fugir através dos nossos atalhos aditivos/compulsivos. Em
momentos como esses, Deus está ali e ouve os nossos clamores. Necessitamos
aprender a expressar nossa dor perante Deus em vez de apenas tentar escapar
dela. Deus ouve nossos gritos e está disposto a dar esperança para o futuro.
Autoengano Perigoso – Juízes 16.1-31 
1 Sansão foi a Gaza,
e viu ali uma prostituta, e coabitou com ela.
2 Foi dito aos
gazitas: Sansão chegou aqui. Cercaram-no, pois, e toda a noite o esperaram, às
escondidas, na porta da cidade; e, toda a noite, estiveram em silêncio, pois
diziam: Esperaremos até ao raiar do dia; então, daremos cabo dele.
3 Porém Sansão esteve
deitado até à meia-noite; então, se levantou, e pegou ambas as folhas da porta
da cidade com suas ombreiras, e, juntamente com a tranca, as tomou, pondo-as
sobre os ombros; e levou-as para cima, até ao cimo do monte que olha para Hebrom.
4 Depois disto,
aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, a qual se chamava
Dalila.
5 Então, os príncipes
dos filisteus subiram a ela e lhe disseram: Persuade-o e vê em que consiste a
sua grande força e com que poderíamos dominá-lo e amarrá-lo, para assim o
subjugarmos; e te daremos cada um mil e cem siclos de prata.
6 Disse, pois, Dalila
a Sansão: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua grande força e com que
poderias ser amarrado para te poderem subjugar.
7 Respondeu-lhe
Sansão: Se me amarrarem com sete tendões frescos, ainda não secos, então, me
enfraquecerei, e serei como qualquer outro homem.
8 Os príncipes dos
filisteus trouxeram a Dalila sete tendões frescos, que ainda não estavam secos;
e com os tendões ela o amarrou.
9 Tinha ela no seu
quarto interior homens escondidos. Então, ela lhe disse: Os filisteus vêm sobre
ti, Sansão! Quebrou ele os tendões como se quebra o fio da estopa chamuscada;
assim, não se soube em que lhe consistia a força.
10 Disse Dalila a
Sansão: Eis que zombaste de mim e me disseste mentiras; ora, declara-me, agora,
com que poderias ser amarrado.
11 Ele lhe disse: Se
me amarrarem bem com cordas novas, com que se não tenha feito obra nenhuma,
então, me enfraquecerei e serei como qualquer outro homem.
12 Dalila tomou cordas
novas, e o amarrou, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Tinha ela
no seu quarto interior homens escondidos. Ele as rebentou de seus braços como
um fio.
13 Disse Dalila a
Sansão: Até agora, tens zombado de mim e me tens dito mentiras; declara-me,
pois, agora: com que poderias ser amarrado? Ele lhe respondeu: Se teceres as
sete tranças da minha cabeça com a urdidura da teia e se as firmares com pino
de tear, então, me enfraquecerei e serei como qualquer outro homem. Enquanto
ele dormia, tomou ela as sete tranças e as teceu com a urdidura da teia.
14 E as fixou com um
pino de tear e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Então, despertou
do seu sono e arrancou o pino e a urdidura da teia.
15 Então, ela lhe
disse: Como dizes que me amas, se não está comigo o teu coração? Já três vezes
zombaste de mim e ainda não me declaraste em que consiste a tua grande força.
16 Importunando-o ela
todos os dias com as suas palavras e molestando-o, apoderou-se da alma dele uma
impaciência de matar.
17 Descobriu lhe todo
o coração e lhe disse: Nunca subiu navalha à minha cabeça, porque sou nazireu
de Deus, desde o ventre de minha mãe; se vier a ser rapado, ir-se-á de mim a
minha força, e me enfraquecerei e serei como qualquer outro homem.
18 Vendo, pois, Dalila
que já ele lhe descobrira todo o coração, mandou chamar os príncipes dos
filisteus, dizendo: Subi mais esta vez, porque, agora, me descobriu ele todo o
coração. Então, os príncipes dos filisteus subiram a ter com ela e trouxeram
com eles o dinheiro.
19 Então, Dalila fez
dormir Sansão nos joelhos dela e, tendo chamado um homem, mandou rapar-lhe as
sete tranças da cabeça; passou ela a subjugá-lo; e retirou-se dele a sua força.
20 E disse ela: Os
filisteus vêm sobre ti, Sansão! Tendo ele despertado do seu sono, disse consigo
mesmo: Sairei ainda esta vez como dantes e me livrarei; porque ele não sabia
ainda que já o SENHOR se tinha retirado dele.
