Ao que tudo indica a relação de dependência e vício entre homem e plantas
teve origem na descoberta, por parte dos nossos ancestrais, de que a autoadministração
de certas espécies poderia diminuir a dor, curar doenças, possibilitar maior energia,
aguçar atividades cognitivas e proporcionar mais sensibilidade.
Um dos problemas mais graves que nossa sociedade tem a resolver está
relacionado ao tráfico e ao consumo de drogas. Hoje, milhares de brasileiros, principalmente
crianças e adolescentes, são o alvo preferencial dos traficantes.
Muitos já se tornaram dependentes químicos e diversos deles já ingressaram
no mundo do crime, atraídos pela droga. A constatação dá-se, por exemplo, na presença
do crack que aumentou 700% nos últimos quatro anos e se tornou uma epidemia.
O uso de drogas ilícitas por adolescentes cresceu entre 2009 e 2012,
sobretudo entre as meninas. É o que mostra pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), em 2012, a
proporção de adolescentes que vivem nas capitais que já haviam experimentado drogas
ilícitas chegava a 9,9%, o que equivalia a mais de 312 mil jovens. Em 2009, quando
foi feita a primeira pesquisa desse tipo, o porcentual foi de 8,7%.
Além das providências que devem ser adotadas pelas autoridades, devemos
assumir o compromisso de acender uma consciência cidadã, capaz de alertar pais e
familiares para o tema, responsabilidade de todos. Afinal de contas, muitos males
disseminaram-se em função das falhas da sociedade e da própria família.
Os governantes são, indubitavelmente, os principais culpados. Mas, e
os pais que não dão atenção aos filhos? E as famílias que se dispersam desprezando
os valores e esquecendo-se da importância do amor e da religião? Esse é um tema
que todos nós temos a obrigação de discutir e, por conseguinte, encontrar soluções.
Agora, por tua bondade, abençoa a
família de teu servo, para que ela continue para sempre na tua presença. Tu, ó
Soberano Senhor, o prometeste! E, abençoada por ti, bendita será para sempre a
família de teu servo. 2
Samuel 7:29
Quem causa problemas à sua família
herdará somente vento; o insensato será servo do sábio. Provérbios 11:29
Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos,
especialmente aos da família da fé. Gálatas 6:10
São raros os estabelecimentos de ensino que desenvolvem ações e disciplinas
que proporcionam aos alunos atividades culturais, artísticas, esportivas, línguas
estrangeiras, noções de informática, enfim, algo apropriado para expandir os horizontes
dessas crianças e lhes proporcionar melhores condições para discernir sobre o que
é bom ou ruim.
Os jovens estão usando drogas mais e cada vez mais cedo, o que aumenta
o risco de boa parte desta juventude desenvolver a dependência química. Esta equação
se repete em praticamente todo o mundo, inclusive no Brasil, apesar de as pesquisas
sobre o tema aqui ainda serem bem escassas.
Numa delas, feita pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas
Psicotrópicas (Cebrid), com apoio da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), foi
constatado que entre estudantes de escolas públicas crianças de 10 anos de idade
começam a ter contato com as drogas e o álcool que, na maioria das vezes, é a porta
de entrada para o vício.
No trabalho, intitulado Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas
Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública de
Ensino, foram entrevistados cerca de 50 mil estudantes que responderam aos questionários,
anonimamente.
A maioria dos usuários está na faixa de 16 anos de idade. Na faixa etária
de 10 a 12 anos, 12,7% dos estudantes já usaram algum tipo de droga. Quase a metade
dos alunos pesquisados (45,9%) cursa uma série que não é adequada à sua idade. A
pesquisa constatou que a defasagem escolar é maior entre os que consomem drogas.
O total de estudantes que usam drogas, na rede estadual de ensino, é
de 22,6%. As substâncias mais procuradas são os solventes, a maconha, os remédios
para diminuir a ansiedade (ansiolíticos), os estimulantes (anfetaminas) e os remédios
que atuam no sistema nervoso central parassimpático (anticolinérgicos).
Entre os meninos, a maconha é a primeira da lista e, entre as meninas
os estimulantes. A maioria das crianças do ensino público fundamental e médio já
consumiu bebidas alcoólicas - sete de cada dez crianças.
Três de cada dez já fumaram ou fumam regularmente. De acordo com o estudo,
67,5% dos estudantes cariocas já consumiram bebidas alcoólicas e 26% já fumaram
ou fumam regularmente.
O maior problema é a droga lícita. Esse nível (de 67,5%) é muito grande
em se tratando de adolescentes. Os índices de consumo de drogas ilícitas chegam
a 6,3% com a maconha, 13,6% com solventes e 1,6% com cocaína.
O levantamento revela que o consumo de álcool por adolescentes de 12
a 17 anos já atinge 54% dos entrevistados e desses, 7% já apresentam dependência.
Entre jovens de 18 a 24 anos, 78% usam álcool e 19% deles são dependentes.
Outro estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em
comparação com os países da América Latina, o Brasil aparece em terceiro lugar no
consumo de álcool entre os adolescentes.
A pesquisa foi feita com estudantes do ensino médio e incluiu 347.771
meninos e meninas, de 14 a 17 anos, do Brasil, da Argentina, da Bolívia, do Chile,
do Equador, do Peru, do Uruguai, da Colômbia e do Paraguai. Entre os brasileiros,
48% admitiram consumir álcool.
Sabe-se, que o uso precoce de álcool aumenta o risco de alcoolismo em
idade adulta e é um facilitador para o início do uso de outras drogas. De acordo
com os especialistas, pais e os profissionais de educação devem se destituir de
qualquer preconceito com relação às drogas, a fim de que haja um relacionamento
melhor com os filhos/alunos que são usuários.
É importante que o pai e o professor não deixem o preconceito atrapalhá-los
no momento de escutar e diagnosticar em que grau de uso de droga esse jovem ou criança
está para poder melhor acolhê-la e ajudá-la.
O objetivo desse livro é esclarecer e informar de maneira simples e
desmistificada o fenômeno do uso crescente de drogas por pré-adolescentes e adolescentes.
Orientar os pais no que tange a um conhecimento mais detalhado do universo das drogas,
as consequências de seu uso.
Proporcionar subsídios para que pais, religiosos e professores possam
identificar, compreender e saber como agir, quando identificam possíveis sinais
de que os filhos podem estar se envolvendo nesse mundo cercado de perigos, informações
incorretas, vergonha, sofrimento e discriminação.
Pretende esclarecer que antes de sermos culpados, somos pais, vítimas
desse fenômeno social, que ao invés de nos afundarmos nesse sentimento de culpa,
frustração e impotência, dispomos de ferramentas relativamente eficientes para identificar
o problema, compreender que é ou pode se tornar uma doença e que igual a qualquer
outra enfermidade pode e deve ser tratada de forma a buscar a libertação de nossos
filhos desse caminho que, infelizmente, na maioria das vezes não tem volta.
É proporcionar mecanismos para que nós pais terminemos com esse bordão
de que drogas terminam sempre em três C´s. Clínica, cadeia ou cemitério.







