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7/16/2015

O Livro de Joel para contar às crianças


Livro de Joel


Autor

O Livro de Joel afirma que o seu autor foi o profeta Joel (Joel 1:1).

Quando foi escrito

O livro de Joel foi provavelmente escrito entre 835 e 800 AC.

Propósito

A nação de Judá, o cenário para o livro, é devastada por uma vasta horda de gafanhotos. Essa invasão de gafanhotos destrói tudo -- os campos de trigo, as vinhas, os jardins e as árvores. 



Joel descreve simbolicamente os gafanhotos como um exército humano marchando e enxerga tudo isso como julgamento divino sobre a nação por seus pecados. O livro é destacado por dois grandes eventos. Um deles é a invasão de gafanhotos e o outro é a efusão do Espírito. A realização inicial deste evento é citado por Pedro em Atos 2 como tendo acontecido no dia de Pentecostes.

Versículos-chave

Joel 1:4

"O que deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o migrador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou o devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor."

Joel 2:25

"Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo cortador, o meu grande exército que enviei contra vós outros."

Joel 2:28

"E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões."

Resumo

Uma terrível praga de gafanhotos é seguida por uma grande fome em toda a terra. Joel usa esses acontecimentos como o catalisador para enviar palavras de aviso a Judá. A menos que o povo se arrependa rapidamente e completamente, os exércitos inimigos devorarão a terra assim como fizeram os elementos naturais. 

Joel apela a todo o povo e os sacerdotes da terra para que jejuem e se humilhem enquanto buscam o perdão de Deus. Se eles responderem, haverá novas bênçãos materiais e espirituais para a nação. No entanto, o Dia do Senhor está chegando. Neste momento, os gafanhotos temidos vão parecer como mosquitos, em comparação, pois todas as nações receberão Seu julgamento.

O tema principal do livro de Joel é o Dia do Senhor, um dia da ira e do juízo de Deus. Este é o dia em que Deus revela os Seus atributos de poder, ira e santidade, e é um dia terrível para Seus inimigos. No primeiro capítulo, o Dia do Senhor é vivido historicamente pela praga de gafanhotos sobre a terra. 

Capítulo 2:1-17 é um capítulo de transição em que Joel usa a metáfora da praga de gafanhotos e da seca para renovar um apelo ao arrependimento. Capítulos 2:18-3:21 descreve o Dia do Senhor em termos escatológicos e atende à chamada ao arrependimento com as profecias de restauração física (2:21-27), restauração espiritual (2:28-32) e restauração nacional (3:1-21).

Prenúncios

Sempre que o Antigo Testamento fala de julgamento sobre o pecado, seja este o pecado individual ou nacional, o advento de Jesus Cristo é prenunciado. Os profetas do Antigo Testamento continuamente advertiram Israel a arrepender-se, mas mesmo quando o fizeram, o seu arrependimento era limitado à obediência da lei e obras. 

Os seus sacrifícios no templo eram apenas um vestígio do grande sacrifício por vir, o qual seria oferecido de uma vez por todas na cruz (Hebreus 10:10). Joel nos diz que o juízo final de Deus, que cai no Dia do Senhor, será "mui terrível! Quem o poderá suportar?" (Joel 2:11). A resposta é que nós, por nossa própria conta, nunca poderemos aguentar esse momento. Mas se tivermos colocado nossa fé em Cristo pela expiação dos nossos pecados, não temos nada a temer do Dia do Juízo.

Aplicação Prática

Sem arrependimento, o julgamento será severo, rigoroso e certo. Nossa confiança não deve estar em nossas posses, mas no Senhor nosso Deus. Deus às vezes pode usar a natureza, o sofrimento ou outras ocorrências comuns para nos aproximar dEle. Entretanto, em Sua misericórdia e graça, Ele tem providenciado o plano definitivo para a nossa salvação, Jesus Cristo. 

Ele foi crucificado por nossos pecados e trocou o nosso pecado pela Sua perfeita justiça (2 Coríntios 5:21). Não há tempo a perder. O julgamento de Deus virá rapidamente, como um ladrão na noite (1 Tessalonicenses 5:2), e devemos estar prontos. Hoje é o dia da salvação (2 Coríntios 6:2). "Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. 

Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar" (Isaías 55:6-7). Somente ao apropriar-nos da salvação de Deus é que podemos escapar de Sua ira no Dia do Senhor.

