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5/29/2014

Drogas

As drogas sempre estiveram presentes na história da humanidade. Há indícios do uso de plantas alucinógenas em vários cultos pagãos, como no xamanismo, prática que tem entre 10 e 15 mil anos em busca, através de transe, viajar ao mundo dos espíritos e de seus ancestrais.
Ao que tudo indica a relação de dependência e vício entre homem e plantas teve origem na descoberta, por parte dos nossos ancestrais, de que a autoadministração de certas espécies poderia diminuir a dor, curar doenças, possibilitar maior energia, aguçar atividades cognitivas e proporcionar mais sensibilidade.
Um dos problemas mais graves que nossa sociedade tem a resolver está relacionado ao tráfico e ao consumo de drogas. Hoje, milhares de brasileiros, principalmente crianças e adolescentes, são o alvo preferencial dos traficantes.
Muitos já se tornaram dependentes químicos e diversos deles já ingressaram no mundo do crime, atraídos pela droga. A constatação dá-se, por exemplo, na presença do crack que aumentou 700% nos últimos quatro anos e se tornou uma epidemia.
O uso de drogas ilícitas por adolescentes cresceu entre 2009 e 2012, sobretudo entre as meninas. É o que mostra pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), em 2012, a proporção de adolescentes que vivem nas capitais que já haviam experimentado drogas ilícitas chegava a 9,9%, o que equivalia a mais de 312 mil jovens. Em 2009, quando foi feita a primeira pesquisa desse tipo, o porcentual foi de 8,7%.


Além das providências que devem ser adotadas pelas autoridades, devemos assumir o compromisso de acender uma consciência cidadã, capaz de alertar pais e familiares para o tema, responsabilidade de todos. Afinal de contas, muitos males disseminaram-se em função das falhas da sociedade e da própria família.
Os governantes são, indubitavelmente, os principais culpados. Mas, e os pais que não dão atenção aos filhos? E as famílias que se dispersam desprezando os valores e esquecendo-se da importância do amor e da religião? Esse é um tema que todos nós temos a obrigação de discutir e, por conseguinte, encontrar soluções.
Agora, por tua bondade, abençoa a família de teu servo, para que ela continue para sempre na tua presença. Tu, ó Soberano Senhor, o prometeste! E, abençoada por ti, bendita será para sempre a família de teu servo. 2 Samuel 7:29
Quem causa problemas à sua família herdará somente vento; o insensato será servo do sábio. Provérbios 11:29
Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé. Gálatas 6:10
São raros os estabelecimentos de ensino que desenvolvem ações e disciplinas que proporcionam aos alunos atividades culturais, artísticas, esportivas, línguas estrangeiras, noções de informática, enfim, algo apropriado para expandir os horizontes dessas crianças e lhes proporcionar melhores condições para discernir sobre o que é bom ou ruim.
Os jovens estão usando drogas mais e cada vez mais cedo, o que aumenta o risco de boa parte desta juventude desenvolver a dependência química. Esta equação se repete em praticamente todo o mundo, inclusive no Brasil, apesar de as pesquisas sobre o tema aqui ainda serem bem escassas.
Numa delas, feita pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), com apoio da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), foi constatado que entre estudantes de escolas públicas crianças de 10 anos de idade começam a ter contato com as drogas e o álcool que, na maioria das vezes, é a porta de entrada para o vício.
No trabalho, intitulado Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de Ensino, foram entrevistados cerca de 50 mil estudantes que responderam aos questionários, anonimamente.
A maioria dos usuários está na faixa de 16 anos de idade. Na faixa etária de 10 a 12 anos, 12,7% dos estudantes já usaram algum tipo de droga. Quase a metade dos alunos pesquisados (45,9%) cursa uma série que não é adequada à sua idade. A pesquisa constatou que a defasagem escolar é maior entre os que consomem drogas.
O total de estudantes que usam drogas, na rede estadual de ensino, é de 22,6%. As substâncias mais procuradas são os solventes, a maconha, os remédios para diminuir a ansiedade (ansiolíticos), os estimulantes (anfetaminas) e os remédios que atuam no sistema nervoso central parassimpático (anticolinérgicos).
Entre os meninos, a maconha é a primeira da lista e, entre as meninas os estimulantes. A maioria das crianças do ensino público fundamental e médio já consumiu bebidas alcoólicas - sete de cada dez crianças.
Três de cada dez já fumaram ou fumam regularmente. De acordo com o estudo, 67,5% dos estudantes cariocas já consumiram bebidas alcoólicas e 26% já fumaram ou fumam regularmente.
O maior problema é a droga lícita. Esse nível (de 67,5%) é muito grande em se tratando de adolescentes. Os índices de consumo de drogas ilícitas chegam a 6,3% com a maconha, 13,6% com solventes e 1,6% com cocaína.
O levantamento revela que o consumo de álcool por adolescentes de 12 a 17 anos já atinge 54% dos entrevistados e desses, 7% já apresentam dependência. Entre jovens de 18 a 24 anos, 78% usam álcool e 19% deles são dependentes.
Outro estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em comparação com os países da América Latina, o Brasil aparece em terceiro lugar no consumo de álcool entre os adolescentes.
A pesquisa foi feita com estudantes do ensino médio e incluiu 347.771 meninos e meninas, de 14 a 17 anos, do Brasil, da Argentina, da Bolívia, do Chile, do Equador, do Peru, do Uruguai, da Colômbia e do Paraguai. Entre os brasileiros, 48% admitiram consumir álcool.
Sabe-se, que o uso precoce de álcool aumenta o risco de alcoolismo em idade adulta e é um facilitador para o início do uso de outras drogas. De acordo com os especialistas, pais e os profissionais de educação devem se destituir de qualquer preconceito com relação às drogas, a fim de que haja um relacionamento melhor com os filhos/alunos que são usuários.
É importante que o pai e o professor não deixem o preconceito atrapalhá-los no momento de escutar e diagnosticar em que grau de uso de droga esse jovem ou criança está para poder melhor acolhê-la e ajudá-la.
O objetivo desse livro é esclarecer e informar de maneira simples e desmistificada o fenômeno do uso crescente de drogas por pré-adolescentes e adolescentes. Orientar os pais no que tange a um conhecimento mais detalhado do universo das drogas, as consequências de seu uso.


Proporcionar subsídios para que pais, religiosos e professores possam identificar, compreender e saber como agir, quando identificam possíveis sinais de que os filhos podem estar se envolvendo nesse mundo cercado de perigos, informações incorretas, vergonha, sofrimento e discriminação.
Pretende esclarecer que antes de sermos culpados, somos pais, vítimas desse fenômeno social, que ao invés de nos afundarmos nesse sentimento de culpa, frustração e impotência, dispomos de ferramentas relativamente eficientes para identificar o problema, compreender que é ou pode se tornar uma doença e que igual a qualquer outra enfermidade pode e deve ser tratada de forma a buscar a libertação de nossos filhos desse caminho que, infelizmente, na maioria das vezes não tem volta.

É proporcionar mecanismos para que nós pais terminemos com esse bordão de que drogas terminam sempre em três C´s. Clínica, cadeia ou cemitério.