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4/12/2015

Drogas mais usadas no Brasil


Os dados mais amplos devem-se às investigações do CEBRID (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas), da Escola Paulista de Medicina. A partir dos levantamentos bianuais em escolas de 10 capitais, é possível extrapolar sobre o consumo de drogas na população em geral. Entre todas as substâncias, é o consumo de álcool o que mais se destaca.
Estima-se que o alcoolismo (uso crônico) atinja 3 a 10% da população, sendo que 84% apresentam um uso ocasional.
Quanto ao tabaco, a estimativa é de que 50% dos homens e 33% das mulheres fumam. Em um cotejo internacional, esta proporção deve ser considerada elevada
Conhecendo as Drogas Mais Comuns
Substâncias psicoativas são introduzidas no organismo de várias maneiras. Podem ser inaladas ou aspiradas, comidas ou bebidas, fumadas, injetadas.
Fumar certos produtos, como o crack, ou injetá-los (pico) tem efeitos quase imediatos, pois a corrente sanguínea os leva direto ao cérebro.
Observa-se três tipos principais de efeitos:
1) O usuário fica mais relaxado e calmo, até sentir-se sonolento ou mole. Temos aí o efeito depressor, pois tais substâncias diminuem, retardam ou reduzem ("deprimem") o funcionamento mental. Neste estado, a pessoa é chamada de sedada, grogue, dopada ou chapada.
2) O usuário fica alerta, atento, às vezes agitado. Sente-se animado, bem disposto e capaz de quase tudo. Eis o efeito estimulante: o produto estimula ou acelera o funcionamento mental. Em tal estado, a pessoa "fica ligada" ou é "ligadão".
3) O usuário passa a perceber as coisas deformadas, coloridas, bizzarras. Pensamentos, percepções, recordações ficam como imagens de sonhos, esquisitos e sem nexo. Eis o efeito perturbador no Sistema Nervoso Central (SNC), distorcendo seu funcionamento. Sob tais efeitos, a pessoa está "viajando" ou é "doidão".
Temos assim três classes distintas de drogas: depressoras, estimulantes e perturbadoras.
Todas elas alteram o funcionamento do sistema nervoso central e do cérebro, retardando, acelerando ou desgovernando. Desta forma, dificultam a coordenação motora, mental e emocional: a pessoa fica "drogada", "intoxicada" ou "inebriada" em um grau que depende da substância usada (quantidade e qualidade), da pessoa e do contexto.
Conceitos básicos
Estimuladoras:
Anfetaminas, cocaína, cafeína, nicotina e anorexígenos.
Perturbadoras:
Maconha, ácido lisérgico. (LSD), ayahuasca, cogumelo e datura.
Esta classificação é simples e prática, e substitui as mais antigas, mais complicadas. Algumas das substâncias citadas têm também uma utilidade medicinal; porém, havendo abuso (ou uso indevido), podem provocar dependências. Apresenta-se, em seguida, as três categorias com as características e efeitos de cada droga.
O abuso de álcool, como se sabe, cria problemas e sofrimentos, com um altíssimo custo social. O uso crônico leva a uma degradação física e moral, provocando, na falta do produto, uma síndrome de abstinência violenta. Ele pode levar à morte (por coma alcoólico ou por complicações orgânicas, como a cirrose). Instiga com frequência a violência e acidentes, bem como absenteísmo no trabalho.
Os tranquilizantes (calmantes, ansiolíticos, sedativos) são hoje muito usados, no mundo inteiro. A base da substância ativa é o diazepam (por isso, são chamados de benzodiazepínicos). Quando usados sem justificativa médica, procura-se uma "anestesia das emoções". O abuso destes medicamentos, mais comum no sexo feminino, provoca fortes dependências.
Os opiáceos ilegais, como ópio e heroína, objeto do narcotráfico oriundo da Ásia, são poucos presentes no Brasil. A morfina, potente analgésico mas criando dependências em doenças terminais.
Os opiáceos mais consumidos, no Brasil, não são ópio ou heroína, mas os remédio à bases de codeína, seja sob forma de xaropes contra tosse, seja como analgésicos. O abuso, além de dependência e síndrome de abstinência, pode provocar parada respiratória.
