O alcoolismo é progressivo, começa na
grande maioria dos casos na adolescência, na fase de curiosidade, experimentação.
A dependência só vai se caracterizar na vida adulta, quando já foram causados inúmeros
estragos na vida da pessoa.
Especialistas apontam dois fatores determinantes
que influenciam na dependência, segundo eles, até mesmo a genética pode estar relacionada
ao vício. “Pesquisas apontam que filhos de dependentes do álcool têm quatro vezes
mais predisposição a se tornarem alcoólatras”.
Fatores externos
Os adolescentes são influenciados pelos
estímulos visuais que recebem de uma gama cada vez maior de propaganda. E não só
isso. “Até mesmo a própria família aceita e acha normal que o adolescente comece
a beber”. A iniciação ocorre muitas vezes em festas de família, churrascos com os
parentes, no almoço do fim de semana.
Às vezes na festinha de aniversário das
crianças existe a presença de bebidas alcoólicas, isso torna o álcool comum, aceitável
e até indispensável, nesse meio o adolescente enxerga os exemplos, sente que é normal.
Fatores internos
Além das questões extrínsecas, problemas
psicossociais também influenciam a busca pelas bebidas alcoólicas, como fuga de
conflitos interiores. Por estar em fase de formação, o adolescente ainda não possui
maturidade para compreender a complexidade emocional e as instabilidades comuns
a essa fase da vida.
Insatisfação com a própria vida, baixa
autoestima, não ter coragem para uma postura desafiadora diante da vida, não saber
lidar com a frustração, sintomas depressivos, condição social, falta de qualidade
de vida e a ausência de um projeto de futuro”, são fatores determinantes.
Orientações
A prevenção deve começar dentro de casa
o quanto mais cedo possível. A prevenção deve começar na infância, dentro da própria
casa deve restringir o consumo de bebidas alcoólicas, evitar deixar na geladeira
algumas latinhas, por exemplo, é um passo importante ajuda a pelo menos não tornar
a bebida algo tão comum a vida do indivíduo.
Porta de entrada
O álcool pode interferir na dependência
e agravar o estado psíquico e emocional. O álcool é a porta de entrada de outras
drogas como o crack, a maioria dos internados inicialmente fazia uso de álcool,
antes de se envolverem com drogas mais pesadas.
Tratamento
O diagnóstico de alcoolismo é muito difícil,
pais e responsáveis devem estar atentos quando os adolescentes chegarem em casa
embriagados, este é um sinal de cuidado que não deve ser desprezado.
O período de desintoxicação do álcool
é muito danoso para o paciente e tem sintomas que precisam de atenção e cuidado;
esse adolescente dependente do álcool, precisa ser acompanhado no período de abstinência,
que pode causar sintomas como sudorese, alteração na pressão, desidratação e aceleramento
cardíaco e em casos críticos pode levar a morte.
A Organização Mundial da Saúde apresenta cinco razões básicas
pelas quais os jovens podem ser atraídos às drogas:
Desejar sentir-se adultos e tomar suas
próprias decisões;
Desejar ser "populares" entre os colegas ou num grupo;
Desejar relaxar e sentir-se bem;
Desejar correr riscos e rebelar-se;
Desejar matar a curiosidade.
Consomem álcool porque "todo mundo bebe", "eu gosto, é divertido", "ajuda a relaxar", "tira a timidez", "estou mal, serve para escapar do sofrimento", "por que não, além do mais nem bebo tanto".
Desejar ser "populares" entre os colegas ou num grupo;
Desejar relaxar e sentir-se bem;
Desejar correr riscos e rebelar-se;
Desejar matar a curiosidade.
Consomem álcool porque "todo mundo bebe", "eu gosto, é divertido", "ajuda a relaxar", "tira a timidez", "estou mal, serve para escapar do sofrimento", "por que não, além do mais nem bebo tanto".
