Há mais de cinco mil anos a Papoula, planta de onde deriva a heroína, é conhecida pela humanidade. Naquela época, os sumérios costumavam a utilizá-la para combater algumas doenças como a insônia e constipação intestinal. No século passado, farmacêuticos obtiveram, da Papoula, uma substância que foi chamada de Morfina. O uso da morfina foi amplamente difundido na medicina do século XIX devido, principalmente, a suas propriedades analgésicas e antidiarreicas.
Da morfina, logo foram sintetizadas várias derivações como diamorfina, codeína, codetilina, heroína, metopon. A heroína é a mais conhecida delas. Na década de 20 foi constatado que a heroína causava dependência química e psíquica, por isso foi proibida sua produção e comércio no mundo todo. A heroína voltou a se expandir pelo mundo depois da Segunda Guerra Mundial e hoje é produzida no mercado negro principalmente no Sudeste Asiático e na Europa.
Princípio ativo
A heroína é uma variação da morfina, que por sua vez é uma variação do ópio, obtido de uma planta denominada Papoula. A designação química da heroína é diacetilmorfina. A heroína se apresenta no estado sólido. Para ser consumida, ela é aquecida normalmente com o auxílio de uma colher onde a droga se transforma em liquido e fica pronta para ser injetada. O consumo da heroína pode ser diretamente pela veia, forma mais comum no ocidente, ou inalada, como é, normalmente, consumida no oriente.
Efeitos
Fisicamente, o usuário de heroína pode apresentar diversas complicações como surdez, cegueira, delírios, inflamação das válvulas cardíacas, coma e até a morte. No caso de ser consumida por meios injetáveis, pode causar necrose (morte dos tecidos) das veias. Isto dificulta o viciado a encontrar uma veia que ainda esteja em condições adequadas para poder injetar uma nova dose. O corpo fica desregulado deixando de produzir algumas substâncias vitais como a endorfina ou passando a produzir outras substâncias em demasia, como a noradrenalina que, em excesso, acelera os batimentos cardíacos e a respiração. O corpo perde também a capacidade de controlar sua temperatura causando calafrios constantes. O estômago e o intestino ficam completamente descontrolados causando constantes vômitos, diarreias e fortes dores abdominais.
OS EFEITOS DESTRUTIVOS DA HEROÍNA
As drogas são igual a morte. Se não faz nada para as deixar, acaba por morrer. Ser toxicodependente é estar aprisionado. De início, pensa que as drogas são suas amigas (parecem ajudá–lo a escapar às coisas ou sentimentos que o incomodam). Mas depressa descobre que acorda de manhã apenas a pensar em drogas.
“Todo o seu dia é gasto a descobrir ou a consumir drogas. Fica drogado todas as tardes. À noite, põe–se a dormir com heroína. E vive apenas para isso. Está numa prisão. Bate com a cabeça contra a parede, sem parar, mas não o leva a lado nenhum. Por fim, a sua prisão torna–se o seu caixão.” — Sabrina
DANOS IMEDIATOS: Os efeitos iniciais da heroína incluem um aumento da sensação — uma “elevação”. Isso é acompanhado frequentemente de um sentimento quente da pele e boca seca. Por vezes, a reação inicial pode incluir vômitos ou severa comichão.
Depois destes efeitos iniciais se desvanecerem, o consumidor fica sonolento durante várias horas. As funções básicas do corpo tais como respiração e batimento cardíaco abrandam.
Horas após os efeitos da droga terem diminuído, o corpo do dependente começa a ansiar por mais. Se ele não arranja outra “cena”, irá começar a sentir a abstinência. A abstinência inclui os efeitos físicos e mentais extremos os quais são sentidos se o corpo não é abastecido outra vez com a dose seguinte de heroína. Os sintomas da abstinência incluem insônias e dores nos ossos, diarreia, vômitos e desconforto severo.
A intensa subida que um consumidor pretende dura apenas alguns minutos. Com o uso continuado, a pessoa necessita de quantidades crescentes da droga apenas para se sentir “normal”.
EFEITOS A CURTO PRAZO
- “Subida”
- Respiração deprimida
- Funcionamento mental pouco claro
- Náuseas e vômitos
- Tranquilização; sonolência
- Hipotermia (temperatura corporal mais baixa do que o normal)
- Coma ou morte (devido a overdose)
EFEITOS A LONGO PRAZO
A abstinência de heroína é uma experiência terrífica que começa a torturar o corpo nas horas seguintes à última dose.