Os inalantes ou solventes representam hoje, na juventude brasileira a "droga de iniciação" (como antigamente a maconha), em particular o "cheirinho de loló". Eles têm a fama de produzir efeitos mirabolantes ("barato"), mas podem provocar danos graves.
Entre meninos e meninas de rua, é bem conhecido o uso de cola de sapateiro e esmalte, funcionando como uma espécie de "tapa-fome" ajudando-os a aguentar ou esquecer a miséria e a violência das suas condições de vida.
A cafeína é amplamente consumida, sendo que o café representa a bebida nacional por excelência. Dosagens excessivas, no entanto, podem causar danos.
A nicotina, aspirada pelo fumo do tabaco,causa inúmeros malefícios cardiovasculares e respiratórios. Seu consumo é hoje cada vez mais questionado, mas continua protegido pelo Estado.
A cocaína e subprodutos, como o crack, são extraídos da coca, planta nativa dos Andes. Objeto do narcotráfico oriundo os países andinos, ela é a "droga da moda", muito usada na classe média e alta ou em certos círculos profissionais. O uso intenso cria forte dependência psíquica; usada injetada ("pico") pode transmitir infecções graves, como a hepatite ou o vírus da AIDS.
O Crack, pedras cristalizadas a partir da pasta de cocaína, é fumado em cachimbos. Seu efeito é devastador, provocando forte decadência física e alta mortalidade.
Embora proibidas, as anfetaminas são medicamentos ainda muito consumidos, em particular para ficar acordado (estudantes, caminhoneiros). Substâncias anfetamínicas são contidas nos moderadores de apetite (anorexígenos); além de emagrecimento criam dependência.
Todo abuso de substâncias estimulantes pode provocar insônia, nervosismo, irritabilidade, instabilidade emocional e ideias de perseguição (paranoia), chegando a formações delirantes.
Os produtos "psicodélicos" foram popularizados na década de 60, com o movimento hippie. "Viagens" que propiciam não são nada inocentes, pois podem provocar sequelas prolongadas.
O LSD é o produto de origem sintética mais conhecido. Ele pode provocar alucinações e confusão mental de demora remissão; "viagens ruins" podem levar ao suicídio.
A maconha é uma das substâncias mais antigas. Ela favorece a introspecção e o desligamento do mundo. Uso intensivo e prolongado provoca a chamada "síndrome amotivacioinal", prejudicando o engajamento ativo. Outros alucinógenos vegetais, de origem sobretudo indígena, são hoje usados conforme modismos. Um exemplo é a ayahuasca, usada nas seitas Santo Daime e União do Vegetal.
Todos eles "fazem viajar", com riscos imprevisíveis (como acidentes) pois a intensidade de tal viagem, a sua duração e a volta ao ponto de partida são muito variáveis.
Encerramos aqui a descrição sumária das drogas mais comuns no Brasil. De posse dessas informações, você lidará mais facilmente com os problemas de drogas com as quais pode se defrontar, seja na sua família, no seu meio social ou seu ambiente de trabalho.
Mas por que os intoxicantes são tão procurados? Quais as razões que levam as pessoas a utilizá-los?
A nosso ver podem ser enquadradas em quatro grupos básicos:
1. Para reduzir sentimentos desagradáveis de angústia e depressão. Estes sentimentos seriam:
Gerais, decorrentes da própria condição humana. A angústia do ser humano diante da vida foi muito bem descrita pelos filósofos da corrente existencialista. Para eles o ser humano, sem saber por que e para que, é jogado no mundo hostil ou indiferente.
Durante sua vida o ser humano é permanentemente ameaçado pelo aniquilamento, confrontado com o absurdo, tendo apenas uma certeza em relação ao seu futuro - a sua inevitável morte, que ocorrerá em data e condições desconhecidas. De acordo com os conceitos existencialistas poderíamos, pois, definir a vida como uma aventura trágica, absurda e ilógica, que sempre termina em morte.
Considerando a situação existencial do homem alguns autores afirmam que não é de se estranhar que ele se angustie e sim que ele se angustie tão pouco.
