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12/11/2014

Agnose e Gnose

Agnose

"A" significa não, uma negação e "gnose" conhecimento portanto agnose seria não conhecimento ou não possuidor de determinado conhecimento.

Agnose não é Ateísmo é aceitar que a assim chamada “Verdade” não é acessível pelos sentidos e pelo intelecto humano e que, portanto, a busca por Deus é inútil; não se trata de aceitar ou recusar Deus, mas sim de entender que um ser como Deus não nos é apreensível e/ou cognoscível e, portanto, a busca por Ele é destituída de real interesse prático. A Agnose não está preocupada em provar ou refutar a existência de Deus. A Agnose diz: tal interesse é inútil. 

Então o que resta? O Ateísmo? O Materialismo? O Niilismo? Não: a Espiritualidade que é voltada para o ser humano, que procura meios de aperfeiçoá-lo com a ajuda de uma série de ferramentas (Filosofia, Psicologia, Psicanálise, Esportes, Artes, Música, etc.), que não tem nada ou muito pouco a ver com religião.

Existe uma diferença profunda entre Ateísmo e Ceticismo, mas me parece que a maioria das pessoas confunde um pouco os dois. Um ateu é, também, um crente: ele acredita em algo, mesmo que por contraste, mesmo que “negativamente”. Por exemplo: o ateu acredita que Deus não existe. Isto também é um artigo de fé. O cético nem acredita, nem deixa de acreditar: ele considera ambas as possibilidades válidas: pode ser que Deus exista… Pode ser que Deus não exista…

Um indivíduo pode ser não-religioso e, ao mesmo tempo, espiritual. Porque religião tem a ver com Deus – e, portanto, com fé - e espiritualidade tem a ver com si mesmo, com valores que embora as pessoas normalmente confundam, estão mais ligados a si próprio, ao seu íntimo, do que com divindades. Espiritualidade, da forma como a entendo, tem a ver com o dentro, enquanto que religião tem a ver com o fora. 

A espiritualidade necessariamente precisa brotar inicialmente do interior de um indivíduo, de seus questionamentos, curiosidades, reflexões, temores; é sempre um movimento de dentro para fora. A religião é, em primeiro lugar, um movimento exterior. Na maioria das vezes ela é imposta por pais ou pessoas do círculo íntimo de uma pessoa, em tenra idade, e é “adotada” ou “assimilada”, sem muitas reflexões, por toda a vida. 

É comum ouvir alguém dizer, por exemplo: Sou católico porque meus avós e meus pais eram católicos, e sigo a religião dos meus pais. Parece-me que um indivíduo religioso pode transformar-se também em espiritual enquanto que um indivíduo espiritual raramente se tornará religioso. Uma pessoa religiosa está ligada a dogmas, credos e preceitos que, via de regra, são mutuamente excludentes: apenas um credo, uma fé, um dogma são os corretos enquanto a fé, os dogmas e os credos de outras religiões são encarados com um olhar condescendente ou francamente hostil. 

Na religião, uma só Verdade deve prevalecer. Uma pessoa espiritual vê pontos de sabedoria na maior parte das religiões, não uma única Verdade absoluta. O guru indiano Osho dizia que era como um pássaro em um jardim: por que deleitar-se apenas com o néctar de uma só flor, quando há tanto néctar em todas as flores do jardim? “Sou como um pássaro num jardim; vou de flor em flor (de religião em religião) bebendo daquilo que me interessa”. O desafio está em construir uma visão coerente, uma espiritualidade coerente, procedendo desta maneira – porque o risco é de acabar-se com uma miscelânea incoerente e bizarra nas mãos. Mas ninguém disse – eu não estou dizendo – que o caminho da espiritualidade é fácil…

O agnosticismo pode ser definido de várias maneiras, e às vezes é usado para indicar dúvida ou uma abordagem cética a perguntas. Em alguns sentidos, o agnosticismo é uma posição sobre a diferença entre crença e conhecimento, ao invés de sobre qualquer alegação específica ou crença. No sentido popular, um agnóstico é alguém que não acredita nem descrê (não nega a possibilidade) na existência de um Deus, ao passo que um ateu não acredita na existência de um ou mais deuses (mas também não necessariamente nega, como é o caso do ateísmo cético). 
Em sentido estrito, no entanto, o agnosticismo é a visão de que a razão humana é incapaz de proporcionar fundamentos racionais suficientes para justificar o conhecimento da existência ou não de Deus. Dentro do agnosticismo existem ateus agnósticos (aqueles que não acreditam que uma divindade ou mais divindades existam, mas que não negam/descartam a possibilidade de suas existências) e os teístas agnósticos (aqueles que acreditam que um Deus existe, mas não afirmam saber isso).

A relação entre a postura agnóstica e a crença (ou não) em algum deus é quem vai determinar se o agnosticismo é teísta, deísta ou ateísta.

Gnose

É um conjunto de correntes filosófico-religiosas sincréticas que chegaram a mimetizar-se com o cristianismo nos primeiros séculos de nossa era (sendo ele muitas vezes referenciado como "Alta Teologia"), vindo a ser declarado como um pensamento herético após uma etapa em que conheceu prestígio entre os intelectuais cristãos. De fato, pode falar-se em um gnosticismo pagão e em um gnosticismo cristão, ainda que o pensamento gnóstico mais significativo tenha sido alcançado como uma vertente heterodoxa do cristianismo primitivo.

O gnosticismo foi inicialmente definido no contexto cristão embora alguns estudiosos supõem que se desenvolveu antes ou foram contemporâneos do cristianismo, não há textos gnósticos até hoje descobertos que sejam anteriores ao cristianismo. O estudo do gnosticismo e do cristianismo primitivo da Alexandria receberam um forte impulso a partir da descoberta da Biblioteca de Nag Hammadi, em 1945.

Não existe um sistema gnóstico único e uniforme. No entanto, há semelhanças suficientes para justificar uma caracterização geral, lembrando que nem todo sistema inclui todos os elementos e nesses termos. Estas características são particulares ao gnosticismo cristão (de forma antagônica ou não à figura de Cristo).

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