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5/30/2014

O PAPEL DA ESCOLA

A adolescência é como uma etapa de transição, um período psicossociológico entre a infância e a vida adulta do sujeito, fruto da organização da nossa sociedade tal como a conhecemos. Um dos fatores mais marcantes durante a adolescência é a busca dos jovens por um grupo que os defina. 

Ainda que durante a adolescência, a família continue ocupando um lugar preferencial como contexto socializador, à medida que vão se desvinculando de seus pais, as relações com os companheiros ganham em importância, em intensidade e em estabilidade e o grupo de iguais passa a ser o contexto de socialização mais influente. Esse fenômeno acontece basicamente na convivência escolar diária.
Prevenção no contexto escolar

A escola, por ser um elemento de presença forte para os jovens e - juntamente com a família - responsável pela educação destes de forma global, tendo as ferramentas necessárias para proporcionar prevenção ao uso de drogas.

O trabalho com drogas pode vir a ser feito em três níveis - prevenção, repressão e tratamento. A prevenção divide-se em duas etapas: prevenção primária que procura desestimular a primeira experiência dos não iniciados e a prevenção secundária que busca prevenir o aprofundamento do uso experimental. 

A prevenção coloca-se, portanto como imperativo desse processo já que o tratamento de pessoas já em dependência é longo difícil, aleatório e caro. Quanto mais precoce, maiores são as possibilidades de eficácia da mesma.

Ela pode vir a seguir vários modelos: princípio moral (uso de drogas como algo condenável do ponto de vista ético e moral), amedrontamento (enfatiza aspectos negativos e perigosos das drogas), conhecimento científico (propõe fornecimento de informação de modo imparcial e científico), educação afetiva (modificação dos fatores predisponentes ao uso de drogas), estilo de vida saudável e pressão de grupo positiva (o grupo como fator de proteção do jovem contra as drogas).

Quando se considera a prevenção no contexto escolar deve-se dar ênfase no investimento da formação de profissionais qualificados, bem treinados e habilidosos para lidar com as demandas da instituição. Deve também buscar envolver o corpo escolar inteiro e colocar o adolescente como participante ativo do processo de elaboração dos projetos utilizando linguagem acessível e escutando o que ele tem a dizer sobre sua realidade.

Na impossibilidade de excluir as drogas do domínio social há que se trabalhar visando à construção de profissionais mais preparados para enfrentar os problemas causados por elas. A prevenção entra, portanto como parte da formação dentro do ambiente escolar.

É papel do psicólogo escolar/educacional junto ao corpo discente da escola a elaboração, desenvolvimento e acompanhamento de projetos de prevenção ao uso de drogas. Deve ainda trabalhar junto a projetos que visem à construção de uma identidade pessoal (autoestima, socialização, disciplina, organização) e participação social (conscientização de papéis sociais e cidadania responsável).

O trabalho deve ser realizado junto ao jovem buscando valorizar as nuances de seu caráter e propiciar um ambiente favorável para que elabore os possíveis fatores relativos ao seu contexto social ou sua subjetividade que possam vir a influir na procura pelo uso de entorpecentes. 

Os grupos que geralmente servem como meio de iniciação do uso de drogas podem vir a ser revertidos favoravelmente e servir como fator de segurança contra o uso de drogas.