Específicas, próprias de cada indivíduo - originadas por experiências traumáticas ou condições patológicas. Constituiriam exemplos o uso de drogas por veteranos de guerras ou por pessoas com fobia social ou depressão.
2. Para exaltar sensações corporais e provocar gratificações sensoriais de natureza estética e, especialmente, eróticas. Dizem os usuários de drogas que a música soa melhor, as cores são mais brilhantes e o orgasmo se torna mais intenso, durante o uso de sua droga preferida.
3. Para aumentar rendimentos psicofísicos, reduzindo sensações corporais desagradáveis, como dor, insônia, cansaço ou superando necessidades fisiológicas como o sono e a fome. Durante o império Inca a folha de coca era mascada por mensageiros e carregadores para aumentar sua resistência e velocidade.
É frequente o uso de anfetaminas por choferes de caminhão que desejam encurtar a duração de suas viagem.
Um exemplo curioso foi o caso de um psicopata, visto por um de nós, internado por intoxicação anfetamínica. Empregado de um traficante de drogas, este rapaz passara a usar os anfetamínicos para permanecer mais tempo acordado e poder vender mais drogas, ganhando assim o reconhecimento de seu chefe.
Dores crônicas e insônia persistente constituem causas bem reconhecidas de abuso de analgésicos e hipnóticos diversos.
4. Como meio de transcender as limitações do corpo e o jugo da espaço-temporalidade, unindo-se à realidade por trás de todos os fenômenos ou, mais limitadamente, a alguma entidade espiritual qualquer, capaz de conferir-lhe, pelo menos temporariamente, poderes especiais.
São bem conhecidos os relatos de uso de cactos e fungos por diversas nações indígenas, em ocasiões especiais, como uma forma de unir-se a seus deuses ou antepassados. Também documentados estão o uso de drogas pelos shamans durante suas atividades curativas e a ingestão de álcool por médiuns possuídos por entidades espirituais nos rituais de cultos afroamericanos. Comumente nestes casos o uso das drogas faz-se somente em situações bem definidas, culturalmente aceitas e reconhecidas, não comprometendo o desempenho social das pessoas. Por outro lado, muitos usuários de drogas, como por exemplo alguns hippies dos anos 60, procuraram em drogas diversas (principalmente alucinógenos) um substituto para experiências religiosas.
Quais as drogas mais consumidas?
As pesquisas brasileiras mostram que as drogas legais, como o álcool e o tabaco, são as mais consumidas. Um levantamento realizado em 107 cidades brasileiras, em 2001, pelo Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pelo Centro Brasileiro de informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) avaliou o uso na vida e dependência de álcool e drogas em 47.045.907 habitantes. 
O uso de álcool na vida ficou em primeiro lugar e foi encontrado em 68,7% da população, dos quais 11,2 % são dependentes desta substância. Este uso é bastante difundido na nossa sociedade e incentivado pelos meios de comunicação e até pelas famílias, como um hábito social aceito e que faz parte das festas e comemorações. O álcool é, entretanto, a droga que maiores danos traz à sociedade, tanto pelo fato de cerca de 10% da população mundial ser dependente dele, como pelo número de acidentes e de violência ocasionados em decorrência de seus efeitos. 
O tabaco aparece como a segunda droga mais consumida. O uso na vida desta substância foi encontrado em 41,1% pela população brasileira, sendo que 9% já é dependente desta substância. Seu uso inicial também é precoce. A pesquisa revela que cerca de 15,7% adolescentes entre 12 e 17 anos já experimentou cigarro, ao menos uma vez, e que 2,2% já são dependentes da mesma. 
A droga que aparece em terceiro lugar entre as mais consumidas pela população pesquisada é a maconha cujo uso, pelo menos uma vez na vida, foi relatado por 6,9% pessoas o que corresponde a mais de três milhões de pessoas nas cidades em que foi feita a pesquisa. 
A pesquisa revelou também dados significativos quanto ao uso indevido, sem receita e acompanhamento médico, de medicamentos para dormir, calmantes e xaropes: 3,3% da população brasileira já usou benzodiazepínicos e 2,0% xaropes. 