Os efeitos no corpo devido ao uso continuado desta droga são devastadores. Injeções frequentes podem causar o colapso de veias, e podem levar a infecções dos vasos sanguíneos e válvulas do coração. Poderá ser contraída tuberculose como resultado da condição debilitada geral do corpo. A artrite é outro resultado a longo prazo da dependência de heroína.
O estilo de vida do dependente — no qual os consumidores de heroína partilham frequentemente as agulhas — leva ao SIDA/AIDS e a outras infecções contagiosas. Estima–se que das 35.000 novas infecções de hepatite C2 (doença do fígado) por ano nos Estados Unidos, mais de 70% são de consumidores de droga que usam agulhas.
Abcessos devido ao uso de agulhas subcutâneas marcam o corpo de toxicodependente de 16 anos. Crédito fotográfico: U.S. Treasury Department, Bureau of Narcotics/dependente de heroína
OS EFEITOS A LONGO PRAZO INCLUEM
- Problemas dentários
- Inflamação das gengivas
- Obstipação (Prisão de ventre)
- Suores frios
- Comichão
- Enfraquecimento do sistema imunitário
- Coma
- Doenças respiratórias
- Enfraquecimento muscular, paralisia parcial
- Capacidade sexual reduzida e impotência a longo prazo nos homens
- Perturbações menstruais nas mulheres
- Incapacidade de atingir o orgasmo (homem e mulher)
- Perda da memória e desempenho intelectual
- Introversão
- Depressão
- Pústulas na cara
- Perda de apetite
- Insônia
“As pessoas acreditam que a heroína é o máximo, mas perdes tudo: trabalho, pais, amigos, confiança, a tua casa. Mentir e roubar tornam–se um hábito. Não respeitas mais nada nem ninguém.” — Pete
“VOU SÓ EXPERIMENTAR UMA VEZ.”
Aviso: até uma única dose de heroína pode pôr uma pessoa no caminho para a dependência.
Muitas pessoas que experimentam heroína pensam: “Vou experimentar uma vez ou duas. Posso sempre parar.” Mas aqueles que começam por esse caminho fora descobrem que é quase impossível de regressar. Considere as palavras do Sam, um toxicodependente de 15 anos: “Quando injeta pela primeira vez, é bem provável que vomite e que se sinta repelido, mas depressa experimenta outra vez. Irá agarrá–lo como uma amante obcecada. O estalo repentino de maneira a que queira mais, como se estivesse privado de ar — é assim que o irá armadilhar.”
A ameaça de dependência não é a pior consequência de experimentar heroína. O Jim tinha 21 anos e costumava passar as suas tardes a beber cerveja com os amigos. Ele já tinha tido experiências com heroína, então quando os amigos lhe ofereceram uma linha para “snifar”, ele aceitou. Quinze minutos depois de ter inalado, perdeu os sentidos, depois entrou num coma profundo que durou mais de dois meses. Hoje está confinado a uma cadeira de rodas, incapaz de escrever, praticamente incapaz de ler. Quaisquer sonhos ou aspirações que tenha tido desapareceram.
É horrivelmente irônico que Davidé Sorrenti (acima) — fotógrafo de moda cujo trabalho era sinônimo de “chique da heroína” — morreu com vinte anos devido a uma overdose de heroína.
O “ESTILO” DA HEROÍNA
Outrora a heroína assustava as pessoas. Mais recentemente, algumas pessoas tentaram tornar “moda” o uso de heroína.
Na década passada, o “ar de heroinômano” — expressão pálida, aspecto mole, olheiras nos olhos, esquelético na cara, magreza excessiva, cabelo oleoso — foi promovido em revistas populares e no meio da moda como “chique.”
Tal como as estrelas do rock contribuíram para tornar popular o LSD durante os anos 60, também alguns desenhadores de moda, fotógrafos e pessoas dos anúncios de hoje influenciaram uma geração inteira de jovens ao retratarem o consumo de heroína em revistas e vídeos de música como moda e até mesmo desejável.