21 Então, os filisteus
pegaram nele, e lhe vazaram os olhos, e o fizeram descer a Gaza; amarraram-no
com duas cadeias de bronze, e virava um moinho no cárcere.
22 E o cabelo da sua
cabeça, logo após ser raspado, começou a crescer de novo.
23 Então, os príncipes
dos filisteus se ajuntaram para oferecer grande sacrifício a seu deus Dagom
para se alegrarem; e diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos a Sansão, nosso
inimigo.
24 Vendo-o o povo,
louva ao seu deus, porque diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos o nosso
inimigo, e o que destruía a nossa terra, e o que multiplicava os nossos mortos.
25 Alegrando-se lhes o
coração, disseram: Mandai vir Sansão, para que nos divirta. Trouxeram Sansão do
cárcere, o qual os divertia. Quando o fizeram estar em pé entre as colunas,
26
Disse Sansão ao moço que o tinha pela mão: Deixa-me, para que apalpe as colunas
em que se sustém a casa, para que me encoste a elas.
27 Ora, a casa estava
cheia de homens e mulheres, e também ali estavam todos os príncipes dos
filisteus; e sobre o teto havia uns três mil homens e mulheres, que olhavam
enquanto Sansão os divertia.
28 Sansão clamou ao
SENHOR e disse: SENHOR Deus, peço-te que te lembres de mim, e dá-me força só
esta vez, ó Deus, para que me vingue dos filisteus, ao menos por um dos meus
olhos.
29 Abraçou-se, pois,
Sansão com as duas colunas do meio, em que se sustinha a casa, e fez força
sobre elas, com a mão direita em uma e com a esquerda na outra.
30 E disse: Morra eu
com os filisteus. E inclinou-se com força, e a casa caiu sobre os príncipes e
sobre todo o povo que nela estava; e foram mais os que matou na sua morte do
que os que matara na sua vida.
31 Então, seus irmãos
desceram, e toda a casa de seu pai, tomaram-no, subiram com ele e o sepultaram
entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai. Julgou ele a Israel vinte
anos.
Quando nos recusamos a admitir nossa
impotência, somente enganamos a nós mesmos. As mentiras que contamos para nós e
para outros são conhecidas: “Posso parar quando quiser.” “Mantenho o controle:
esta única vez não fará mal.” E a todo o momento estamos chegando mais próximos
ao desastre. Sansão foi um dos juízes de Israel. 
Enquanto criança fora dedicado a Deus, e Deus
lhe havia dotado com força sobrenatural. Mas Sansão teve toda uma vida de
fraqueza: a maneira como se relacionava com mulheres. Sansão foi especialmente
cego para os perigos que enfrentava no seu relacionamento com Dalila. Seus inimigos
a pagavam para descobrir o segredo da força de Sansão. Três vezes ela implorou
a Sansão para contar seu segredo. 
A cada vez ela estava pronta a entregar Sansão
ao inimigo. Três vezes Sansão mentiu para Dalila e pode escapar, mas a cada vez
ele chegava mais próximo ao momento de contar-lhe a verdade. Finalmente, Sansão
revelou-lhe o segredo, foi capturado e morreu como escravo nas mãos do inimigo.
O real problema de Sansão se encontra nas mentiras que contou sobre si. Por não
admitir sua impotência, permaneceu cego para o perigo óbvio ao qual seu orgulho
e desejo por mulheres estrangeiras o conduziam. 
Isso o levou, gradativamente, ao caminho da
morte. Nós precisamos ser cuidadosos para não cair em armadilhas semelhantes.
Ao aprendermos a reconhecer diariamente nossa impotência frente às nossas
tendências aditivas/compulsivas, ficaremos mais atentos a comportamentos que,
possivelmente, nos conduzirão à destruição. 
Um Começo Humilde – 2 Reis 5.1-15
1 Naamã, comandante
do exército do rei da Síria, era grande homem diante do seu senhor e de muito
conceito, porque por ele o SENHOR dera vitória à Síria; era ele herói da
guerra, porém leproso.
2 Saíram tropas da
Síria, e da terra de Israel levaram cativa uma menina, que ficou ao serviço da
mulher de Naamã.
3 Disse ela à sua
senhora: Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria;
ele o restauraria da sua lepra.
4 Então, foi Naamã e
disse ao seu senhor: Assim e assim falou a jovem que é da terra de Israel.
5 Respondeu o rei da
Síria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel. Ele partiu e levou
consigo dez talentos de prata, seis mil siclos de ouro e dez vestes festivas.
