Quanto à legalidade do uso
As drogas, substâncias naturais ou sintéticas que possuem a capacidade de alterar o funcionamento do organismo, são divididas em dois grandes grupos, segundo o critério de legalidade: drogas lícitas e ilícitas.
Drogas Lícitas
As drogas lícitas são aquelas legalizadas, produzidas e comercializadas livremente e que, apesar de trazerem prejuízos aos órgãos do corpo, são liberadas por lei e aceitas pela sociedade. Os dois principais exemplos de drogas lícitas na nossa sociedade são o cigarro e o álcool.
É importante ressaltar que não é pelo fato de serem lícitas, que essas drogas são pouco ameaçadoras; o alerta é da OMS. Segundo o órgão, as drogas ilícitas respondem por 0,8% dos problemas de saúde em todo o mundo, enquanto apenas o cigarro e o álcool, são responsáveis por 8,1% desses problemas.
As drogas permitidas por lei são as mais consumidas e as que mais resultam em fatalidades diárias, já que por meio das alterações causadas no organismo, o indivíduo perde o controle e acaba por fazer coisas que no normal não faria. Nesse sentido, muitos questionam a aceitação, por parte da sociedade, das drogas lícitas, uma vez que as mesmas são prejudiciais à saúde e também causam dependência.
Assim, o critério de legalidade ou não de uma droga é historicamente variável e não está relacionado, necessariamente, com a gravidade de seus efeitos. Na verdade, esse critério é fruto de um jogo de interesses políticos, e, sobretudo, econômicos.
Cobiçam terrenos e se apoderam deles; cobiçam casas e as tomam. Fazem violência ao homem e à sua família; a ele e aos seus herdeiros. Miquéias 2:2
O consumo de qualquer medicamento em uma dosagem acima da que o metabolismo humano suporta é prejudicial à saúde. Além do cigarro e do álcool, alguns medicamentos lícitos são frequentemente utilizados de maneira abusiva, causando problemas de saúde e até mesmo dependência.
No Brasil os mais utilizados são:
· Anabolizantes: medicamentos com alta dose de hormônios concentrados, utilizados com o objetivo de aumentar a massa muscular. Pode causar alterações no metabolismo do corpo e até impotência sexual.
· Descongestionantes nasais: remédios utilizados com o fim de desobstruir o nariz, aparentemente não oferecem nenhum risco, mas podem causar dependência e crises de abstinência caso não sejam utilizados.
· Benzodiazepínicos: são medicamentos tranquilizantes, utilizados para induzir ao sono ou para reduzir a ansiedade, nervosismo, etc.
· Xaropes: medicamentos utilizados para controlar a tosse ou dificuldade de respiração, mas que podem conter substâncias ter substâncias como a codeína, um derivado do ópio, causando dependência.
· Anorexígenos: medicamentos utilizados para reduzir o apetite, controlando assim, o peso.
Aqui, enfrenta-se um sério problema denominado tráfico de drogas lícitas. Trata-se do grande consumo de remédios anorexígenos, xaropes, benzodiazepínicos, descongestionantes nasais, anabolizantes, etc. Apesar da compra de alguns ser restrita à apresentação de receita médica e de apenas alguns laboratórios terem a licença para produzi-los, ainda é muito fácil ter acesso a esses medicamentos de forma ilegal.
Ao ingerirmos determinada substância o nosso metabolismo interrompe a produção desta ou de outras, já que a quantidade existente no corpo é suficiente, devido à produção causada pela ingestão da substância.
Com o tempo, o corpo para de produzi-las e, não voltará imediatamente a fazê-lo, caso elas deixem de ser introduzidas de forma brusca no sistema metabólico. É nesse intervalo de tempo que acontecem as crises de abstinência, tão comuns para quem está deixando de consumir determinada droga.