Por outro lado, a dependência destes medicamentos ocupa o terceiro lugar com 1,1% da população.
Os solventes (ou inalantes), que incluem substâncias ilegais, como o lança-perfume e algumas outras substâncias vendidas para outras finalidades, como esmalte, cola de sapateiro, fluidos, tintas, etc, ocupam o quarto lugar para o uso na vida. Esta classe de substância foi utilizada por 5,8% dos brasileiros pelo menos uma vez na vida. A pesquisa revelou que 2,3% da população já fez uso de cocaína e 0,4% de crack ocupando o quarto e o décimo primeiro lugar das drogas mais consumidas pelos brasileiros. 
O primeiro levantamento sobre o uso de drogas no Brasil 
O Centro Brasileiro Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) publicou em agosto deste ano o I Levantamento Domiciliar sobre Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil – 2001 (quadro 1).
O estudo entrevistou mais de 8500 pessoas em 107 cidades brasileiras, envolvendo mais de 200 profissionais. O projeto foi realizado em parceria com Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD).
O levantamento foi feito dentro das mais rígidas normas estatísticas. Poucos países da América do Sul, entre eles o Chile, possuem levantamentos nacionais com essa qualidade.
Resultados nacionais 
Consumo de drogas
O uso pelo menos uma vez na vida de qualquer droga (exceto álcool e tabaco) foi de 19,4%. A maconha foi a droga mais citada. Os solventes e anorexígenos (estimuladores do apetite) vêm logo depois. Ambas são drogas de venda livre. Os benzodiazepínicos ou calmantes vêm em quarto lugar, com 3,3% de usuários. A cocaína já foi usada pelo menos uma vez por 2,3% dos brasileiros. O crack, por 0,4%. Dessa maneira, observou-se que das cinco drogas utilizadas no Brasil, três podem ser obtidas pela via legal. 
Álcool & tabaco 
O levantamento também investigou a prevalência das duas substâncias mais utilizadas em nossa sociedade: o álcool e o tabaco. O álcool já foi utilizado pelo menos uma vez na vida por 69% da população brasileira. O índice chega a 77% entre os homens e é de 60% entre as mulheres. Cerca de 11% dos entrevistados referiram ter apresentado dependência de álcool em algum momento de suas vidas. 
O tabaco foi utilizado por 41% dos entrevistados, sendo 46% entre os homens e 36,6% entre as mulheres. Os maiores de 35 anos foram os que mais utilizaram: 53%. A dependência foi relatada por 9% dos entrevistados. 

Maconha, cocaína, crack & solventes 
O consumo de maconha, cocaína e solventes foi sempre maior entre os homens. Em média para cada mulher havia dois homens referindo o consumo dessas substâncias. A diferença, no entanto, é menor entre as faixas etárias mais jovens, sugerindo que as mulheres vem consumindo mais drogas ultimamente. 
O crack, forma de apresentação da cocaína para ser fumada está presente em nosso meio há pouco menos de 15 anos. Apesar de pouco frequente na população geral (0,4%), o consumo duas vezes maior entre os homens do que entre as mulheres. 
Benzodiazepínicos (calmantes) e estimulantes (anfetaminas) 
O uso de medicações prescritas. Nessa classe o consumo entre as mulheres mostrou-se duas vezes maior em relação aos homens. As mulheres apresentam maior incidência de transtornos do humor, como a depressão. Já o consumo de estimulantes (anfetaminas) tem por finalidade a perda de peso, necessidade que atinge mais as mulheres do que os homens. 
Derivados do ópio 
O ópio é um líquido leitoso obtido da papoula (Papaver somniferum). Dele se extraem duas substâncias: a morfina e a codeína. A codeína é vendida na forma de xaropes para tosse. O consumo entre as mulheres foi superior em mais de 50% em relação aos homens. Mais uma vez a presença de doenças relacionadas ao humor parece justificar esse quadro. Já outros derivados, de uso mais abusivo, foi maior entre os homens. 
Anticolinérgicos 
Há dois tipos de anticolinérgicos: naturais e sintéticos. Os anticolinérgicos naturais (escopolamina e atropina) são encontrados em plantas como o véu-de-noiva, trompeteira e zabumba, ingeridas na forma de bebidas (chá de lírio). Dentre os sintéticos, o mais conhecido é o Artane® (triexifenidila). Não houve diferença de consumo entre os sexos. 