6 Levou também ao rei
de Israel a carta, que dizia: Logo, em chegando a ti esta carta, saberás que eu
te enviei Naamã, meu servo, para que o cures da sua lepra.
7 Tendo lido o rei de
Israel a carta, rasgou as suas vestes e disse: Acaso, sou Deus com poder de
tirar a vida ou dá-la, para que este envie a mim um homem para eu curá-lo de
sua lepra? Notai, pois, e vede que procura um pretexto para romper comigo.
8 Ouvindo, porém,
Eliseu, homem de Deus, que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer
ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há
profeta em Israel.
9 Veio, pois, Naamã
com os seus cavalos e os seus carros e parou à porta da casa de Eliseu.
10 Então, Eliseu lhe
mandou um mensageiro, dizendo: Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne
será restaurada, e ficarás limpo.
11 Naamã, porém, muito
se indignou e se foi, dizendo: Pensava eu que ele sairia a ter comigo,
pôr-se-ia de pé, invocaria o nome do SENHOR, seu Deus, moveria a mão sobre o
lugar da lepra e restauraria o leproso.
12 Não são,
porventura, Abana e Farfar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel?
Não poderia eu lavar-me neles e ficar limpo? E voltou-se e se foi com
indignação.
13 Então, se chegaram
a ele os seus oficiais e lhe disseram: Meu pai, se te houvesse dito o profeta
alguma coisa difícil, acaso, não a farias? Quanto mais, já que apenas te disse:
Lava-te e ficarás limpo.
14 Então, desceu e
mergulhou no Jordão sete vezes, consoante a palavra do homem de Deus; e a sua
carne se tornou como a carne de uma criança, e ficou limpo.
15 Voltou ao homem de
Deus, ele e toda a sua comitiva; veio, pôs-se diante dele e disse: Eis que,
agora, reconheço que em toda a terra não há Deus, senão em Israel; agora, pois,
te peço aceites um presente do teu servo.
Pode ser muito humilhante admitir nossa
impotência, especialmente se somos usados a fim de manter-nos sob controle.
Podemos ser fortes em algumas áreas de nossa vida, mas perder o controle sobre
comportamentos aditivos/compulsivos. Se nos recusamos a admitir nossa
impotência, podemos perder tudo. Essa parte, impossível de ser manejada em
nossa vida, pode infestar e destruir tudo mais. 
As experiências do comandante do exército da
Síria, chamado Naamã, ilustram a veracidade do que foi dito. Ele era uma figura
militar e política poderosa, homem rico, de relevante posição e poder. 
Ele sofria de lepra, que ameaçava provocar a
perda de tudo quanto estimava. Leprosos eram marginalizados por suas famílias e
pela sociedade. No fim das contas, sofriam morte lenta, dolorosa e desgraçada.
Naamã ouviu a respeito de um profeta em Israel que poderia curá-lo. 
Encontrou o profeta, e o profeta lhe disse que,
para ser curado, devia mergulhar sete vezes no rio Jordão. Naamã ficou
distante, esperando que seu poder lhe proporcionasse cura instantânea e fácil.
No fim, entretanto, reconheceu sua impotência, seguiu as instruções e
recuperou-se completamente. Nossas “doenças” são tão ameaçadoras como a lepra
do tempo de Naamã. Elas nos separam lentamente de nossa família e encaminham à
destruição tudo que nos é importante. 
Não há cura instantânea ou fácil. A única
resposta consiste em admitir nossa impotência, humilharmo-nos e submetermo-nos
ao processo que poderá nos recuperar. 
Esperança em Meio ao Sofrimento - Jó 6.2-13
2 Oh! Se a minha
queixa, de fato, se pesasse, e contra ela, numa balança, se pusesse a minha
miséria,
3 Esta, na verdade,
pesaria mais que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras foram
precipitadas.
4 Porque as flechas
do Todo-Poderoso estão em mim cravadas, e o meu espírito sorve o veneno delas;
os terrores de Deus se arregimentam contra mim.
5 Zurrará o jumento
montês junto à relva? Ou mugirá o boi junto à sua forragem?
6 Comer-se-á sem sal
o que é insípido? Ou haverá sabor na clara do ovo?
7 Aquilo que a minha alma recusava tocar, isso é
agora a minha comida repugnante.
8 Quem dera que se
cumprisse o meu pedido, e que Deus me concedesse o que anelo!
9 Que fosse do agrado
de Deus esmagar-me, que soltasse a sua mão e acabasse comigo!
