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12/24/2014

Conflitos

Os Conflitos Íntimos, juntamente com as frustrações presentes e passadas, os traumas presentes e passados e os Complexos compõem aquilo que chamamos de causas subjetivas para as Neuroses ou para as Reações Vivenciais Não-Normais.

Além das Reações Vivenciais responderem à vivências exteriores ao sujeito, ou seja, aos fatos proporcionados pela sua vida ou por seu destino, existem também sentimentos determinados por reações Interiores (intra-psíquicas) às vivências. Essas motivações intra-psíquicas não são facilmente detectadas por um observador comum. Neste caso, falamos em Conflitos Íntimos.

O ser humano sempre viveu diante do dilema entre aquilo que ele quer realmente (fazer), aquilo que ele deve (fazer) e aquilo que ele consegue (fazer). Portanto, nem sempre estamos fazendo aquilo que queremos, muitas vezes não queremos fazer aquilo que devemos, outras vezes queremos e devemos fazer aquilo que não conseguimos. Enfim, estamos constantemente diante desse conflito.

Essa situação não diz respeito apenas às questões de nossa vida prática, diz respeito também aos nossos sentimentos. Se devemos gostar ou não de determinada pessoa, gostar ou não de determinada atitude nem sempre obedece ao fato de querermos gostar ou não. Às vezes odiamos ou gostamos mesmo não querendo, outras vezes mesmo não devendo, outras vezes ainda, mesmo devendo e querendo não conseguimos.

Estes Conflitos Íntimos são reflexos de desarmonias interiores produzidas por tensões que envolvem situações instintivas, concepções éticas, paixões e sentimentos mais complicados, ou seja, reações determinadas pela força dos conflitos. Muitas vezes, estes conflitos íntimos têm origem em vivências exteriores acontecidas em algum lugar do passado mas, atualmente, pertencendo ao patrimônio da consciência ou do inconsciente.

A idéia de Conflito é melhor entendida como sendo a sensação subjetiva (consciente ou não) da contraposição entre três elementos psíquicos: o que o sujeito quer, o que o sujeito deve e o que o sujeito consegue. Freqüentemente nem tudo o que a pessoa quer, de fato, ela deve, nem sempre o que deve ela quer, e nem sempre o que deve e quer ela consegue. Como se vê, são muitas as combinações entre esses três elementos.

Havendo Conflito, forçosamente este produzirá uma sensação de angústia. Sendo o Conflito universal e fisiológico, não nos interessa mais, do ponto de vista clínico, saber se alguém tem ou não Conflito. O que interessa, de fato, é saber se esse Conflito é suportado satisfatoriamente ou não. No caso de ser satisfatoriamente suportado ou, no caso desse Conflito não implicar em sofrimento, falamos na Angústia Existencial (ou Vivencial) e, caso contrário, havendo dor e sofrimento, em Angústia Patológica ou Angústia Neurótica.

O valor emocional que atribuímos à nossos Conflito, depende sempre da tonalidade afetiva de cada um. É por causa dessa singularidade afetiva das pessoas que muitos conflitos de conteúdo semelhante desempenham diferentes reações em diferentes pessoas. Cada qual tem uma sensibilidade afetiva ao seu Conflito.

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