Alucinógenos 
Pertencem a esse grupo o LSD, a mescalina, o DMT e o ecstasy. O consumo é diminuto entre os brasileiros e quase não houve diferença entre os sexos. 
Esteroides anabolizantes 
Apesar de não serem considerados psicotrópicos, os anabolizantes foram incluídos nesse estudo, pelo destaque que vem recebendo da mídia e dos pesquisadores. Seu consumo se dá entre alguns esportistas, com intuito de aumentar a massa muscular. O consumo é eminentemente masculino. 
Acesso ao consumo 
O estudo também verificou entre os entrevistados a facilidade para encontrar as substâncias. Mais da metade dos entrevistados afirmou não ter dificuldade em encontrar maconha e cocaína, caso desejassem consumi-las. Um terço não teria dificuldade em encontrar crack. Um quinto, encontrariam com facilidade LSD e heroína. O maior índice foi entre aqueles que encontrariam sem dificuldade os solventes: quase 70%. Conseguir drogas prescritas (calmantes e anfetamina) e anabolizantes também não foi considerado um problema por cerca de metade dos entrevistados. 
O contato passivo com o tráfico, isto é, ter sido abordado por alguém que lhe ofereceu alguma substância, foi relatado por 4% dos entrevistados. Já a busca ativa por drogas foi relatada por 1,5% dos entrevistados. Outros 15% afirmaram ter visto pessoas sob o efeito de drogas alguma vez na vida. 
Percepção sobre o consumo & complicações 
Quase a totalidade dos entrevistados considera um risco grave o consumo diário de qualquer substância, seja ela lícita ou ilícita. O uso uma ou duas vezes na vida de maconha e cocaína não foi visto como um risco grave por cerca da metade dos entrevistados. 
Menos de 5% dos entrevistados relataram complicações relacionadas ao consumo, tais como acidentes automobilísticos, no trabalho, quedas, ferimentos em terceiros e agressões. Apenas a ocorrência de discussões sob o efeito de drogas atingiu essa marca. 
O consumo de drogas por região mostrou algumas diferenças entre essas. O região Nordeste mostrou a maior prevalência do uso de qualquer drogas (exceto álcool e tabaco). A região Norte foi a menos prevalente. 
Quanto ao consumo de álcool, a região Norte apresentou os menores índices de consumo em vida, mas um dos maiores incides de dependência da substância.
O consumo de maconha em vida foi maior na região Sul do país. A maconha é a droga encontrada com mais facilidade no país. O uso isolado dessa substância foi considerado grave por pouco mais da metade da população brasileira. 
A região Sul também lidera o consumo de cocaína. A merla, apresentação de cocaína para ser fumada é mais prevalente na Região Norte. 
As mulheres superam os homens entre as drogas prescritas. A região Nordeste destacou-se no consumo de benzodiazepínicos. 
O estudo mostrou que o consumo brasileiro de álcool, nicotina e outras drogas encontra-se dentro da média sul-americana, com variações para baixo e para cima, dependendo da substância estudada. O consumo de qualquer droga mostrou-se bem abaixo da média norte-americana. 
O I Levantamento Domiciliar sobre Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil – 2001 é um marco epidemiológico nacional. 
Somente a produção de tal conhecimento dará às autoridades da área da saúde brasileira subsídios para o planejamento de estratégias de prevenção e tratamento adequadas para cada região. É claro que está longe de atender a todas as demandas nacionais e tampouco esse é seu propósito. Levantamentos regionais, estaduais, municipais e de cada serviço de atendimento devem ser feitos com periodicidade.

Monitorar o atendimento, estar atento às comunidades, perceber novas tendências, enfim, adotar estratégias proativas que antecipam as mudanças são a melhor alternativa para lidar com o problema do consumo de drogas em qualquer lugar. De outra forma, restará tomar medidas reativas, que sempre se esmeram por ‘correr atrás do prejuízo’. Eis o porquê da importância da epidemiologia para o cenário das dependências químicas. 

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