10 Isto ainda seria a
minha consolação, e saltaria de contente na minha dor, que ele não poupa;
porque não tenho negado as palavras do Santo.
11 Por que esperar se
já não tenho forças? Por que prolongar a vida se o meu fim é certo?
12 Acaso, a minha
força é a força da pedra? Ou é de bronze a minha carne?
13 Não! Jamais haverá
socorro para mim; foram afastados de mim os meus recursos.
Há ocasiões em que nós ficamos tão confusos e
tão dominados pela dor em nossa vida, que chegamos a desejar a morte. Não
importa o que fazemos, nós somos impotentes para mudar as coisas para melhor. O
peso do sofrimento e da tristeza parece pesado demais para ser suportado. Não
podemos entender por que nosso coração não para e não permite à morte nos
liberar. Jó sentia-se assim. Ele havia perdido tudo, mesmo tendo ele vivido uma
vida correta. 
Seus dez filhos estavam mortos. Ele havia
perdido seus negócios, seus bens e sua saúde. E tudo isso aconteceu numa
questão de dias! Só lhe restaram uma mulher de língua muito afiada para
instigá-lo contra Deus e três amigos que o acusavam como responsável da sua
própria desgraça. Jó clamava: 
·        
“Ah! Se a minha desgraça e os meus sofrimentos fossem postos numa
balança, com certeza pesariam mais do que a areia do mar... Ah! Se Deus me
desse o que estou pedindo! Ah! Se Deus respondesse à minha oração! Então ele me
tiraria a vida; ele me atacaria e acabaria comigo! Onde estão as minhas forças
para resistir? Por que viver, se não há esperança? 
Será que sou forte como a pedra? Será que o meu corpo é de bronze?
Não sou capaz de me ajudar a mim mesmo, e não há ninguém que me socorra.” Jó 6.2-3, 8-9, 11-13 
Jó não sabia que o fim de sua vida seria ainda
muito melhor do que o seu começo.
·        
“O Senhor abençoou a última
parte da vida de Jó mais do que a primeira. E morreu bem velho.” Jó 42.12, 17 
12 Assim abençoou o
SENHOR o último estado de Jó mais do que o primeiro; porque veio a ter catorze
mil ovelhas, seis mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas.
13 Também teve outros
sete filhos e três filhas.
14 Chamou a primeira
Jemima, o da outra, Quezia, e o da terceira, Quéren-Hapuque.
15 Em toda aquela
terra não se acharam mulheres tão formosas como as filhas de Jó; e seu pai lhes
deu herança entre seus irmãos.
16 Depois disto, viveu
Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos e aos filhos de seus filhos, até
à quarta geração.
17 Então morreu Jó,
velho e farto de dias.
Mesmo quando somos pressionados e parece que a
morte é certa, ainda há esperança de que a nossa vida mude. Devemos lembrar: a
vida pode ser boa novamente!
Impotentes Como as Crianças – Marcos 10.13-16
13 Então, lhe
trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os
repreendiam.
14 Jesus, porém, vendo
isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os
embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus.
15 Em verdade vos
digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma
entrará nele.
16 Então, tomando-as
nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava.
Para muitos de nós que estamos em processo de
recuperação, as lembranças da infância estão cheias de medos porque nos
sentíamos indefesos. Se fomos criados em uma família fora de controle, na qual
descuidavam de nós, abusavam ou nos expunham à violência doméstica e a um
comportamento disfuncional, o pensamento de impotência podia ser aterrador. 
Talvez até tenhamos prometido nunca mais ser
tão vulneráveis como quando éramos crianças. Jesus nos diz que, para entrar no
Reino de Deus, devemos ser como crianças, e isso inclui ser impotentes. Ele
disse: 
·        
“Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem não receber o Reino de Deus
como uma criança nunca entrará nele.” Mc
10.15
Em qualquer sociedade, as crianças são os
membros mais dependentes. Não têm nenhum poder natural para se auto proteger;
não têm meios para garantir que a sua vida seja segura, cômoda e satisfatória.
As crianças pequenas são particularmente dependentes do amor, dos cuidados e da
proteção de outros nas suas necessidades mais básicas. Elas precisam chorar,
mesmo que nem saibam exatamente do que necessitam. Precisam confiar sua vida a
alguém que é mais poderoso que elas e têm a esperança de que serão ouvidas e
cuidadas com amor. 