UMA INCLINAÇÃO MUITO ESCORREGADIA
Algumas crianças fumam cigarros e bebem álcool enquanto ainda muito novas. Na altura em que acabem o liceu, aproximadamente 40% de todos os jovens terão experimentado marijuana. Alguns passam mais tarde a substâncias mais viciantes.
Nós não podemos assumir que todas as crianças que fumam marijuana hoje tornar–se–ão viciadas de heroína amanhã. Mas o perigo existe. E estudos a longo prazo de estudantes de liceu mostram que muito poucos jovens usam outras drogas sem primeiro terem experimentado marijuana. A partir da altura que a pessoa não sente mais a “intensidade”, procura e começa a aumentar o consumo de droga ou procurar algo mais forte.
VAMOS ENFRENTAR A REALIDADE
As crianças a ter contacto com drogas ilegais estão a aumentar.
O Inquérito Nacional sobre o Consumo de Drogas e Saúde de 2007 descobriu que mais de 9,5% dos jovens com idades entre os 12 e 17 nos EUA eram atualmente consumidores de drogas ilícitas. Em 2008, o Centro Nacional de Toxicodependência da Universidade de Columbia relatou que o consumo de marijuana por dia, entre estudantes universitários dobrou, e o consumo de cocaína e heroína estava em alta também.
De acordo com o Gabinete para as Drogas e Crime das Nações Unidas estima–se que em 2008, 16 milhões de pessoas mundialmente consumiam opiáceos: ópio, morfina, heroína e opiáceos sintéticos.
A NOVA CARA DA HEROÍNA
A imagem de um jovem heroinômano apático caído num imundo beco escuro é obsoleta. Hoje, o jovem toxicodependente pode ter 12 anos, brincar com jogos de vídeo e desfrutar a música da sua geração. Pode ter uma aparência de inteligente, com estilo e não exibir nenhum dos traços comuns de consumo de heroína, tais como marcas de agulha no seu braço.
Por estar disponível em várias formas que são mais fáceis de consumir e mais acessíveis, a heroína hoje em dia é mais tentadora do que nunca. Entre 1995 e 2002, o número de adolescentes na América com idade entre os 12 e 17 anos que usou heroína nalguma altura das suas vidas aumentou 300%.
Um jovem que possa pensar duas vezes em pôr uma agulha no braço pode mais facilmente fumar ou “snifar” a mesma droga. Mas isto é dar falsa garantia e pode dar à pessoa a ideia de que há menos perigo. A verdade é que a heroína em todas as suas formas é perigosa e viciante.
A droga altamente viciante conhecida como “queijo” (heroína) é uma mistura de heroína preta do México (chamada “piche preto” por causa da sua cor) e devido à quantidade de medicação contida nela, tal como Tylenol PM.
A droga custa apenas um par de dólares sendo um sucesso em crianças com apenas 9 anos de idade, dependentes em “queijo”, algumas destas já deram entradas em urgências hospitalares por abstinência de heroína.
A combinação das duas drogas pode causar mudanças vitais no corpo, como respiração e batimento cardíaco lento resultando em morte. Desde 2004, o “queijo” é responsável por pelo menos quarenta mortes na região do Norte do Texas, segundo autoridades locais.
O QUE OS TRAFICANTES LHE DIRÃO
Quando se entrevistaram adolescentes para se descobrir porque é que eles tinham começado a consumir drogas em primeiro lugar, 55% respondeu que fora devido à pressão dos seus amigos. Eles queriam ser porreiros e populares. Os traficantes sabem disto.
Eles aproximar–se–ão de si como um amigo e oferecer–lhe algo para “o ajudar” com algo para “o animar”. A droga ajudá–lo–á a “enquadrar–se” ou “a ser porreiro”.
Os traficantes, motivados pelo dinheiro que fazem, dir–lhe–ão qualquer coisa para o ter a comprar as suas drogas. Eles dir–lhe–ão que “a heroína é um cobertor quente” ou “a heroína será a sua melhor elevação”.
Eles não se importam se as drogas arruinarem a sua vida desde que eles sejam pagos. Tudo quanto lhes interessa é o dinheiro. Traficantes reformados admitiram que viam os seus compradores como “peões num jogo de xadrez”.
Obtenha os factos sobre as drogas. Tome as suas decisões.








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