Clínicas de Tratamento e Recuperação para
dependentes químicos
Violência, marginalidade,
vício, tráfico. Estes são estereótipos comumente associados ao usuário de substâncias
psicoativas. Esta visão distorcida se agrava quando reportagens sobre entidades
que "tratam" aqueles a quem os jornais se referem como "viciados"
são veiculadas. Agressões, choque elétrico, trabalho forçado são manchetes convidativas
para TV e companhia. O problema é que esta situação, verdadeira em certos casos,
não reflete a realidade do segmento como um todo.
Em primeiro
lugar, é preciso ressaltar que as drogas já deixaram de ser marginais há muito tempo.
Apesar de se insistir, por meio de reportagens sensacionalistas, em associar drogas
apenas com Cravolândia, hoje elas também estão presentes nos lares do cidadão comum,
do trabalhador honesto, do homem ou mulher de bem.
E a hipótese
de que as drogas entram na vida das pessoas por meio de marginais, estranhos, traficantes,
é puro mito, segundo especialistas. "Geralmente quem oferece é quem está mais
próximo, um colega de escola ou trabalho, companheiro de 'balada' e, talvez, o melhor
amigo. O pai que bebe na frente dos filhos pode, sem saber, ser o introdutor da
droga na vida dessas crianças e jovens.
Por outro lado,
há mais drogas lícitas (cigarro e álcool), prescritas sob orientação médica (antidepressivos,
controladores de ansiedade e inibidores do apetite) sendo consumidas e que causam
dependência, que propriamente as drogas ilícitas, como maconha, cocaína e crack.
A dependência
química é uma doença, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde em sua Classificação
Internacional de Doenças (CID – 10). Está descrita entre os capítulos F-10 e F-19,
que tratam de Transtornos Mentais e Comportamentais devidos ao uso de substância
psicoativa.
Por se tratar
de assunto de saúde pública, a dependência química necessita de profissionais qualificados,
entre médicos, psiquiatras, psicólogos; com programas terapêuticos definidos, para
que sejam obtidos resultados efetivos no tratamento da doença.
A questão é
que, por falta de fiscalização de órgãos públicos competentes, o segmento de tratamento
para dependentes químicos virou terreno fértil para pessoas que, por falta de informação
- às vezes até com boas intenções -, ou simplesmente por oportunismo, enxergam uma
oportunidade de negócio facilmente rentável. E as famílias, no auge da questão "internar
ou não um parente" e sensíveis pela necessidade da decisão com urgência, acabam
caindo em verdadeiras ciladas.
Na contramão
do oportunismo, há clínicas sérias, que entendem a complexidade da doença, capacitadas
e gabaritadas para o tratamento, e que investem em pesquisa e conhecimento para
compreender cada vez mais o que é a dependência química. Tais instituições baseiam
seu trabalho em estudos aprofundados a cada dia, para se obterem resultados cada
vez mais efetivos, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).
Estas clínicas
atuam dentro da lei, respeitando normas referentes ao tratamento, à questão sanitária,
à segurança, e atendendo a outras exigências legais.
Exames
Toxicológicos
A análise toxicológica para verificação
do consumo de drogas vem sendo utilizada no meio profissional, no esporte, no auxílio
e acompanhamento da recuperação de usuários em clínicas de tratamento e em pesquisas.
Há testes disponíveis para a detecção de qualquer tipo de substância psicoativa
(maconha, cocaína, barbitúricos, opiáceos, anfetaminas e êxtase).
Atualmente há três tipos de exames
capazes de detectar a presença de drogas no organismo:
Exame
de Urina
As drogas são geralmente destruídas
(metabolizadas) pelo fígado e eliminadas pela urina. Portanto, analisar a urina
em busca de metabólitos das drogas é um dos métodos para se detectar a presença
do consumo de drogas. A urina é geralmente aceita como amostra para verificar o
uso recente de drogas de abuso, mas não permite distinguir o usuário ocasional do
abusivo ou do dependente.
O período de duração da detectabilidade
das drogas varia de acordo com a frequência e intensidade do uso das mesmas. Este
período pode variar de poucas horas até 27 dias (ver tabela abaixo). A análise de
amostras de urina podem detectar o uso de maconha e de cocaína em períodos mais
longos. Já o álcool é metabolizado e eliminado rapidamente e os exames toxicológicos
detectam somente o uso feito nas últimas horas.
