A família é o ponto chave no tratamento terapêutico de dependentes químicos
Com isso, a todo o momento o individuo se sente “vigiado” por esta,
e em última instância por ele mesmo. Sendo assim, o nível de estresse ao qual é
submetido todos os dias é alto, saindo às vezes do “normal” para o
descontrole.
Nem mesmo na condição de dependente químico, o indivíduo se livra da
cobrança e do julgamento social – ao contrário – a cobrança passa a ser muito maior
e, como não pode mais obedecer às regras sociais, passa a ser excluído de todo o
convívio em sociedade, seja na escola, no trabalho ou até mesmo na família.
Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. Salmos
133:1
Tributai ao Senhor, ó famílias dos povos, tributai ao Senhor glória
e força. 1 Crônicas 16:28
Porém livra ao necessitado da opressão, em um lugar alto, e
multiplica as famílias como rebanhos. Salmos 107:41
Naquele tempo, diz o SENHOR, serei o Deus de todas as famílias de
Israel, e elas serão o meu povo. Jeremias 31:1
A família em muitos casos faz parte deste processo de exclusão do doente,
muitas vezes por medo, desconhecimento, ou simplesmente pelo estigma de ter em seu
convívio um doente tido pela sociedade como alguém sem capacidades, “louco” ou “drogado”.
Percebemos as dificuldades e a carga psicológica à qual as famílias
estão expostas, porem é essencial, todo e qualquer apoio nestes casos, sendo de
suma importância seu envolvimento e participação durante todo o tratamento terapêutico
vivenciado pelo paciente, a fim de conhecer e entender melhor a problemática, tornando-se
parte deste processo.
Além do preconceito que os dependentes químicos sofrem da sociedade,
eles também são submetidos aos da família, que se sente envergonhada pela sociedade
pelo simples fato de não terem conseguido formar um individuo “saudável” e o preparado
para cumprir com suas obrigações sociais.
Não é possível julgá-las, pois também são vitimas da sociedade assim
como o doente, mas é possível reconhecer a importância dela na vida de qualquer
ser humano.
Os familiares são fundamentais no processo de tratamento do doente.
No entanto, necessitam saber como lidar com as situações estressantes, evitando
comentários críticos ao paciente ou se tornando exageradamente superprotetores,
dois fatores que reconhecidamente provocam recaídas.
Torna-se muito importante que os familiares dosem o grau de exigências
em relação ao doente, não exigindo mais do que ele pode realizar em dado momento,
mas sem deixá-lo abandonado, ou sem participação na vida familiar.
Conhecendo melhor a doença e tendo um diagnóstico claro, a família passa
a ser um aliado eficiente em conjunto com a medicação e a terapêutica trabalhada
pela equipe multiprofissional.
Ao mesmo tempo em que se trata o quadro de doença do paciente, a família
deve receber total atenção no sentido de ser orientada em sua abordagem ao paciente
ou em sua dinâmica de relacionamento durante o processo terapêutico, visto que em
muitos casos a família adoece em conjunto, sendo necessário um processo de escuta,
apoio e orientação.
Trabalhar com famílias traz à tona traços relacionados à dinâmica funcional
familiar muitas vezes já cristalizados ao longo do tempo e que necessitam ser repensados
e apreendidos.