Drogas Ilícitas
As drogas ilícitas são substâncias proibidas de serem produzidas, comercializadas e consumidas. Tais substâncias podem ser estimulantes, depressivas ou perturbadoras do sistema nervoso central, o que perceptivelmente altera em grande escala o funcionamento do organismo.
Por serem proibidas, as drogas ilícitas entram ou são produzidas no país de forma ilegal e são distribuídas através do tráfico que promove a sua comercialização. O volume de dinheiro gerado com esse comércio ilegal é usado para os mais diversos fins, suportado por diferentes interesses e controlado por pessoas que, seguramente não são os donos de morro, chefes de boca, etc. São aqueles que, por meio desse negócio garantem o poder econômico, social ou mesmo político.
Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro. Mateus 6:24
São drogas ilícitas: maconha, cocaína, crack, ecstasy, LSD, inalantes, heroína, barbitúricos, morfina, skunk, chá de cogumelo, anfetaminas, clorofórmio, ópio entre muitas outras. A lista completa de todas as drogas conhecidas e classificadas pode ser encontrada em publicação da Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) instituição do Governo Brasileiro responsável por fazer cumprir a legislação relativa ao controle sanitário dos estoques, produções, importações, exportações, consumos e perdas das substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras a controle especial, bem como os medicamentos que as contenham.
Dentre as consequências sociais que as drogas ilícitas trazem pode-se dar ênfase à violência gerada, da produção até o consumidor final, à falência social, familiar e individual, aos enormes investimentos necessários para o combate ao tráfico e à recuperação de dependentes, para não falar das milhares de vidas perdidas anualmente devido ao uso direto ou às consequências terríveis decorrentes das ações daqueles que estão sob seus efeitos.
O violento recruta o seu próximo e o leva por um caminho ruim. Provérbios 16:29
Pois eles se alimentam de maldade, e se embriagam de violência. Provérbios 4:17
Quanto ao tipo de efeito no sistema nervoso central
Podem ser classificadas como:
· Drogas depressoras - diminuem a atividade do sistema nervoso atuando em receptores (neurotransmissores) específicos. Exemplos: álcool, barbitúricos, diluentes, quetamina, cloreto de etila ou lança perfume, clorofórmio, ópio, morfina, heroína, e inalantes em geral (cola de sapateiro, etc.). As drogas depressoras do sistema nervoso fazem com que o cérebro funcione lentamente, reduzindo a atividade motora, a ansiedade, a atenção, a concentração, a capacidade de memorização e a capacidade intelectual.
· Drogas estimulantes - produzem aumento da atividade pulmonar (ação adrenérgica), diminuem a fadiga, aumentam a percepção ficando os demais sentidos ativados. Aceleram a atividade de determinados sistemas neuronais, trazendo como consequências um estado de alerta exagerado, insônia e aceleração dos processos psíquicos. Exemplos: cocaína, crack, cafeína, teobromina (presentes em chocolates), GHB, metanfetaminas, anfetaminas (bolinha, arrebite) etc.
· Drogas perturbadoras – têm por característica principal a despersonalização ou modificação da percepção (daí o termo alucinógeno para sua designação) em maior ou menor grau. Exemplos: Algumas espécies de cogumelos, LSD, maconha, MDMA ou ecstasy e o DMT. Todas produzem uma série de distorções cognitivas e qualitativas no funcionamento do cérebro, como delírios, alucinações e alteração no senso-percepção.
· Outra classificação se refere ao uso das drogas em desvio de seu uso habitual, como por exemplo, o uso de cola, gasolina, benzina, éter, dentre outras substâncias químicas, para provocar um estado de euforia ou torpor.
Quanto à forma de produção
Classificam-se como:
· Naturais - aquelas que são extraídas de plantas. Exemplos: tabaco, cannabis, ópio.
· Semissintéticas - são produzidas através de modificações em drogas naturais. Exemplos: crack, cocaína, heroína.
· Sintéticas - são produzidas através de componentes ativos não encontrados na natureza. Exemplos: anfetaminas, anabolizantes.