A exata concentração da droga ou de
seu metabólito presente na urina não pode ser estimada; oferecendo um resultado
preliminar. A quantificação da droga é realizada, quando solicitada, por metodologia
específica em centros especializados. Portanto, a interpretação do resultado desta
triagem deve ser submetida à consideração clínica e ao julgamento profissional do
médico. Ainda, as concentrações de detecção do método seguem as recomendações da
"Substance Abuse and Mental Health Services Administration" SAMHSA, EEUU.
Exame
de Sangue
Pesquisa direta da droga no sangue.
O exame de sangue possibilita apenas verificar o uso recente de substâncias (algumas
horas). Este exame é realizado em centros especializados.
É importante salientar que os teste
de detecção de drogas só podem ser realizados após autorização do indivíduo por
escrito ou em condições de urgência clínica. No ambiente hospitalar a triagem para
drogas de abuso é realizada exclusivamente para avaliação e suporte da conduta médica,
não podendo ser utilizado como subsídio para outras ações.
Duração
da Detectabilidade das Drogas de Abuso na Urina:
|
|
|
|
Substância
|
Duração da Detectabilidade
|
Anfetamina
|
48 horas
|
Metanfetamina
|
48 horas
|
Barbitúricos:
|
|
Ação
curta
|
24 horas
|
Ação
Intermediária
|
De 48
a 72 horas
|
Ação
Prolongada
|
7 dias
ou mais
|
Benzodiazepínicos
|
3 dias
(dose terapêutica)
|
Metabólitos
da Cocaína
|
De 2
a 3 dias
|
Metadona
|
3 dias
aproximadamente
|
Codeína
/ Morfina
|
48 horas
|
Canabinóides
(maconha):
|
3 dias
|
Uso
Único
|
4 dias
|
Uso
Moderado
|
10 dias
|
Uso
Intenso (diário)
|
10 dias
|
Uso
Crônico
|
21 a
27 dias
|
Metaquoalona
|
7 dias
ou mais
|
Feniciclidina
(PCP)
|
8 dias
aproximadamente
|
Fonte: Site Álcool e
Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas)/Programa Álcool e Drogas (PAD)
do Hospital Israelita Albert Einstein
Dependência
Dependência
Física
Consiste na necessidade sempre presente,
a nível fisiológico, o que torna impossível a suspensão brusca das drogas. Essa
suspensão acarretaria a chamada crise da "abstinência". A dependência
física é o resultado da adaptação do organismo, independente da vontade do indivíduo.
A dependência física e a tolerância podem manifestarem-se isoladamente ou associadas,
somando-se à dependência psicológica.
A suspensão da droga provoca múltiplas
alterações somáticas, causando a dramática situação do "delirium tremens".
Isto significa que o corpo não suporta a síndrome da abstinência entrando em estado
de pânico. Sob os efeitos físicos da droga, o organismo não tem um bom desenvolvimento.
Dependência
Psicológica
Em estado de dependência psicológica,
o indivíduo sente um impulso irrefreável, tem que fazer uso das drogas a fim de
evitar o mal-estar. A dependência psicológica indica a existência de alterações
psíquicas que favorece a aquisição do hábito. O hábito é um dos aspectos importantes
a ser considerado na toxicomania, pois a dependência psíquica e a tolerância significam
que a dose deverá ser ainda aumentada para se obter os efeitos desejados. A tolerância
é o fenômeno responsável pela necessidade sempre presente que o viciado sente em
aumentar o uso da droga.
Em estado de dependência psíquica,
o desejo de tomar outra dose ou de se aplicar, transforma-se em necessidade, que
se não satisfeita leva o indivíduo a um profundo estado de angústia, (estado depressivo).
Esse fenômeno não deverá ser atribuído apenas as drogas que causam dependência psicológica.
O estado de angústia, por falta ou privação da droga é comum em quase todos os dependentes
e viciados.
Requisitos
Básicos da Dependência
1.