ESTUDO DO LIVRO DO PROFETA JOEL

QUEM ERA JOEL

Joel é considerado por alguns, como um dos mais antigos profetas, cujos escritos chegaram até nós. Segundo esses estudiosos, é possível que quando jovem Joel tenha conhecido tanto Elias como Eliseu. Sua história pessoal aparece num versículo: “Palavra do Senhor, que foi dirigida a Joel, filho de Petuel” (1.1). Seu nome significa “Jeová é meu Deus”. Seu ministério foi para Judá. Joel costuma ser chamado “o profeta do avivamento religioso”. 

Apesar de não haver informações diretas sobre a localização geográfica em que vivia Joel, sabe-se que era de Judá. O interesse aguçado por Jerusalém e pelos que trabalhavam no Templo, sugere que ele tenha vivido em Jerusalém e tenha ministrado como um profeta do Templo. Embora nada indique que ele tenha sido sacerdote, Joel orava em favor do povo (1.19,20).

Ministrou talvez no reinado de Joás (2Cr 24). Predisse a era do Evangelho e o derramamento do Espírito Santo. Foi o primeiro a profetizar o derramamento do Espírito Santo sobre toda a terra (2.28). Sua mensagem continua atual.

DATA

O livro não contém referencia a acontecimentos históricos que possam ser identificados, mas há argumentos sólidos que permitem ligar sua composição ao século IX a.C. Muitos intérpretes, no entanto, atribuem ao livro datas tardias, mesmo no período pós-exílico (Sec. VI), depois de Ageu e de Zacarias. Seja como for sua mensagem não é alterada no modo relevante em razão da data.

A CHAVE

O dia do Senhor: 1.15; 2.1. Os grandes exércitos de gafanhotos deixavam o país como um deserto. Esta praga devastadora, anunciada como uma disciplina que a nação sofria por causa da iniquidade, serviu ao profeta para simbolizar a vinda do Dia do Senhor.

PROPÓSITO E MENSAGEM

O interesse de Joel em todo o livro foi falar do “dia do Senhor”. Ele começou relacionando a praga de gafanhotos com o início do dia do Senhor, prevendo que o julgamento se agravaria. Em decorrência disso, ele convocou o povo a se arrepender. Como nenhuma acusação é mencionada, a ofensa é desconhecida. Quando o povo atendeu, o favor do Senhor foi proclamado e a futura prosperidade foi anunciada (2.18,19).

Os gafanhotos que menciona em 1.4 e em 2.25 são literais e não uma representação alegórica dos babilônios e medo-persas, dos gregos e dos romanos, como defendem alguns intérpretes. Diante dessa crise, conclama todos ao arrependimento: velhos e jovens (1.2,3), bêbados (1.5), agricultores (1.11) e sacerdotes (1.13). Refere-se aos gafanhotos como exército do Senhor e vê na chegada deles uma lembrança de que o dia do Senhor está próximo. 

Não manifesta a crença popular de que esse dia será de juízo contra as nações, mas de livramento e de benção para Israel, pelo contrário, junto com Isaías (2.10-21), Jeremias (4.6), Amós (5.18-20) e Sofonias (1.7-18), refere-se a esse dia como dia de castigo também para o infiel Israel. A restauração e a benção virão somente depois do juízo e do arrependimento.

Mas meras manifestações externas ou rituais de arrependimento não são adequadas, e o Senhor convoca o povo para demonstrar a sinceridade do seu arrependimento convertendo-se de todo o coração (2.12,13). Joel relembra ao povo de Deus que a motivação para o arrependimento está firmada na própria natureza de Deus: 

“E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal” (2.13). Joel ressalta que a esperança de restauração está em Deus, que exerce sua soberania graça e liberdade, concedendo o arrependimento e o perdão ao seu povo.

Só Deus pode ter falado a Joel sobre a volta dos judeus do cativeiro. Joel não somente viu o retorno da Babilônia, mas também o ajuntamento dos judeus, vindo entre as nações judias. Ele fala também do juízo das nações após a batalha do Armagedom (3.2-7).

Depois de Israel ser restaurado e as nações da terra serem julgadas (3.1,2), será estabelecido o reino eterno (3.20). A Palestina, terra da promessa, será novamente o centro do poder e o lugar onde se congregarão todas as nações para o julgamento. Cristo voltará para estabelecer o seu domínio como soberano. Deus habitará em Sião (3.17).

CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS

A unidade do livro de Joel foi questionada por críticos da Bíblia no final do século XIX e no início do século XX. Esses críticos pensavam que a seção que descreve os acontecimentos contemporâneos do profeta (1.1 – 2.17) e a que trata dos acontecimentos futuros (2.18 – 3.21) teriam sido escritas por autores diferentes. Hoje, contudo, a maioria dos estudiosos aceita a unidade essencial do texto. 

Algumas características, como o tema do “Dia do Senhor” (1.15; 2.1,2: 3.14) e outras frases idênticas ou bastante semelhantes que aparecem nas duas seções (2.2 e 2.31: 2.10,11 e 3.16; 2.10 e 3.15; 2.11 e 2.31; 2.17 e 3.2; 2.26 e 3.17) apontam para a unidade do tema.

Através dos séculos, os estudiosos tem se defrontado com a questão de interpretar os gafanhotos do Livro de Joel de maneira literal ou figurada. Historicamente a grande maioria dos estudiosos tem compreendido os gafanhotos como símbolos de inimigos futuros. Um manuscrito da Septuaginta interpretou os quatro tipos de gafanhotos com símbolos dos egípcios, assírios, gregos e romanos. Contudo, estudiosos de hoje veem essas criaturas, pelo menos no capítulo 1, como gafanhotos reais. 

Como Ageu, o primeiro oráculo de Joel foi inspirado pela crise identificada profeticamente com juízo divino contra a comunidade. Logo, ele interpretou a situação atual como julgamento, em vez de projetar situação futura de castigo, como os profetas faziam. Ele estimulou o povo a agir, sugerindo que a situação pioraria. 

Depois, essa projeção do agravamento do juízo foi usada como base de instrução ao povo. É notável que essa instrução tenha sido de natureza espiritual e tenha incluído o ritual adequado. Isso é bem diferente dos profetas pré-exílicos que sempre pediam conduta justa em vez da abordagem ritual que tendiam a abusar.

A resposta favorável do Senhor é o ponto culminante desse trecho no contexto de Joel. A parte contemporânea teve dois ciclos de descrição de juízo, instrução e identificação do papel do Senhor. O contraste é que no primeiro ciclo o Senhor julgava Israel, enquanto no segundo, o fez prosperar.

A PRAGA DE GAFANHOTOS

Em todo o período do Antigo Testamento, Israel era economicamente uma nação agrícola. Qualquer desastre natural que destruísse a colheita era devastador para o povo em quase todos os níveis da sociedade. A capacidade da praga de gafanhotos de devorar toda a safra de uma área de dezenas de quilômetros quadrados é bem documentada, não só no Antigo Oriente Médio, mas na atualidade ao redor do mundo. A economia seria arruinada por no mínimo, dois anos, resultado em toda espécie de dificuldade. Portanto não constitui um mistério o fato de essas pragas serem popularmente consideradas como juízo divino.

Embora fosse comum no Antigo Oriente Médio acreditar que os deuses demonstrassem sua ira causando desastres naturais, sempre havia a necessidade de determinar quem os causara, o motivo de sua ira e como apaziguá-lo. Para Israel, responder a primeira pergunta era fácil, mas as outras duas certamente não. No livro de Joel, em vez de associar o julgamento à ofensa coletiva especifica, o profeta classificou o juízo como prenúncio do dia do Senhor quando, em geral o justo será absolvido e o ímpio punido. Logo, cabia aos israelitas depender da misericórdia do Senhor para não instigar esta ação divina.

A PROMESSA DO PENTECOSTE

O profeta assegura ao povo que Deus realmente vai derramar tanto bênçãos temporais (2.18-27) como espirituais (2.28-32) e mandará libertação do céu. “E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito” (2.28-29). Esta é a profecia do Pentecoste.

Libertação espiritual é a grande promessa central do livro de Joel. Outros profetas predisseram pormenores a respeito da vida de Jesus na terra e até mesmo do seu reino futuro. A Joel coube o privilégio de predizer que o Senhor iria derramar do seu Espírito sobre toda a carne. Ele diz que essa benção emanará de Jerusalém (2.32; 3.18). Temos a afirmação clara de que essa profecia se cumpriu no Pentecoste.

ESBOÇO DE JOEL

I. A mão do Senhor no presente 1.1-2.27
  • A destruição pelas locustas 1.2-2.11
  • O arrependimento de Judá 2.12-17
  • A restauração do Senhor 2.18-27

II. O dia do Senhor no futuro 2.28-3.21
  • A graça do Senhor 2.28-32
  • O Julgamento do Senhor 3.1-17
  • A Bênção do Senhor 3.18-2

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