Se queremos curar a nossa vida, nós também
temos de admitir que somos verdadeiramente impotentes. Isso não significa que
tenhamos de nos transformar outra vez em vítimas. Reconhecer a nossa impotência
é uma apreciação franca da nossa situação na vida e um passo positivo para a
recuperação.
A Mudança No Tempo Certo – Atos 9.1-9
1 Saulo, respirando
ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo
sacerdote.
2 E lhe pediu cartas
para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do
Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém.
3 Seguindo ele
estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao
seu redor.
4 E, caindo por
terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
5 Ele perguntou: Quem
és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues;
6 Mas levanta-te e
entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer.
7 Os seus
companheiros de viagem pararam emudecidos, ouvindo a voz, não vendo, contudo,
ninguém.
8 Então, se levantou
Saulo da terra e, abrindo os olhos, nada podia ver. E, guiando-o pela mão,
levaram-no para Damasco.
9 Esteve três dias
sem ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu.
Há momentos importantes na vida que podem mudar
o nosso destino. Com frequência, são momentos em que nos sentimos confrontados
com a nossa impotência diante dos acontecimentos da nossa vida. Esses momentos
podem nos destruir ou arrumar para sempre a nossa vida numa direção melhor.
Saulo de Tarso depois chamado Paulo viveu um
desses momentos. Depois da ascensão de Jesus, Saulo assumiu a tarefa de deixar
o mundo sem cristãos. Enquanto ia no caminho para Damasco a fim de cumprir a
sua missão, de repente uma luz que vinha do céu brilhou em volta dele. Ele caiu
no chão e ouviu uma voz que dizia:
·        
“Saulo, Saulo, por que me persegues?... Eu sou Jesus, aquele que
você persegue. Mas levanta-te, entra na cidade, e ali dirão a você o que deve
fazer. Saulo se levantou do chão e abriu os
olhos, mas não podia ver nada. Então eles o pegaram pela mão e o levaram para
Damasco. Ele ficou três dias sem poder ver e durante esses dias não comeu nem
bebeu. Atos 9.3-6, 8-9
De repente, Saulo foi confrontado com o fato de
que a sua vida não era tão perfeita como ele havia pensado. A auto justificação
tinha sido a sua marca registrada. No entanto, ao abandonar as suas ilusões de
poder, ele se transformou em um dos homens mais poderosos que já existiu: o
apóstolo Paulo. 
Quando somos confrontados com a verdade de que
a nossa vida não está sob o nosso controle, é hora de decidir. Podemos
continuar negando essa verdade e nos apegando à autojustiça ou podemos encarar
o fato de que estivemos cegos diante de alguns assuntos importantes. Se
estivermos dispostos a ser guiados para a nossa recuperação e para uma nova
maneira de viver, então encontraremos o verdadeiro poder.
O Paradoxo da Impotência – 2 Cor. 4.7-10
7 Temos, porém, este
tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de
nós.
8 Em tudo somos
atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados;
9 Perseguidos, porém
não desamparados; abatidos, porém não destruídos;
10 Levando sempre no
corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso
corpo.
Talvez tenhamos medo de confessar que
precisamos de ajuda e que a nossa vida já está sem controle. Se reconhecêssemos
que somos impotentes, por acaso não nos sentiríamos tentados a nos render
completamente na luta contra a nossa adicção? Parece que não há sentido em
confessar a nossa impotência e, mesmo assim, encontrar o poder para seguir
adiante. 
A vida está repleta de paradoxos. O apóstolo
Paulo nos diz: 
·                    
“Porém nós que temos esse
tesouro espiritual somos como potes de barro para que fique claro que o poder
supremo pertence a Deus e não a nós. Muitas vezes ficamos aflitos, mas não somos
derrotados. Algumas vezes ficamos em dúvida, mas nunca ficamos desesperados.” 2
Cor. 4.7-8
Essa ilustração mostra um contraste entre um
tesouro precioso e o singelo recipiente no qual esse tesouro está guardado. O
poder vivente derramado do alto na nossa vida é o tesouro. O nosso corpo, com
todos os seus defeitos e fraquezas, é o pote de barro. Como seres humanos,
somos imperfeitos. 
Quando reconhecermos o paradoxo da impotência,
poderemos sentir bastante alívio. Não temos de ser fortes sempre ou fingir que
somos perfeitos. Podemos viver uma vida de verdade, com as suas lutas diárias,
com um corpo humano assediado por fraquezas e, ainda, encontrar o poder do alto
para seguir adiante sem estar angustiados nem desesperados.
GOSTOU? LEI O LIVRO COMPLETO! VEJA O RESUMO 








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