Forte desejo ou compulsão para consumir a substância;
2.
Dificuldade no controle de consumir a substância em termos do seu início,
término ou níveis de consumo;
3.
Estado de abstinência fisiológica quando o uso cessou ou foi reduzido (sintomas
de abstinência ou uso da substância para aliviá-los);
4.
Evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa
são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas;
5.
Abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor do uso
da substância psicoativa, aumento do tempo necessário para obter ou tomar a substância
psicoativa ou para se recuperar dos seus efeitos;
6.
Persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de consequências
manifestamente nocivas, tais como dano ao fígado por excesso de álcool, depressão
consequente a período de consumo excessivo da substância ou comprometimento cognitivo
relacionado à droga.
Uso de Droga em Adolescentes
|
||
Idade de início
|
Substância
|
Tempo para uso problemático
|
11 anos
|
Álcool
|
2,5 anos
|
12 anos
|
Maconha
|
1 ano
|
13 anos
|
Cocaína
|
6 meses
|
14 anos
|
Crack
|
1 mês
|
Perfil dos Usuários
|
|
81%
|
São de classe média
|
46,8%
|
Cursam o nível superior
|
50%
|
Mencionam apenas os efeitos positivos
da droga
|
84%
|
Já tiveram episódios depressivos após
o uso
|
65,6%
|
Acreditam que o ecstasy é seguro
|
15,6%
|
Já tiveram problemas financeiros pelo
uso do ecstasy
|
100%
|
Usam a droga em grupo
|
100%
|
São usuários de outras drogas como maconha,
cocaína e LSD
|
Dados Epidemiológicos
- · 20% da população usa substâncias psicoativas no decorrer da vida;
- · 15% no mínimo são portadores da doença da dependência química;
- · 10% a 12% desses usam mais de uma droga concomitante;
- · A incidência de DQ é de 2 a 6 vezes maior no homem;
- · DQ evolui do álcool para drogas mais pesadas;
- · 150 mil óbitos/ano por alcoolismo nos USA;
- · 15% dos DQ cometem suicídio (20 vezes maior que na população).
Transtornos Psiquiátricos
em Pacientes Dependentes de Álcool
218 pacientes alcoolistas
x 218 pacientes não alcoolistas - Serviço Ambulatorial Universitário do estado de
São Paulo;
- Prevalência em toda vida (LTP) de transtornos psiquiátricos: 70% população alcoolista x 26% população não alcoolista;
- Depressão maior em 50%;
- Personalidade antissocial em 30%;
- Fobias em 20%;
- Abuso/dependência de outras drogas em 19%.
Transtornos de Personalidade
na dependência da Cocaína
·
Prevalência ao longo
da vida de transtornos psiquáticos foi de 69%;
- 29% com transtornos afetivos e ansiosos
- 40% com transtornos de personalidade
- 31% sem transtornos
Saiba como Agir nas Emergências
Aprenda a conhecer os
sintomas de overdose (intoxicação aguda) e saiba o que fazer quando uma pessoa exagerou
no uso de drogas e pode estar precisando da sua ajuda:
Conheça os sintomas:
- Perda da consciência, coma ou sono repentino e/ou profundo
- Respiração lenta ou curta ou parada da respiração
- Sem pulso ou pulso fraco
- Lábios roxos
- Convulsões, movimentos involuntários, desmaios
- Palpitação, taquicardia, dor no peito
Saiba o que fazer:
- Chame o resgate ou ajuda médica para emergências, imediatamente.
- Nunca deixe a pessoa sozinha.
- Deite a pessoa de lado, tenha certeza de não haver comida ou vômito na garganta.
- Afaste o queixo do peito.
- Nunca dê outra droga para combater o efeito.
- Nunca ponha nada na boca da pessoa, incluindo água ou medicamentos.
- Se a pessoa estiver tendo uma convulsão segure a sua cabeça com cuidado para não bater no chão ou em algum móvel
Atenção: A mistura de qualquer droga com álcool ou
outras drogas aumenta o risco de overdose, ferimentos, violência, abuso sexual e
morte.