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7/09/2015

Cola de Sapateiro


Cola de sapateiro é uma mistura de solventes orgânicos, entre eles o tolueno (ou o xileno), originalmente produzida para ser usada como adesivo para couros e borrachas, mas indevidamente utilizada como droga psicoativa.
Mecanismo de ação e efeitos
Os solventes que entram na composição da cola de sapateiro são lipossolúveis, isto é, dissolvem-se em gorduras. Uma vez inalados por via oral ou respiratória, atravessam a membrana hemato-encefálica e atingem rapidamente o cérebro, provocando alterações do estado de consciência que vão desde leves tonturas até fortes depressões do sistema nervoso central. Sendo altamente solúveis, são armazenadas no tecido adiposo e no tecido cerebral.
A ação do tolueno sobre o sistema nervoso provoca um sentimento de gratificação e entorpecimento, associado a vertigem e tontura, que começa em poucos minutos e pode durar até quase uma hora. Muitos usuários descrevem como sintomas a ocorrência de ilusões, sonolência, perda ou redução de inibições, sensação de estar flutuando e eventualmente amnésia.
Reação do organismo
O metabolismo hepático transforma o tolueno em ácido benzoico, eliminando-o pelos pulmões, ou mais lentamente pela urina, na forma de ácido hipúrico.
Como o organismo reage rapidamente, gerando tolerância à dose administrada, torna-se necessário um aumento da dose para obter o mesmo efeito na próxima vez, formando-se o ciclo da dependência.
Pesquisas recentes com tomografias cerebrais mostraram que o tolueno absorvido pelo organismo dirige-se às mesmas regiões do cérebro e age de maneira muito semelhante à da cocaína.
Situação legal
No Brasil, em junho de 2006, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a venda de cola de sapateiro para menores de 18 anos.
Desde 2003, tramita na Câmara Federal um projeto de lei visando substituir gradualmente o uso da cola de sapateiro por adesivos à base de água. Mas a indústria calçadista brasileira argumenta que ainda não há tecnologia para isso, e que a substituição prematura do adesivo tradicional provocará aumento de custos, devolução de calçados defeituosos e queda nas exportações.
Quais os efeitos da inalação da cola de sapateiro

A cola de sapateiro, um produto de baixo preço e comercializado com facilidade, contém solvente, uma substância altamente volátil e que, por isso, pode ser facilmente inalada, isto é, introduzida no organismo através da aspiração pelo nariz ou pela boca.

Ela pode ser consumida involuntariamente (por trabalhadores da indústria ou de oficinas, por exemplo), ou de forma voluntária por pessoas que desejam sentir os seus efeitos, como estudantes ou crianças de rua que a inalam, geralmente, para diminuir a sensação de dor, de frio e de fome.

A cola de sapateiro está classificada entre as drogas "depressoras do sistema nervoso central" e os seus efeitos, como os dos demais inalantes podem ser divididos em quatro fases:

1ª fase: Excitação, que é a desejada, na qual a pessoa fica mais eufórica, ocorrendo também tonturas, perturbações auditivas e visuais, náuseas, espirros, tosse, salivação e rubor nas faces.
2ª fase: Depressão inicial do cérebro - sistema nervoso central (SNC), que deixa a pessoa confusa, desorientada, com a voz pastosa, a visão embaçada e com perda de autocontrole, dor de cabeça e palidez.
3ª fase: Aprofundamento da depressão do cérebro (SNC), com redução acentuada do estado de alerta, incoordenação ocular e motora, fala engrolada, reflexos deprimidos, podendo haver alucinações.
4ª fase: Depressão profunda do SNC (sistema nervoso central), que pode levar à inconsciência, queda de pressão, sonhos estranhos, convulsões e, em certos casos, ao coma e à morte.


A inalação frequente de cola de sapateiro pode levar à dependência, sendo bastante evidentes os seus componentes psíquicos, como o desejo de usar e a perda de outros interesses. O uso crônico desta substância pode causar problemas irreversíveis no cérebro, apatia, dificuldade de concentração e déficit de memória, além de lesões na medula óssea, fígado, rins e nervos periféricos.

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